Conheça as perguntas (com as respostas) mais feitas sobre Lula no Google – Correio Braziliense

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O cenário das eleições presidenciais no Brasil fez explodir as pesquisas no Google sobre os candidatos à Presidência. Com a conclusão do primeiro turno, no último domingo (2/10), e o início da campanha para o segundo turno da corrida presidencial, surgem dúvidas sobre polêmicas que envolvem os presidenciáveis.
Supostas falas do Lula compartilhadas nas redes sociais, pautas defendidas pelo candidato, apoiadores do petista e questões que envolvem a campanha e o passado do político são as principais dúvidas dos eleitores, de acordo com os dados disponibilizados pela ferramenta Google Trends sobre o petista. 
Para esclarecer os 10 pontos mais procurados, nos últimos sete dias, sobre o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Correio respondeu às perguntas feitas pelos internautas ao Google.
Essa é a frase mais procurada pelos eleitores no Google e surgiu a partir de uma notícia, afirmando que Lula teria falado que “nem Deus tira” essas eleições dele, que circulou nas redes sociais durante a campanha e ganhou força após a confirmação do segundo turno das eleições. Entretanto, a informação é falsa.
Lula teria feito a afirmação durante um jantar com apoiadores. A imagem com a notícia, que teria sido publicada pelo portal G1, não passa de uma montagem. Não existem registros verídicos que comprovem a declaração, e a assessoria do petista negou a veracidade da alegação.
Um áudio do narcotraficante conhecido como Marcola, que está preso desde 1999, viralizou momentos antes do primeiro turno das eleições. Na mensagem, ele teria declarado apoio a Lula e afirmado que Lula é “pilantra” e que Bolsonaro seria “sem futuro”. “Lula também é sem futuro, só que entre os dois, não dá nem para comparar um com o outro”, teria afirmado Marcola.
O áudio teria sido coletado pela Polícia Federal em uma interceptação telefônica e amplamente compartilhado nas redes sociais. Entretanto, a afirmação de que Marcola teria apoiado Lula é enganosa. No sábado (1/10), um dia antes das eleições, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou que o site O Antagonista, o perfil do presidente Jair Bolsonaro (PL), de seus filhos e apoiadores nas redes sociais, além de outros veículos de comunicação, tirassem do ar publicações fazendo referência à essa fake news.
Moraes afirmou que as publicações veiculam “fato sabidamente inverídico, com grave descontextualização”. Essa fala de Marcola foi retirada de uma ligação feita em maio de 2021 e não tem relação com as eleições. “Na verdade, os diálogos transcritos, além de se relacionarem a condições carcerárias, apresentam apenas conotação política, pois retratam suposta discussão de Marcola e outros interlocutores a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro”, constatou o presidente do TSE.
“Embora o teor dos diálogos revele uma discussão comparativa entre os candidatos, não existe declaração de voto, fato constante no próprio título da notícia”, garantiu Moraes.
Nem todos os candidatos que estavam no primeiro turno das eleições no Brasil e os políticos que estão com mandato vigente declaram, até o momento, apoio aos dois candidatos que disputam a Presidência do país.
Desde o primeiro turno, Lula já havia somado apoio de 11 partidos com representação no Congresso. No segundo turno, até a publicação desta matéria, os seguintes partidos e candidatos declararam apoio ao petista:
Ciro Gomes e seu partido, o PDT. O presidenciável derrotado no primeiro turno anunciou apoio a Lula no segundo turno, mas sem citar diretamente o nome do petista. O partido Cidadania; a também presidenciável derrotada no primeiro momento das votações, Simone Tebet (MDB); o ex-senador José Serra (PSDB); o economista e presidente do Banco Central durante o governo FHC, Armínio Fraga e o próprio Fernando Henrique Cardoso, decidiram apoiar Lula na corrida presidencial no segundo turno.
Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social.
Voto em Luiz Inácio Lula da Silva. pic.twitter.com/xgs6citdJv

Ao longo da gestão do PT, Lula acumulou cerca de 20 processos. Desses, por volta de 11 foram mais adiante, mas acabaram anulados, suspensos, prescritos ou resultaram na absolvição do candidato. Lula foi acusado de tráfico de influência, organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.
O presidenciável foi acusado de lavagem de dinheiro no caso das doações ao Instituto Lula, em que a construtora Odebrecht faria pagamentos ao instituto, em forma de doações, como uma retribuição pelos favorecimentos do ex-presidente à empreiteira. O caso não recebeu uma sentença e acabou suspenso.
O Instituto Lula foi alvo de outro processo que envolvia a compra de um terreno em São Paulo, no valor de R$ 12 milhões. Esse terreno teria sido um pagamento de propina da Odebrecht a Lula. Teve o mesmo fim que o caso das doações: não recebeu sentença e acabou suspenso.
Outros três casos foram suspensos: uma acusação de lavagem de dinheiro envolvendo doações recebidas da construtora ARG, que teria sido favorecida por Lula na Guiné Equatorial, um país africano; o caso suecos, em que Lula foi acusado de organização criminosa e tráfico de influência após negociações irregulares envolvendo a aquisição de caças Gripen, que são aeronaves militares e as acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência envolvendo o favorecimento de linha de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Odebrecht realizar investimentos em Angola.
Um suposto favorecimento de outra construtora, a OAS, também foi alvo de processo. Lula foi acusado de tráfico de influência ao tentar influenciar políticos da Costa Rica a contratarem a empresa. O caso foi arquivado.
Dois processos por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, os mais famosos envolvendo o nome do ex-Chefe do Executivo, acabaram prescrevendo: o caso do Sítio em Atibaia, em que Lula foi acusado de depois de aceitar que a Odebrecht custeasse reformas no sítio em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras, e o caso do Triplex no Guarujá, que seguiu a mesma linha do acordo em Atibaia, a empreiteira OAS teria reformado o apartamento em troca de benefícios em contratos.
A absolvição, que Lula fala na campanha, foram dadas em três acusações por falta de provas: no âmbito da Operação Zelotes, em que o ex-presidente e o então chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, aceitaram promessas de vantagens indevidas em troca de favorecer montadoras com a aprovação da Medida Provisória 471, que prorrogou por cinco anos os incentivos fiscais para montadoras de automóveis; o chamado “quadrilhão do PT”, que seria formado por Lula, Dilma Rousseff, Antônio Palocci, Guido Mantega e João Vaccari Neto, em uma suposta organização criminosa que teria desviado dinheiro público de estatais como a Petrobras, e no caso da delação premiada de Nestor Cerveró, onde Lula teria pressionado para que não fosse fechado o acordo de delação no âmbito da Operação Lava-Jato.

Lula passou mais de um ano e sete meses, exatos 580 dias, preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. Ele foi preso em abril de 2018, quando o então juiz Sérgio Moro expediu ordem de prisão em decorrência do processo do Triplex no Guarujá, em que Lula foi acusado de receber o apartamento como pagamento de propina feito pela construtora OAS.
A acusação foi oferecida pelo Ministério Público e confirmada pelo judiciário. O presidenciável foi condenado inicialmente, na época, a 12 anos e 1 mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Um ano depois, a pena foi reduzida para 8 anos, 10 meses e 20 dias. Depois, quando o petista já estava preso, foi condenado novamente, a 12 anos e 11 meses de prisão, também por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do Sítio em Atibaia.
Lula foi preso, em 2018, porque, naquele momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) permitia que os réus começassem a cumprir a pena a partir do momento da condenação em segunda instância, que é quando o tribunal de justiça confirma a condenação determinada em primeira instância judicial.
Em novembro de 2019 esse entendimento do STF mudou e o Supremo determinou que o réu só pode começar a cumprir pena após o trânsito em julgado, que é a fase do processo em que se esgotam todas as possibilidades de recurso. Por isso, Lula foi solto.
Depois de sua soltura, o processo que levou Lula à prisão foi anulado. O STF considerou que Sérgio Moro foi parcial no julgamento do ex-presidente, além de que a Corte entendeu que tanto o caso do Triplex quanto do Sítio deveriam ter sido julgados pela Justiça Federal no Distrito Federal e não em Curitiba, e isso acabou levando à anulação. Por fim, ambos os casos prescreveram.
Em uma fala na campanha eleitoral deste ano, Lula afirmou ser, pessoalmente, contra o aborto, mas disse que o caso deve ser tratado como um “questão de saúde pública” e que “todo mundo deveria ter esse direito”.
“Eu tenho cinco filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. O que eu disse é que é preciso transformar essa questão do aborto numa questão de saúde pública”, disse Lula em entrevista na rádio Jangadeiro, em Fortaleza (CE).
Lula ainda disse que, mesmo ele sendo contra, o aborto existe de “forma diferenciada” dependendo da classe social da pessoa e defendeu que o “Estado tem que cuidar” das mulheres pobre que “por ‘n’ razões decidem abortar”. “É apenas uma questão de bom senso. Ele [aborto] existe, por mais que a lei proíba, por mais que a religião não goste. Ele existe e muitas mulheres são vítimas disso”, ressaltou o presidenciável.
O candidato ainda argumentou que mulheres pobres morrem no Brasil ao tentarem fazer o aborto e, por isso, a pauta deve ser “transformada em uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não vergonha”.
No primeiro turno das eleições Lula recebeu 57.259.504 votos e ficou com 48,4% dos votos válidos. Ele foi o candidato mais votado em 3.376 das 5.570 cidades existentes em território brasileiro e em 14 estados.
A região brasileira que mais votou no candidato do PT foi o Nordeste, ficando com a maioria dos votos em todos os estados nordestinos. Além disso, Lula teve a maioria dos votos em Minas Gerais, Amapá, Amazonas, Pará e Tocantins.
O termo pesquisado no Google surgiu em decorrência do amplo compartilhamento de um vídeo do TikTok de Vicky Vanilla, que se intitula como satanista. Nas imagens, Vanilla aparece vestindo uma camisa do PT, em frente a uma toalha com rosto do Lula estampado, enquanto afirma apoio ao petista e garante que reuniu os segmentos satanistas para assegurar a vitória de Lula como presidente.
O vídeo foi compartilhado principalmente por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que o usaram para associar o candidato petista ao satanismo. Entretanto, não existe ligação comprovada entre Vick Vanilla e Lula.
A campanha de Lula publicou uma nota de esclarecimento desmentindo a suposta proximidade do candidato com o satanismo. “Quem espalha isso é desonesto e abusa da boa-fé das pessoas”, afirmou o comunicado. “Lula é cristão, católico, crismado, casado e frequentador da igreja”, garantiu a nota.
Vick Vanilla também negou o boato. “O vídeo está sendo espalhado como uma fake news a meu respeito e a respeito do candidato Lula, que não tem qualquer ligação com a nossa casa espiritual”, disse o influenciador, que ainda ressaltou que o trecho compartilhado nas redes sociais foi tirado de contexto.
Após a circulação das postagens enganosas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou redes sociais apagarem as postagens que faziam referência à Lula e ao satanismo. 

O vice-presidente da chapa de Lula é o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. O político tem 69 anos, é médico, professor e um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

Lula conta com a articulação de Alckmin para trazer ex-correligionários tucanos para o projeto. Mas há resistências a serem quebradas no Sul e no Centro-Oeste
Lula conta com a articulação de Alckmin para trazer ex-correligionários tucanos para o projeto. Mas há resistências a serem quebradas no Sul e no Centro-Oeste (foto: Ricardo Stuckert)

Alckmin é sobrinho do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Rodrigues Alckmin, e primo do ex-vice-presidente da República, José Maria Alkmin. Durante sua carreira política, que iniciou em 1970, foi vereador e prefeito de Pindamonhangaba, em São Paulo, foi deputado estadual e federal por São Paulo, vice-governador do estado, governador de São Paulo por cerca de 12 anos e Secretário Estadual de Desenvolvimento de São Paulo.
Além disso, Alckmin disputou as eleições presidenciais duas vezes, em 2006 e em 2018.O professor universitário é casado e tem três filhos.

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