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Publicado em 4/10/2022 as 4:00pm
Coluna Esporte Total
Título fica para o Japão
Holandês pode ser matematicamente campeão em Suzuka
Pista kamikaze e molhada, Asfalto quente traiçoeiro e irregular, calada da noite e erros diversos. Essa foi a tônica do GP de Singapura no circuito noturno de Marina Bay.
Apesar de ser realizado a noite, o GP de Singapura é um dos mais quentes do ano e os pilotos chegam a perder até 4 kg ao completar a corrida. Inclusive alguns chegam a treinar fisicamente na sauna para melhor adaptação e suportar altas temperaturas e humidade dentro do cockpit.
Antes da largada, cheguei a comentar com um amigo “viúva do Hamilton” que mesmo largando atrás da Ferrari do pole Charles Leclerc, o companheiro de Verstappen, o mexicano Sergio Pérez, poderia fazer sua estrela bilhar e provar que é mais que um simples segundo piloto. Ele mais que um torcedor do Hamilton e anti Red Bull, prontamente me respondeu que Pérez não passava de um “piloto operário” e estava ali como mero coadjuvante para segurar a galera de trás. Resumindo: Claro que minha “profecia” se cumpriu.
Logo na largada que atrasou em mais de uma hora devido à chuva e alagamento de pista, Checo Pérez aproveitou a distração da Ferrari de Leclerc, e tomou a frente antes da primeira curva. Pérez manteve a sua vitória no GP de Singapura apesar de ter sido punido pelos comissários.
O mexicano foi penalizado em cinco segundos após ter infringido a regra que obriga o líder da corrida a manter uma distância inferior a 10 carros para o Safety Car. Como cruzou a linha com mais de sete segundos de vantagem sobre a Ferrari de Charles Leclerc, o piloto da Red Bull mantém a sua vitória na corrida de Marina Bay.
Holandês pode ser campeão no Japão
Para conquistar o título de 2022, Verstappen precisa obter oito pontos de vantagem sobre Leclerc e seis sobre Pérez. Ou seja, ele nem precisa vencer para ser coroado, embora se vencer e fazer a volta mais rápida, será bicampeão antecipado aos 25 anos.
Com apenas 138 pontos em disputa nas últimas cinco corridas, incluindo o fim de semana de sprint no GP de São Paulo, em Interlagos, Max tem uma vantagem de 104 pontos sobre o concorrente mais próximo, Charles Leclerc e, embora não tenha conseguido selar o título no GP de Singapura devido a erro “amador” da Red Bull no sábado, ele tem outra chance no GP do Japão.
Verstappen pode colocar as duas mãos na taça já na próxima corrida de Suzuka, com quatro rodadas de antecedência. Basta que ele vença e faça a volta mais rápida.
Hamilton mais 5 anos?
Toto Wolff, chefe da Mercedes, revelou que conversa com o sete vezes campeão Lewis Hamilton sobre uma possível extensão de seu contrato que, por enquanto, vai até o fim da temporada de 2023, está bem adiantada.
Após grande novela no ano passado, Hamilton renovou contrato por dois anos com a Mercedes – ou seja, até fim da temporada de 2023. Isso aconteceu após o turbulento GP de Abu Dhabi, no qual Verstappen se tornou campeão aos “45 do segundo tempo”. Agora, embora a realidade da equipe no campeonato seja bem diferente dos últimos anos, Toto crê que seja apenas uma questão de tempo para estender o vínculo com o inglês.
“A vantagem é que nos falamos bastante (ambos moram perto um do outro em Mônaco). Na semana passada, nos sentamos e ele disse “olha, eu tenho mais cinco anos de “lenha pra queimar”, como você vê isso?”, disse Wolff, em entrevista ao Channel 4 F1.
Escândalo de Singapura
Conhecido também como Singapuragate, esse foi um dos – se não o – maiores escândalos da história da Fórmula 1 e aconteceu exatamente com um brasileiro durante a estreia do GP de Singapura em 2008.
Na época, Nelsinho Piquet filho do tricampeão mundial Nelson Piquet, jovem talentoso e grande promessa da categoria, cedeu a pressão da equipe para jogar sujo dentro da pista.
Nelsinho fazia a sua primeira temporada na categoria pela equipe Renault e a maracutaia foi armada pelo chefe da equipe Flávio Briatore para beneficiar Fernando Alonso durante a corrida.
Para a corrida, o chefe da equipe Renault Flávio Briatore e Pat Symonds, diretor de engenharia, sabiam o que devia ser feito para que Alonso vencesse a corrida e bolaram uma estratégia baseada no que aconteceu com Nelsinho Piquet durante o GP da Alemanha daquele mesmo ano.
Na etapa germânica o brasileiro largou em 17º, adotou a estratégia de apenas um pitstop e aproveitou uma bandeira amarela na sequência para que as coisas dessem certo. O resultado ajudou Nelsinho a conseguir o seu único pódio na carreira.
Voltando a Singapura, Alonso foi o primeiro a ir aos boxes, o que era estranho já que ele havia saído do fundo do pelotão. Pouco depois, Piquet bateu forte na curva 17, ponto calculado cuidadosamente para que o carro de segurança entrasse na pista.
Na época, o regulamento ainda dizia que o pit-lane ficava fechado até que todos os carros se alinhassem atrás do Safetycar. Então ninguém conseguia parar de imediato e tirar proveito da ocasião. Quando o safetycar agrupou o pelotão e todos os pilotos foram para os boxes, Alonso assumiu a ponta e não perdeu mais.
Após ser demitido da Renault por falta de desempenho em meados de 2009, Nelsinho que aceitou o jogo sujo na época, denunciou o caso à FIA que deu início às investigações. Em depoimento, o piloto afirmou que a ordem foi dada poucas horas antes da largada em uma reunião rápida com Briatore e Symonds.
Logo após as denúncias a FIA ouviu os envolvidos, analisou os documentos e deu o veredito: Briatore foi banido da F1, Symonds foi suspenso por 5 anos, Nelsinho não foi punido por cooperar com a delação premiada e Alonso foi inocentado pois não havia provas de que ele sabia dos planos.
Por aceitar o jogo sujo mesmo tendo talento, a carreira promissora de Piquet Jr, foi sepultada pelo maior escândalo da categoria.
Coluna: Esporte Total
Texto by: Roberto Vieira
Jornalista e Comentarista Esportivo