Executivos de empresa aérea, que recusarem aviões da Embraer, vão presos por corrupção – AEROIN
Autoridades policiais da República Democrática do Congo (RDC) prendeu, na sexta-feira passada, o diretor financeiro da companhia aérea Congo Airways, Emile Gilbert Kakese, sob acusação de desvio de dinheiro público. O mandado de prisão incluía também o diretor-geral da empresa, mas ele não foi encontrado e, portanto, dado como foragido.
Os dois, que tinham alguns dos maiores cargos da empresa estatal, tomavam todas as decisões. Com isso, todos os seus atos recentes ficam sob suspeita, incluindo aquele que resultou no cancelamento de um pedido de aeronaves da Embraer.
O caso está causando agitação em Kinshasa, capital do país. De acordo com informações relatadas pela RFI, Kakese teve que explicar irregularidades observadas na gestão da empresa na sequência de uma investigação da Inspeção-Geral das Finanças (IGF). Seu depoimento levou a justiça a colocá-lo sob mandado de prisão no final da audiência. Ele foi acusado de má gestão e desvio de fundos públicos.
De acordo com o IGF, todos os meses teriam sido deduzidos 1,5 milhões de dólares americanos do valor destinado à compra de combustível, que deveria ser devolvido ao Ministério da Economia. No entanto, ao invés de devolver os recursos públicos, o dinheiro ia parar na mão de terceiros através de repasses fraudulentos.
O executivo-chefe da Congo Airways, Pascal Kasongo Mwema que, por sua vez, já havia sucedido outro executivo da empresa que suspenso após denúncias de corrupção, também é acusado de gestão temerária e desvio de dinheiro. Até o momento, no entanto, ele não foi encontrado.
Em julho, o AEROIN reportou outra história envolvendo a Congo Airways. Naquele momento, uma mudança no livro de pedidos da fabricante indicava ao cancelamento do pedido de quatro unidades do Embraer E2 da empresa congolesa. Um deles, do modelo E190-E2, já estava pronto na fábrica da Embraer há meses, mas até hoje não foi entregue.
A mudança nos planos da empresa não foi publicamente explicada nem por ela e nem pela Embraer, mas indicaria que a aérea estaria trocando os aviões brasileiros pelo Airbus A220-300, concorrente dos E-Jets. A decisão, no entanto, passou pelas mãos dos dois acusados por corrupção citados acima.
Essa também foi a primeira perda que a Embraer registrou de um cliente que já tinha encomendado um jato E2.
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