Polarização cristaliza na Bahia e acirra disputa em ruas, redes e bastidores – UOL
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A cristalização de um cenário polarizado entre ACM Neto (União Brasil) e Jerônimo Rodrigues (PT) incendiou a disputa pelo Governo da Bahia e acirrou o embate entre os dois candidatos nas ruas, nas redes, nos bastidores da política e até mesmo no Judiciário.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (21) confirmou uma tendência de avanço do candidato petista, que chegou a 31% das intenções de voto. O ex-prefeito de Salvador se mantém na liderança e registra 48%.
O crescimento de Jerônimo deu novo impulso para a campanha do PT. No núcleo duro petista, é corrente a comparação com as campanhas na Bahia de 2006 e 2014, quando os candidatos do partido partiram de um patamar baixo, cresceram e viraram na reta final.
Para isso, contam com a avaliação positiva do governo Rui Costa (PT) e o apoio do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT): “Jerônimo tem duas âncoras que dão muita sustentação: uma puxada nacional extraordinária com Lula e uma infantaria representada pelas entregas de Rui Costa”, avalia o senador Jaques Wagner (PT).
Por outro lado, ele reconhece a tendência de um embate mais duro na eleição deste ano. Isso porque, do lado adversário, o PT enfrentará uma oposição mais forte, mais organizada e, desta vez, com o seu principal líder como candidato a governador.
Conhecido por 93% dos eleitores, segundo o Datafolha, ACM Neto partiu um patamar alto de intenção de votos e percorre a campanha como uma corrida de resistência. Ao contrário do adversário, se manteve neutro na eleição nacional para atrair eleitores de Lula e Jair Bolsonaro (PL).
Tem como principal ativo a gestão bem avaliada como prefeito de 2013 a 2020 e aposta em um desgaste natural do grupo político adversário, que está há 16 anos no poder.
Para isso, mira suas baterias nas áreas de segurança pública, onde a Bahia lidera em número de homicídios, e, na educação, área que foi comandada por Jerônimo de 2019 a 2022 e que registrou o quarto pior desempenho no Ideb para o ensino médio em 2021 dentre os estados brasileiros.
O quadro repete uma polarização entre dois grupos políticos registrada na Bahia desde 1998, explica o cientista político Cláudio André de Souza, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
“A eleição tende a ser bastante acirrada porque o candidato governista é desconhecido e tem um adversário forte, que passou muito tempo em pré-campanha. Tudo indica para uma curva de crescimento de Jerônimo, mas talvez ela não seja suficiente”, avalia.
Nesta reta final da campanha, ACM Neto e Jerônimo apostam todas as fichas em uma estratégia de terra ocupada. Ambos intensificaram viagens: visitam até cinco cidades por dia, prestigiam líderes locais e tentam mostrar força eleitoral em atos com apoiadores.
Cada movimento é devidamente registrado nas redes sociais, republicado por apoiadores e disseminado em um ecossistema digital para alcançar o maior número possível de eleitores.
O ex-prefeito de Salvador tem maior alcance nas redes, com cerca de um milhão de seguidores apenas no Instagram e maior engajamento de seus vídeos oficiais. Mas foram as críticas a ACM Neto que geraram maior repercussão nas redes durante a campanha.
A principal delas foi a autodeclaração racial de ACM Neto como pardo na Justiça Eleitoral, episódio fez crescer buscas relacionadas ao ex-prefeito, segundo Google Trends.
Em entrevista à TV Bahia, o ex-prefeito questionou os critérios do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que considera pardos e pretos como negros. Disse se considerar pardo, mas não negro.
“Eu me considero pardo. Você pode me colocar ao lado de uma pessoa branca, há uma diferença bem grande. Negro, não. Não diria isso, jamais”, afirmou. O episódio ganhou as redes sociais e impulsionou memes, vídeos e paródias.
Ao ser questionado sobre o assunto, o candidato rebate as críticas, diz que já se declarou pardo em 2016 e lembra que Rui Costa se declarou de forma semelhante em 2018.
No campo político, depois da batalha pelo apoio de partidos que precedeu o registro das chapas, ACM Neto e Jerônimo Rodrigues trabalharam para criar dissidências no campo adversário. Um dos principais focos é assegurar o apoio de prefeitos, considerados fortes cabos-eleitorais no estado.
Jerônimo iniciou a campanha com o apoio de 272 prefeitos contra 114 que declararam apoio a ACM Neto, segundo levantamento do cientista político Cláudio André e de Raquel Carvalho, professora da Universidade Católica do Salvador.
A seu favor, ACM Neto tem o apoio de prefeitos de cidades onde vivem 7,8 milhões de pessoas. Jerônimo, por sua vez, tem prefeitos como cabos-eleitorais em municípios onde estão 6 milhões de baianos.
“Os prefeitos ficaram relativamente divididos. Os governistas têm mais apoiadores, mas há um equilíbrio quando a gente analisa a força dos municípios”, avalia Cláudio André.
Desde o início da campanha, ACM Neto conseguiu atrair para o seu lado mais prefeitos que estavam com Jerônimo –na semana passada, cinco desembarcaram do barco governista. Por outro lado, viu parte de seus aliados focarem suas campanhas e deixarem de lado disputa para o governo.
No domingo (18), por exemplo, o deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP), aliado de ACM Neto, pediu votos para Lula em ato em Ipiaú e, sem citar o nome de Jerônimo, disse para os eleitores votarem no petista para o governo.
A batalha de bastidores também chegou ao campo judicial, com uma disputa em torno da propaganda eleitoral no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
A coligação liderada por ACM Neto perdeu cerca de 9.000 segundos de propaganda —o que equivale a cerca de 300 inserções.
Com um apagão no rádio e na televisão, o candidato cobrou tratamento igualitário no julgamento –a maioria das ações movidas contra o petista, que perdeu 600 segundos, não foram julgadas.
“Não queremos nenhuma vantagem, mas também não vamos aceitar ser prejudicados. Queremos a mesma celeridade e o mesmo tipo de julgamento”, afirmou ACM Neto. O TRE-BA indicou que os casos devem ser julgados até a próxima segunda-feira (26).
Os petistas aproveitaram o episódio para acusar o ex-prefeito de pressionar o Judiciário: “Ele tem um cacoete de chefe de grupo. É um político novo na idade, mas antigo de cabeça”, disse Jaques Wagner.
ACM Neto, por sua vez, acusou os oponentes de agirem com agressões e mentiras na campanha: “Eu virei alvo preferencial dos meus adversários. Estamos vivendo uma campanha em um nível que acho que não se via na Bahia há muitos anos”, afirmou ao portal Bahia Notícias.
Às vésperas da eleição, a tendência é de mais esgarçamento entre as duas principais forças políticas do estado e uma disputa voto a voto até o dia 2 de outubro.
O PT aposta em uma agenda com Lula, ainda não confirmada, para tentar criar uma onda na reta final. A oposição, por sua vez, está de olho no voto útil e mira eleitores de João Roma (PL), candidato apoiado por Bolsonaro. Ele tem 8% das intenções de voto, segundo o Datafolha.
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