Fórmula 1 | O que é halo e por que ele é importante? – Canaltech

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Por Paulo Amaral | Editado por Jones Oliveira | 22 de Outubro de 2022 às 16h00
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O halo é um dispositivo criado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para aumentar a segurança em um dos esportes mais perigosos do mundo, que tem na Fórmula 1 seu principal expoente. Afinal, ao acelerar um carro de F1 a mais de 300 km/h, qualquer erro pode ser fatal.
Em palavras ainda mais simples, pode-se definir o halo como uma barreira protetora instalada na parte externa do cockpit de um carro de Fórmula 1. Seu objetivo é impedir a entrada ou o impacto de grandes objetos no habitáculo do piloto, preservando a integridade física dele em caso de acidentes, capotagens e afins.
O halo é uma peça que pesa entre 7 e 14 kg e tem como principal componente o titânio, um dos metais mais resistentes do mundo. O resultado é que o acessório aguenta uma pressão de até 12 toneladas, equivalente ao peso de muitos caminhões tipo truck.
A ideia de introduzir o halo para dar maior segurança aos pilotos da F1 em caso de acidentes surgiu em 2011, após um estudo encomendado pela FIA para evitar (ou ao menos reduzir) as chances de acidentes fatais se repetirem nas pistas. O acidente que matou Henry Surtees na Fórmula 2 em 2009 foi o que motivou a busca por melhorias.
O conceito final do halo não foi definido em consenso tão rapidamente. O objetivo comum, no entanto, ficou claro desde a primeira reunião convocada pela cúpula da FIA: desenvolver um equipamento capaz de proteger completamente o piloto de impactos causados pelo conjunto pneu + roda em velocidades de até 225 km/h.
A partir daí, três projetos foram criados e testados pelas equipes durante os treinos livres das temporadas 2016 e 2017 da Fórmula 1:
Os testes constataram que o Aeroscreen não entregava o nível de proteção desejado e o Shield distorcia o campo de visão dos pilotos. Nascia, então, o halo com a melhor forma de preservar a integridade física dos pilotos na maior parte dos acidentes (carro com carro e carro com ambiente).
Quando foi incorporado ao design dos carros de corrida, em especial aos bólidos da Fórmula 1, o halo recebeu uma enxurrada de críticas. Afinal, apesar de ter sido criado com o objetivo de evitar ferimentos e salvar vidas, ele não é uma peça esteticamente agradável aos olhos.
Beleza à parte, o motivo pelo qual o halo é um acessório tão importante no automobilismo é bastante claro: sem ele, o risco de vida dos pilotos seria consideravelmente mais alto, e exemplos não faltam para comprovar isso.
Helmut Marko, consultor da equipe Red Bull, era um dos que criticavam a utilização do halo, mas mudou de ideia depois de analisar imagens de um acidente ocorrido no GP da Inglaterra de 2022 com o chinês Guanyu Zhou, piloto da Alfa Romeu.

“Você tem de dizer que é realmente graças ao halo. Não teria como Zhou sobreviver sem ele. Mas isso também mostra o quão bem a FIA está desenvolvendo a segurança”.
O chinês Guanyu Zhou não foi o único a ter a vida salva pelo halo na Fórmula 1. A lista conta até mesmo com o multicampeão Lewis Hamilton, que passou por uma experiência nada agradável durante o Grande Prêmio de Monza, em 2021, ao ver as rodas da RBR de Max Verstappen pararem, literalmente, em cima de sua cabeça.

“Tenho muita sorte e agradeço ao halo por ter salvo meu pescoço. Estou grato por ainda estar aqui”, comentou o britânico, em entrevista à BBC de Londres, após o término daquela prova.
O susto de Hamilton não foi maior do que o de Romain Grosjean em 2020. Na oportunidade, durante o GP do Bahrein, ele perdeu o controle do carro e bateu a mais de 250 km/h contra o muro. O carro se partiu em dois, e o piloto só não foi decapitado porque o halo o salvou.
“Eu não era a favor do halo há alguns anos, mas acho que foi a melhor coisa que trouxemos para a F1. Sem ele eu não estaria aqui falando com vocês”, testemunhou, após quase trocar figurinhas com a morte.

Outro grande nome da F1 que teve a vida salva pelo halo foi Charles Leclerc, piloto da Ferrari. Em 2018, ele ficou de espectador após Alonso e Hulkenberg se tocarem na largada do GP da Bélgica e só não enfrentou consequências graves porque o halo impediu a roda do carro de atingir sua cabeça.

Não foram apenas os pilotos da F1 que tiveram as vidas salvas pelo polêmico, mas necessário halo. O primeiro teste de fogo do acessório aconteceu em 2018, ano em que foi adotado, mas nas pistas da Fórmula 2.
Nirei Fukuzumi, literalmente, passou por cima do carro pilotado por Tadasuke Makino, mas, graças ao halo, nada de mal aconteceu. Também na F2, mas em 2022, foi o norueguês Roy Nissany quem “nasceu de novo” e saiu ileso após o carro de Dennis Hauger passsar por cima de sua cabeça.

Na Fórmula 3, em 2019, Alex Peroni voou de forma espetacular e cinematográfica após se tocar com outro carro na pista de Monza. A aterrissagem foi de cabeça, em cima da barreira de proteção, mas a morte não conseguiu ceifar a vida do piloto graças ao halo.
Por tudo isso, a importância do acessório já fez todo mundo esquecer a pouca beleza dele, não é mesmo?

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