Reencontro de amigos: agendado! Não quero mais falar de política – JC Online

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Nos últimos meses fomos nos afastando de tiquinho em tiquinho, sem que nenhuma razão houvesse
Bendito 30 de outubro! Que passem logo essas duas semanas.
Quero marcar um churrasco com meus amigos e discutir se meu time volta para a primeira divisão, se o Brasil ganha a copa do mundo ou se o seriado sobre os Romanov vale à pena.
Simples assim. Juntar os pratos, marcar um lugar, escalar o assador e desfrutar do convívio.
Única imposição: não se fala de política.
Nos últimos meses fomos nos afastando de tiquinho em tiquinho, sem que nenhuma razão houvesse. Justificativas às sobras. Falta de tempo, indisposição de um resfriado, muito trabalho ou agendas desencontradas.
Até nos grupos de WhatsApp deixamos de nos falar. Aquelas piadas bobas das quais ríamos desbragadamente não chegam mais. O telefonema para contar o sucesso dos filhos, o nascimento de netos, resumiu-se a recado impessoal e temporário no story.
Outro dia cruzei com um desses amigos na fila do supermercado.
– E aí cara?
– Tudo bem e você?
– Bem também.
– Tá de barba fechada.
– Mudar o visual.
– E você emagreceu prá caramba.
– Contratamos um Personal Trainer.
– A última vez que nos vimos foi há três meses.
– Não, foi no início do ano.
– É mesmo. Vamos marcar para tomar aquela cerveja lá em casa.
– Combinado.
– Ligo para você.
– Tá certo, espero.
Estou esperando a ligação até agora. Confesso envergonhado, também não tive vontade nenhuma de telefonar para o cara.
Dizer o que? Estou cansado, ele está cansado e não somos exceção.
Com o maniqueísmo que nos tomou pelas disputas da arena política (mas não exclusivamente nelas) fomos estimulados a falar com quem fala nossa linguagem. Com quem pensa rigorosamente como a gente. A não aceitar, sob nenhuma hipótese, a divergência cognitiva.
E deu no que deu. Um verdadeiro assalto do livre pensar e discordar a nos subtrair a liberdade de ter opinião.
Mas a sociedade não pode viver assim. O cidadão precisa das outras pessoas para dividir o ônus de enfrentar os desafios diários da sobrevivência e projetar um futuro menos incerto. É o princípio milenar que lastreou a construção das famílias, clãs, tribos, vilas, cidades, estados.
Passado o turbilhão da eleição, torço para que conversas amenas e construtivas voltem a ser o padrão dos relacionamentos sociais. Eu acredito, foi assim por muitos anos. Onde vamos marcar o churrasco?
Paz e Bem!
Otávio Santana do Rêgo Barros, general de Divisão da Reserva
 
 

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