Bolsonarismo, política e perversão – UOL

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Advogado, professor visitante da Universidade de Columbia, em Nova York, e presidente do Instituto Luiz Gama.
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Das abordagens acerca da nova ascensão global do fascismo e sua versão brasileira chamada de “bolsonarismo”, as que privilegiam explicações que relacionam, em uma perspectiva crítica, as dimensões psicanalítica e da economia política são as que mais me têm despertado o interesse.
Neste sentido, destaco as contribuições de Alysson Leandro Mascaro, professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, por quem tive a honra de ser orientado em minha trajetória acadêmica. Mascaro, que é autor de livros importantes na área do direito e da filosofia, além de suas inúmeras entrevistas sobre o tema, publicou recentemente o livro “Crítica do Fascismo” (Ed. Boitempo, 2022).
Ao tratar do fascismo como ideologia, o autor não o considera apenas um meio de ocultar a realidade social ou invertê-la; ele considera que o fascismo também opera uma dimensão criadora. Ou seja, o fascismo é uma máquina de produção de desejos, um processo de constituição da subjetividade.
O fascismo corresponde no plano político-institucional ao desejo orientado pelo assassinato e pelo suicídio. Ele se alimenta das frustrações cotidianas, da ausência de perspectivas, da desesperança, do fracasso e do desespero. Diante de uma sociedade incapaz de suprir as necessidades básicas da maioria das pessoas e de projetar um mundo para além do deserto do real, ficam abertas as portas para o fascismo e, consequentemente, para um modo de vida em que o outro é sempre tido como um obstáculo a ser eliminado.
Não é por acaso que o bolsonarismo, e outras formas contemporâneas de fascismo, estabelecem a liberdade como o ponto de apoio de suas pautas políticas. Não se trata, por óbvio, da liberdade em seu sentido clássico que, de um jeito ou de outro, é moldada por alguma forma de consenso que se realiza na forma do Estado e na relação jurídica.
O bolsonarismo reivindica uma liberdade sem limites ou responsabilidade, que no fim das contas nem é liberdade, mas uma “licença” para fazer o que bem entenderem, sem limites, sem freios morais, sem ter que respeitar outras pessoas, sem se submeter aos constrangimentos da legalidade.
É em nome da plena vazão dessa pulsão de morte que o bolsonarismo não aceita regras ou limites institucionais. Armas, destruição ambiental, desprezo pelos pobres, deboche para com pessoas doentes, manipulação da religião, mentiras, racismo, misoginia, homofobia, tudo isso são expressões dessa lógica assassina e suicidária que tomou conta do Brasil.
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Como muito bem lembra Mascaro, o “mito” é a realização do desejo do homem médio, espremido pela miséria material e espiritual do capitalismo em crise. O “mito” é o gozo sangrento, é o prazer espetacular com a morte. O mito é o espírito da liberdade ilimitada; ele é presidente e não trabalha, ofende as pessoas e as deixa morrer, anda de moto sem capacete durante o expediente, faz turismo em funerais, mente descaradamente, deixa os filhos fazerem o que quiserem e nada, absolutamente nada acontece com ele.
Ele não é punido, ele não se arrepende, e nem é cobrado por jornais como esta Folha por não ter apresentado um plano para a economia nem em 2018 e nem agora, em 2022. Bolsonaro é a encarnação do sonho de gozar sem responsabilidade e de não se submeter aos desejos de ninguém a não ser os próprios.
Bolsonarismo é gozo perverso. Por isso não precisa convencer seus adeptos de que é o melhor para o Brasil, mas somente de que ele é o triunfo do que de pior habita em cada um de nós. É o fracasso orgulhoso, o fracasso triunfante da dor. Seus seguidores não acreditam nas mentiras de seu líder porque foram aliciados, mas porque são pessoas constituídas emocionalmente no mundo de mentiras projetado pelas falas e ações de seu guia.
Assim, desarmar o fascismo e suas expressões passa por reorientar politicamente o desejo para formas de viver não alimentadas pela morte. Será um bom começo retirar o poder do Estado das mãos desta gente a partir do dia 30 de outubro.
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