Com tanta polarização, como falar de política com as crianças? Veja dicas – AnaMaria
Como lidar com essa polarização política, sem precedentes, na vida de nossos pequenos
Redação Publicado em 28/10/2022, às 08h00
“O que é genocida?”, “Por que a lula é má? Ela morde?”, “Quem é o maior vilão: o Lula ou Bolsonaro?”, “Se o vilão ganhar, quem poderá nos salvar?”, “A gente pode votar no Homem Aranha?” Sim. É exatamente o que você está pensando. Crianças entre 2 e 7 anos de idade têm feito estas e outras perguntas a respeito dos candidatos à presidência da República. A polarização que divide ao meio todo o país chegou aos ouvidos dos pequenos. E mais: eles têm debatido a respeito do tema, da mesma forma que discutem sobre a velocidade do Sonic ou do Flash.
E se o tema já cria climas difíceis entre adultos, afasta amigos e familiares, provocando uma sensação de tensão em diferentes espaços, imaginem o perigo desse tipo de discussão entre crianças que não entendem ao certo o que significam propostas de governo, desapropriação de terras, corrupção, rachadinha, sigilo, fascismo, esquerda, direita, aborto, legalização de drogas ou armas, entre outros temas que estão em pauta há semanas, não apenas nas mídias, como também na mesa das refeições diárias dentro de casa e até mesmo na escola.
Como lidar com essa invasão política sem precedentes na vida de nossos pequenos que nem ao menos aprenderam a ler ou escrever? Mudamos de assunto? Aproveitamos para introduzir o tema, dentro do possível e de acordo com a idade deles? Para responder essas e outras perguntas, conversamos com especialistas em política e educação na coluna de hoje.
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Há algumas semanas, antes mesmo do primeiro turno, um vídeo viralizou nas redes, com crianças que não passavam de 6 anos discutindo sobre os principais candidatos à presidência. As falas sobre eles, muito claramente, partiam da visão dos pais sobre os mesmos concorrentes. A pessoa que filmou tentou moderar o que estava acontecendo, mas, assim como tem se visto nos grupos de Whatsapp e demais redes sociais, chegar a um consenso foi impossível.
Para Katia Chedid, educadora e especialista em neurociência aplicada à educação, quando as crianças são muito pequenas, o importante não é falar de partidos políticos e de políticos especificamente, pois muitas vezes elas não têm maturidade para entender alguns argumentos e nem devem ser expostos a falas de extremistas que são ofensivas e preconceituosas. Mas falar sobre a escolha de representantes que vão defender seus valores, como esse processo acontece e o motivo da votação para promover uma consciência cívica e um engajamento social é importante.
“Perdemos os valores quando julgamos a moral de quem não concorda conosco e os ofendemos. Por isso, devemos ensinar aos nossos filhos a discordar com educação, empatia e respeito à opinião contrária. Podemos mostrar visões diferentes sobre o mesmo assunto, ensinando a discutir sem ofender quem não concorda conosco. Isso é ensinar respeito e ser democrático. O poder do voto, da democracia e do processo de escolha de nossos representantes deve ser valorizado nessa conversa. Por isso, evite falar “político é tudo igual”, “política não se discute”, “político é tudo ladrão”. Precisamos desmistificar esse mundo para que nossos filhos escolham bons representantes no futuro e, se quiserem entrar nesse meio, que sejam bons políticos”, pontua.
Claudia Bastos, mãe da Luiza, sempre manteve esse assunto meio camuflado quando os sobrinhos eram crianças e perguntavam algo, mas com a filha, especialmente pela enorme polarização que acontece no Brasil esse ano e pelos questionamentos vindos da menina, encontrou uma forma de falar sobre o assunto, mas de maneira mais lúdica. Isso porque a filha, de 4 anos, começou a perguntar sobre os candidatos à presidência, pois ficou preocupada achando que eles iriam destruir a casa da família.
“Ela chegou a dizer que um deles machuca crianças e poderia vir na nossa casa à noite. Fiquei bem preocupada e conversei sobre o tema de forma leve. Expliquei que, assim como a síndica do nosso prédio, que ela conhece bem, o presidente vai organizar as coisas importantes do país todo e que a gente precisa escolher bem em quem vamos votar para saber se a pessoa está bem preparada para cuidar de tantos lugares e pessoas. Precisamos saber sobre os planos deles para cuidar da saúde, da educação, da alimentação das pessoas. Ela entendeu um pouquinho melhor, mas ainda ficou preocupada, porque tem muita criança assustada comentando sobre o assunto na escola”, comenta.
Para Regina Alves, pedagoga e fundadora da Rede Decisão, abordar o assunto política com as crianças é, sem dúvidas, importante. “Precisamos ter a noção de que, hoje em dia, a criança já está exposta a diversas formas de comunicação e a ideia de que precisamos privá-las de determinados assuntos é enganosa, justamente porque o maior problema não é se assunto X ou Y vai chegar até elas, mas, sim, a forma como isso chegará. Por isso, é preferível que esses debates sejam introduzidos pela própria família às crianças, de forma tranquila e responsável”, avalia.
E é exatamente assim que Daniela Benoit, mãe de Chloé e Amélie, de 15 e 9 anos, aborda o assunto política em casa. Ela conta que esse sempre foi um assunto do cotidiano da família, inclusive com as meninas assistindo sem restrições a debates, jornais e documentários – elas, inclusive, também seguem políticos nas redes sociais. “Eu fui criada assim, em uma família muito politizada. Até hoje, todo almoço de domingo, quando juntamos todos, a pauta é a situação do país. Sempre digo que política faz parte da história e precisamos ter opiniões mais embasadas, entender as estruturas sociais para além de checar as fontes. Até porque política anda junto com justiça social e eu sou bastante exigente em relação a isso. E minhas filhas são super participativas e interessadas. Há vezes até que, quando eu chego do trabalho, elas comentam o que aconteceu no dia, me perguntam se eu vi algo”, conta.
O pedagogo Edson Gabriel Garcia, que é autor do livro “Política: decifra-me ou te devoro!”, explica que é muito importante abordar o tema política com os mais jovens, mesmo que este seja um assunto muito amplo e bastante complexo na maioria das vezes. “Querendo ou não, gostando ou não, este é um tema presente na vida de todos nós e é fundamental falar sobre ele com crianças, jovens e até mesmo com adultos que não costumam conversar sobre política. E esse movimento é essencial até para tirar um pouco a política desse lugar meio esquisito, esquecido e mal-humorado em que ela se encontra hoje e trazê-la para o nosso cotidiano”, diz.
Invariavelmente, a cada quatro anos, quando elegemos quem vai nos governar pelos próximos anos, procuramos saber o que cada candidato tem a dizer sobre as pautas que nos são importantes. Mas nas eleições de 2022 vimos uma participação muito maior de adolescentes interessados nos rumos do país (e até algumas crianças mais velhas). Afinal, são elas que vão herdar e viver no Brasil que estamos “construindo” hoje. Mas como levantar esse senso crítico? Na casa de Daniela, por exemplo, ainda em 2018, quando as meninas perguntaram porque existia tanta corrupção no país, ela colocou as duas para assistir ao filme “Democracia em Vertigem”, que explica como a corrupção já está instaurada no Brasil desde os governos militares, mas que existem outros fatores importantes a serem considerados para a situação que vivemos na atualidade.
“Eu acredito que precisamos dar ferramentas para os nossos filhos pensarem e fazerem suas próprias escolhas. O que eu mostro para elas não é para dizer que, no futuro, terão que votar no partido ou candidato A ou B, mas para que tenham uma base consistente para fazer escolhas de acordo com o que acreditam. Nesse ano, aqui em casa, divergimos de escolha política no primeiro turno, mas no segundo vamos juntos. Mesmo que elas não votem ainda, escuto o que dizem e muitas vezes aprendo com elas, porque elas têm, sim, uma opinião”, esclarece.
Ela ensina às filhas, ainda, que mesmo que não concordem com a opinião de outra pessoa, é preciso sempre ouvir, respeitar e ter discernimento sobre o que é verdadeiro, o que está na lei e de quem é a alçada de poder. “Por conta dessa polarização e do nível da discussão que estamos vivendo não apenas agora, mas desde 2018, precisei inclusive mudar as duas de escola, porque a maioria dos pais tinha valores muito diferentes dos meus, e as crianças sofriam um pouco com o meu posicionamento. E é por isso que, mesmo discordando totalmente do outro, precisamos escutar”, complementa.
Mas Edson faz um alerta sobre não apenas a família abordar o assunto com os filhos, mas das escolas também se posicionarem. Na visão dele, esses locais, de um modo geral, tem uma dificuldade muito grande em tratar temas polêmicos, não apenas política, mas assuntos como preconceito, orientação sexual, entre outros. “Muitas desviam, botam debaixo do tapete e evitam tratar temas que consideram polêmicos. E, na minha opinião, já passou da hora de acabar com essa coisa de que as escolas são apolíticas, que não cabe discutir esse assunto em salas de aula. Quando digo isso não é que a gente tenha que falar sobre a política partidária (embora ela exista e seja muito forte), mas da natureza filosófica da política, da natureza do diálogo consensual que a política tem que ter, da ética política”, reflete.
Nesse sentido, deve-se buscar trabalhar com os conceitos pertinentes à política, como diálogo, representação, participação e os inúmeros ligados ao tema. Ou seja, o assunto tem que ir para dentro da escola. “Ela não pode se fechar ou ter medo de discutir, mesmo que em alguns momentos o debate resvale para a questão partidária, ou que, no calor de uma eleição, isso venha a ferver no ambiente escolar. Novamente, na minha opinião, a pior coisa que a escola faz é ignorar o assunto, fingir que não existe o tema, assim como, muitas vezes, ignora o bullying, o preconceito e outras pautas urgentes. A política precisa ser tratada no ambiente escolar, seja de uma forma curricular mais objetiva, com uma disciplina chamada Política, em que se discuta a história e os conceitos, ou de uma forma transversal em todos os outros componentes e dentro de outras disciplinas. O ensino não pode continuar como é hoje, negando isso, da mesma forma que nega o bullying, o preconceito, as discussões sobre homossexualidade, etc”, enfatiza.
E vale lembrar que escola é um dos principais espaços sociais onde crianças e jovens estão inseridos quase que diariamente, e, por isso, é tão importante que as instituições de ensino levantem o tema. A pedagoga Alexandra Ghilardi Cravenco, que é coordenadora pedagógica do Colégio Leonardo da Vinci, entende que falar sobre política com crianças e adolescentes no ambiente escolar é fundamental para o exercício da cidadania, já que é nesse local que eles iniciam o pensar, o agir e o solucionar questões para o bem coletivo. E mais: que isso não deve acontecer apenas em matérias como História e Geografia, que são as que habitualmente carregam este conteúdo específico.
“Quando estimulamos o senso crítico dos estudantes e oferecemos a oportunidade de analisarem o contexto que estamos vivendo, damos também a oportunidade de pensarem e agirem a favor do que querem para o futuro da nossa sociedade. Precisamos, em sala de aula, levantar os problemas, debater as possíveis soluções e orientá-los a, quando votarem, procurarem políticos que se enquadrem no que pensam ser o melhor para todos”, comenta.
E complementa: “Quando, por exemplo, em uma aula de Biologia, falamos sobre a importância da vacinação, estamos falando sobre política; quando, em Português, abordamos a Literatura, autores, escritores e suas obras, estamos falando sobre política. Quando realizamos projetos sociais na escola e falamos sobre cidadania, sim, também há política. E, não menos importante, devemos sempre nos lembrar e ensinar aos mais jovens que é preciso defender a democracia, pois é ela que garante a cada um de nós a liberdade de opinião política pautada no respeito e direito de escolha no líder que melhor representa nossos desejos”.
Sobre a democracia, especificamente, Chedid fala também sobre a necessidade da escola discutir o tema baseada em fontes confiáveis, com fatos históricos, inclusive explicando sobre todos os regimes políticos que temos no mundo e os que já tivemos. “É preciso que saibam também sobre ditaduras de esquerda e de direita e o quanto elas impactam na vida de uma população. Precisam, ainda, ter informações sobre processos eleitorais de outros países, por exemplo, para que, ao longo de seu desenvolvimento, construam sua opinião alinhada com seus valores de sociedade e de mundo”, esclarece.
Para Regina, da Rede Decisão, embora não caiba à escola entrar no mérito partidário, é muito saudável que, em sala de aula, conceitos como democracia, república, parlamentarismo e sistema eleitoral do país sejam abordados, sempre prezando pelo respeito às ideias divergentes, espaço e tempo de fala de cada um etc. “E há, ainda, tarefas e atividades que podemos propor para crianças e adolescentes nas escolas que podem ajudar nos processos de aprendizagens sobre política no dia a dia. É importante, por exemplo, que os alunos participem de todos os debates: da escolha do representante da turma/ ajudante do dia, das brincadeiras e atividades que serão feitas em grupo, da escolha dos filmes, das leituras, de passeios e atividades culturais, do tempo de recreio. Pode parecer pouco, mas um gesto como levantar a mão antes de falar, esperar o seu momento de contribuir com alguma ideia, ou fazer um questionamento já são atos políticos e muito importantes para entender o convívio em sociedade”, diz.
Além disso, propor debates acerca de temas que dizem respeito às vivências dos estudantes, pedir que cada um defenda uma ideia e que explique seus motivos e aspirações também contribui para o melhor entendimento da política. “Como eu disse, não cabe às escolas falar sobre partidos, ideologias ou candidatos. Mas as famílias podem conversar sobre essas escolhas e é até saudável que o faça. Porém, o mais indicado é sempre dialogar sobre programas de governo, propostas de cada candidato, priorizar algumas pautas que façam mais sentido para a realidade de cada um, verificar o que é fato ou boato, já que, com as redes sociais, a propagação de notícias falsas tornou-se tão comum. O intuito desse debate deve ser sempre evitar brigas, conflitos, e tentar promover uma discussão de ideias, de soluções propositivas, de se colocar no lugar do outro e buscar entender por que determinada pessoa pensa X ou Y e ajudar a encontrar soluções e alternativas que sejam comuns a todos”, conclui.
A política envolve diversos temas (educação, saúde, cultura etc) que são importantes para qualquer cidadão. E fazer crianças e adolescentes pensarem sobre o assunto é, como já pontuamos, importantíssimo, ainda que, quando mais novinhos, não tenham a capacidade de formular algo muito denso. A seguir, algumas sugestões para incentivar nos nossos filhos esse pensamento político já desde criança e dicas de séries, livros e programas que também falem sobre política.
– Perguntas para aguçar o senso crítico e pensamento político, por Alexandra Ghilardi Cravenco, do Colégio Leonardo da Vinci:
Para Crianças:
Para Adolescentes:
– Livros, por Katia Chedid, educadora e especialista em neurociência aplicada à educação:
“O muro no meio do livro”, de John Agge – Tem um muro no meio deste livro. E um pequeno cavaleiro está confiante de que o muro protege o seu lado bom do livro dos muitos perigos do outro lado – um tigre faminto, um rinoceronte gigante, além do pior de todos, um ogro terrível que seria capaz de comê-lo com uma só mordida. Mas nem tudo é o que parece… Com gentileza e humor, O muro no meio do livro, do aclamado autor-ilustrador americano Jon Agee, mostra que em vez de muros precisamos construir pontes. Saiba mais!
“A eleição dos bichos”, do Coletivo Sabichinho – Cansados dos abusos do Leão, os bichos farão uma eleição para decidir quem será o novo soberano da floresta. Mas, para que tudo aconteça da forma mais democrática possível, terão que aprender tudo sobre esse processo tão importante.A bicharada já estava mais do que cansada dos mandos e desmandos do Leão. Ainda mais quando descobrem que ele desviou água do rio para construir uma piscina na própria toca ― onde já se viu? É aí que surge a ideia de fazer uma eleição para escolher um novo governante para a floresta.No páreo estão a Macaca, a Preguiça, a Cobra e o próprio Leão. Mas o que exatamente acontece em uma eleição? Quais são as regras? Como o vencedor é eleito? Este livro explica o funcionamento das eleições de forma divertida e dinâmica para crianças. Prepare-se para descobrir tudo isso junto com os bichos e escolher o seu candidato preferido. Só não conte a ninguém: o voto deve ser secreto!
“Lá fora”, de Andre Neves – Muito tempo atrás, um reino onde não havia cor alguma era habitado por camaleões que obedeciam a um imperador que mandava e desmandava à própria vontade. Entre as ordens, a principal era a de que ninguém podia explorar o lado de fora do reino. Quando um camaleão se arrisca e vê um pouco do que o mundo guarda, encontra surpresas e cores que jamais imaginara existir. Neste livro ilustrado, André Neves apresenta aos leitores uma narrativa repleta de imagens vibrantes, que mostram quão poderosas podem ser as pequenas revoluções que empreendemos ― e como elas são capazes de mudar o curso da nossa própria história. Indicado para leitores a partir de 4 anos.
“A democracia pode ser assim”, de Equipo Plantel – A democracia pode ser assim é o primeiro volume da Coleção Livros para o Amanhã, pensada para crianças entre 8 e 10 anos de idade e que discute a maneira como as pessoas se relacionam em sociedade. Este livro apresenta o conceito de democracia a partir de imagens próximas do cotidiano das crianças, tomando como exemplos a hora do recreio e o jogo: atividades em que todos que participam têm de tomar decisões e assimilar suas regras. O texto se propõe a ser uma primeira abordagem à cidadania e a questões sociais, elucidando o que são as eleições, o papel dos partidos políticos e a importância do voto, dos direitos humanos e da informação para a manutenção das liberdades, tornando mais convidativos temas que de início podem intimidar crianças e adultos. Ao final, foram incluídos dois textos informativos e um roteiro com questões para reflexão, ajudando o leitor a assimilar os tópicos abordados. Outro diferencial foi a inclusão de fotos 3×4 enviadas pelos leitores da editora Boitempo nas capas internas deste livro, acréscimo exclusivo para a edição brasileira.
“Tem lugar pra mim?”, de Fátima Mesquita – Preconceito, discriminação, racismo, estereótipo, bullying, homofobia. Você já ouviu essas palavras? E respeito, direito, cidadania, igualdade, diversidade, paz? Sabia que essas palavras estão diretamente ligadas aos Direitos Humanos? Nesta obra você vai conhecer a história deste documento tão importante na nossa vida e vai compreender que, embora cada pessoa seja diferente a seu modo, somos todos iguais enquanto seres humanos. Iguais e diferentes. Muito complicado? Então abra as páginas deste livro e veja que ele tem tudo a ver com você, com os seus amigos, com a sua família e, principalmente, com a vida em sociedade.
“O que é preciso pra ser rei?”, de Tino Freitas e Leo Cunha – Uma herança? Uma coroa? Um castelo? Ou será que é preciso também sabedoria, empatia, compaixão? Essas perguntas, que vão se sobrepondo ao longo da narrativa, vêm acompanhadas de pequenos conselhos sobre os quais podemos refletir, como a importância de saber partilhar ou o valor de ouvir e procurar compreender quem pensa diferente de nós. As ilustrações, carregadas de elementos líricos, dialogam com o texto de uma maneira encantadora e poética. Os detalhes enriquecem a leitura e propiciam várias surpresas visuais que complementam a narrativa. Um livro capaz de encantar leitores de todas as idades.
– Livros, por Edson Gabriel Garcia, pedagogo e autor do livro “Política: decifra-me ou te devoro!”:
“Ética para meu filho”, de Fernando Savater – O que é que define o ser humano? Não são os instintos ou nossa dotação genética, tão semelhantes aos dos outros animais, mas sim nossa capacidade de decidir e de criar ações que transformam a realidade… e a nós mesmos. Essa disposição, chamada liberdade, é nossa condenação e também o fundamento do que consideramos nossa dignidade racional. Em suas origens gregas, o termo não se referia a nenhuma condição metafísica oposta ao determinismo natural, apenas designava a situação social de quem não era escravo e, portanto, podia mover-se ou agir segundo sua vontade, sem obedecer a um amo, ou seja, que desfrutava da possibilidade de escolher. Hoje, também, para compreender o que entendemos por liberdade (e para educar no seu bom uso), deveríamos analisar cuidadosamente, em primeiro lugar, o que significa e pressupõe a capacidade de escolher.
“Política para meu filho”, de Fernando Savater – Em ‘Política para meu filho’, Fernando Savater procura apresentar as questões básicas que podem interessar ao pensamento político, tanto a nível teórico quanto prático. ‘O que significa a liberdade política?’, ‘Quais são as formas de igualdade?’, ‘A que tipo de solidariedade se pode aspirar?’ Saiba mais!
“Política: decifra-me ou te devoro”, de Edson Gabriel Garcia – O livro trata, por meio de uma linguagem bastante acessível, dos principais movimentos e conceitos da política. A política é algo fascinante, um assunto muito amplo, que transversa por praticamente todos os meios e está presente no nosso cotidiano o tempo todo, e não somente em épocas de eleição. Saiba mais!
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