Eleições deixam de fora veteranos da política local – Folha de Londrina – Folha de Londrina

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PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 06 de outubro de 2022
Pedro Marconi – Grupo Folha
autor do artigo
As eleições deste ano deixaram nomes tradicionais da política paranaense, em especial da região de Londrina, de fora de cargos públicos pelo voto popular. Muitos deles com bandeiras que marcaram suas trajetórias políticas. São os casos, por exemplo, dos ex-deputados Luiz Carlos Hauly (Podemos) e Alex Canziani (PSD), que tentavam uma vaga na Câmara Federal e na AL (Assembleia Legislativa do Paraná), respectivamente. Hauly recebeu 11.925 votos e Canziani 28.652.  
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Defensor da reforma tributária, Hauly acredita que o debate não ficou centrado no que considera um dos principais temas do País, que é a economia. “Meu tema não alcançou a população. Os eleitores simplesmente deram atenção para outros temas, embora as pesquisas mostrassem que eram a economia e o emprego. Minha expectativa era de que tivesse um número de eleitores que compreendesse”, afirmou. Ele é um dos principais idealizadores da PEC 110/2019 (Reforma Tributária) em discussão no Senado. 
Hauly foi vereador e prefeito de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), secretário estadual da Fazenda e deputado federal por sete mandatos, além de ter sido candidato a prefeito de Londrina em quatro eleições. Em 2018 já havia tentado o oitavo mandato parlamentar, porém, ficou de fora, mesmo tendo somado 35.133 votos. Foi filiado ao PSDB por 26 anos, no entanto, no início de 2020 trocou a legenda pelo Podemos. Também destacou que a capilaridade de outros políticos graças à maior exposição também pode ter impactado na eleição. 
“Tivemos candidatos com muita exposição pública que se elegeram, como o Deltan Dallagnol (Podemos), que foi chefe da força-tarefa da operação Lava-Jato; o Beto Preto (PSD), secretário estadual da Saúde e enfrentou o período da pandemia; a Gleisi Hoffman (PT), presidente nacional do partido; o Filipe Barros (PL), líder maior da direita no Paraná”, elencou. Todos os citados foram campeões de voto para a Câmara dos Deputados. 
Ex-deputado por cinco mandatos consecutivos, Alex Canziani também relatou que seu resultado no pleito deste ano foi abaixo do esperado. “Com a polarização ficou muito focado na questão petista e bolsonarista. Nós, que sempre trabalhamos na construção de soluções e melhorias, com esse debate ficamos um pouco de fora. A votação da Luisa (Canziani), que mais viabilizou oportunidades para a cidade, foi uma boa votação, mas poderia ter sido melhor na minha visão”, pontuou. Luisa Canziani (PSD) é filha de Alex e foi reeleita para a Câmara com 74.643 votos. 
Canziani construiu a vida pública com a educação e a inovação como motes. Nas eleições de 2018 buscou uma cadeira no Senado, mas terminou em quarto, com mais de 1,3 milhão de votos. Foi vereador em Londrina, vice-prefeito da cidade e secretário estadual, em 1999. Após 38 anos, trocou o PTB pelo PSD no final de 2021. Antes de se candidatar foi secretário de Governo do prefeito Marcelo Belinati (PP).  
Os dois apontaram a dificuldade com o grande número de candidaturas pela cidade e a região. “Temos que trabalhar antes (da eleição), em como podemos fazer com que grupos políticos se unam para lançar candidatos com maior potencial e viabilidade para ganhar”, frisou Canziani. Londrina e região tiveram 137 candidatos à AL e para a Câmara. Somente vereadores londrinenses foram 13. 
Com trabalhos na iniciativa privada, ambos garantiram que continuarão se empenhando para que que suas pautas avancem, mesmo sem mandato. “Sou um homem público e serei até o fim da vida. Vou manter a bandeira da reforma tributária, sou líder nacional do movimento Destrava Brasil”, afirmou Hauly, que tem uma empresa de consultoria econômica e tributária. Disse ainda que, no momento, não pensa em novas disputas eleitorais. 
Já Canziani e seu grupo político começaram a refletir sobre a próxima eleição municipal (2024) e estadual (2026). “Estamos avaliando o que foram as eleições deste ano, mas não tenho nada definido. Agora é hora de esperar baixar a poeira, avaliar com a razão para depois projetar”, relatou o ex-parlamentar, que é bacharel em direito, registrador de imóveis e comanda um cartório no centro de Londrina. 
No Paraná, outros candidatos conhecidos ficaram de fora, como o caso de Rubens Bueno (Cidadania) e Gustavo Fruet (PDT), que disputavam a Câmara, e Plauto Miró (União) e Nelson Justus (União), na Assembleia Legislativa. 
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