Como foi o acidente que fez o ex-presidente Lula perder o dedo mindinho? – UOL Confere

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Matheus Brum
Colaboração para o UOL
22/10/2022 04h00
Candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma marca nas mãos de seu passado como torneiro mecânico. Ele perdeu o dedo mínimo da mão esquerda em um acidente de trabalho.
Em várias entrevistas ao longo da trajetória política, Lula narra o acidente que lhe custou o dedo. O então torneiro mecânico trabalhava na metalúrgica Independência, no bairro Vila Carioca, em São Paulo, em 1964. Em entrevista ao podcast PodPah, ele disse que a fábrica produzia “botão de cofre e puxador de porta”.

Em uma madrugada, turno em que o ex-presidente trabalhava, uma das prensas quebrou. Lula então fez um parafuso para fazer a máquina voltar a funcionar.
“Eu fiz o parafuso e, quando fui colocar, o companheiro prensista que estava cochilando distraiu-se, largou o braço da prensa, que fechou, e eu perdi o dedo”, disse Lula, em uma das primeiras entrevistas em que falou sobre o tema, concedida ao jornalista Mário Morel, em 1979.
O acidente poderia ter sido pior. “Eu estava com a mão [dentro da máquina], puxei. A minha sorte é que abri a mão e ficou só o dedinho”, relembrou Lula, no PodPah.
Como o acidente foi de madrugada, Lula precisou esperar o amanhecer para ir até o hospital Monumento, o único que atendia os trabalhadores da região, segundo conta.
“Eu fui atendido pelo médico às 7h da manhã. Pobre, trabalhando à noite, o sistema do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) não tinha muita opção. O médico poderia ter aproveitado um pouquinho para coçar o ouvido. Ele preferiu cortar tudo”, disse Lula em entrevista ao apresentador Jô Soares, da TV Globo.
“Se fosse hoje o médico deixava um toquinho. Mas naquela época, o peão fedendo a óleo, a mão cheia de graxa, para que esse toquinho? Arrancou tudo”, relembrou Lula ao PodPah.
Nas entrevistas, o ex-presidente disse que passou a ter vergonha da falta do dedo.
“Eu tinha preconceito. Eu tinha vergonha de usar aliança e as pessoas não verem meu dedo. Andava muito com a mão fechada. Depois, passei um tempo aprendendo a lavar o rosto. Eu ficava com a mão aberta, colocava a água e [quando levava para o rosto] a água caía”, contou ao Jô.
Em outra entrevista em 1998, Lula recordou que esse tipo de acidente era comum entre os metalúrgicos: “Muita gente ficava sem dedo ou sem pedaço de dedo. Naquele tempo, a segurança do trabalho era quase inexistente.”
Por causa do acidente, Lula foi indenizado em 350 mil cruzeiros, usados para comprar um terreno e móveis para a mãe do ex-presidente.
A ausência do dedo é frequentemente destacada por opositores políticos, em tom pejorativo.
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