Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida – Arquidiocese de Vitória
Hoje, doze de outubro, celebramos o dia Daquela sobre a qual a Princesa Isabel disse em sua carta: “eu diante de vós, sou uma princesa da terra e me curvo, pois és rainha do céu, e te dou tão pobre presente que é uma coroa que seria igual a minha, e se eu não me sentar no trono do Brasil, rogo que a senhora se sente nele por mim e governe perpetuamente o Brasil. ”
A primeira leitura (cf. Est 5,1b-2; 7,2b-3) nos diz que a rainha Ester interveio junto do rei Assuero em favor do povo judeu ao qual pertencia. Ao mesmo tempo, menciona-se a graciosa beleza desta “flor do seu povo”. A rainha Ester, judia, era protegida pelo povo que governava por causa de suas qualidades reais e da presença de Deus em sua vida. Ester simboliza o amor de Deus por qualquer nação que expressa sua confiança nele, reconhecendo seu trabalho na “Rainha” Maria, mas também acolhendo sua vontade e justiça como a direção de seu caminho. Pois se a vontade justa do rei é negada, não adianta pedir a intercessão da rainha.
A segunda leitura (cf. Ap 12, 1.5.13a.15-16a) nos remete à liturgia da Assunção. Maria, que protege a humanidade e a Igreja, cumpre a missão de mãe e mestra. Maria gerou, trouxe o Salvador ao mundo e testemunhou sua vitória, esta é a união de Maria e da Igreja, cuja missão é trazer o Salvador ao mundo e testemunhar a vitória de Cristo como Rei da humanidade. Isso une Maria e a igreja na obra da salvação.
O Evangelho de hoje (cf. João 2,1-11), narra as bodas de Caná e está inserido no contexto da família. Nossa Senhora deve ser lembrada como a padroeira da família. Deste modo, nossa família deve ser consagrada no coração mariano, deve ver Maria como a protetora de que precisam e sua intercessora privilegiada junto a Deus, porque, pergunte à mãe e o filho responderá. Maria intercedeu junto a Jesus. Não podemos ter carência da proteção de Maria, pois ela é aquela que nos protege, nos pega no colo e nos lembra sempre, que está tudo bem, eu estou contigo. Da mesma forma, ela intercede pelas múltiplas necessidades do povo brasileiro. Maria, nossa Mãe, Mãe de Misericórdia, cuja ternura toca os nossos corações, acolhe e responde aos nossos pedidos, dos mais simples aos mais complexos e difíceis. Maria acreditou completamente em Jesus, em seu poder salvador, em sua bondade e em seu amplo coração de bondade. O vinho acabou e Maria intercede, pedindo ao funcionário que “faça o que ele diz”. Maria também distribuiu grande parte da riqueza desta graça para as crianças que recorreram a ela em busca de ajuda. Sobre ela, podemos dizer o mesmo que aconselhava o sumo sacerdote de Jesus na carta aos Hebreus: “Aproximemo-nos do trono da graça com confiança, para alcançarmos misericórdia” (cf. 4,16).
De Maria aprendemos o silêncio que nos permite experimentar Deus e crescer na caridade. Maria falava muito pouco, todo o seu ser apontava para Deus. Ela nos ensina o significado do quarto grau de humildade referido por São Bento, que consiste em “abraçar a paciência com um espírito calmo nas coisas difíceis e desfavoráveis”.
A experiência com Nossa Senhora deve ser aquela cujo o sentimento é deixar que ela acalme os nossos corações, não esperemos grandiosas manifestações, mas que a ação dela venha como uma brisa suave em seu silêncio e nos proteja. Assim como o vinho acabou e ela intercedeu por seu filho, assim também confiemos, pois ela sempre intercede por aqueles que a ela recorrem e que possamos sempre lembrar no nosso dia a dia o que o salmista cantou: escutai, minha filha, olhai, ouvi isto: que o rei se encante com vossa beleza. Que a nossa beleza não seja nossa, mas a de cristo, transfigurado em nossos corações.
Que hoje, povo brasileiro, possamos lembrar que temos uma padroeira, que nos protege e não nos deixa carente de sua presença, temos aquela que nos carrega em seu colo como filhos adotivos, que chamamos de Nossa Senhora Aparecida, ela que intercede por esse povo, que roga por nos junto a seu filho, e que por essa intercessão, o nosso olhar não seja o nosso, mas o olhar de cristo, que o nosso toque, a nossa caridade, não seja nossa, mas a de Cristo, intermediada por Nossa Senhora, que está sempre conosco.
Willian Miranda Cardoso
Seminarista do 3º ano de filosofia
Paróquia de origem: São José, São José, Guarapari – ES;
Paróquia de pastoral: Santa Mãe de Deus, Ibes, Vila Velha – ES.
© Copyright Arquidiocese de Vitória. Feito com por
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