Bolsonaro fez Brasil perder relevância, e Lula abre portas com EUA, diz analista – UOL

0
51

Acesse seus artigos salvos em
Minha Folha, sua área personalizada
Acesse os artigos do assunto seguido na
Minha Folha, sua área personalizada

Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Gostaria de receber as principais notícias
do Brasil e do mundo?
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu retorno agendado à Presidência abrem oportunidade para que o Brasil recupere a relevância perdida durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), defende Nick Zimmerman, ex-diretor para Brasil e Cone Sul no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca durante o governo Barack Obama —do qual o atual presidente, Joe Biden, foi vice.
Assessor global do think tank Wilson Center, Zimmerman diz à Folha que os ataques constantes de Bolsonaro ao sistema eleitoral —inclusive o dos EUA— dificultaram a cooperação entre os dois países. “Se seu parceiro comercial deixa muito claro que não quer trabalhar com você em assuntos substanciais e você é o presidente dos EUA, você não tem tempo a perder; pula para o próximo.”
O que muda na relação Brasil-EUA com Lula de volta ao poder? Haverá novos desafios e oportunidades. O primeiro grande exemplo é a política ambiental, com políticas de sustentabilidade, conservação e negociações multilaterais climáticas.
Algumas pessoas que podem se envolver com diplomacia climática, como Izabella Teixeira [ministra do Meio Ambiente de 2010 a 2016], uma das cabeças do Acordo de Paris, são extremamente respeitadas, não só em Washington. Isso será uma diferença muito grande se comparado ao ex-ministro Ricardo Salles.
Também é uma oportunidade em relação à democracia, à resposta aos processos de erosão democrática e a como responder ao que o continente tem passado nos últimos anos, com pandemia, crise global e inflação. Como os governos trabalham para promover uma recuperação equânime no difícil contexto global? Como a democracia pode entregar resultados melhores aos mais necessitados? São áreas que terão muito potencial.
O fato de que Bolsonaro consistentemente atacou sem fundamento o processo eleitoral brasileiro fez com que ficasse muito difícil avançar substantivamente em qualquer assunto, porque proteger a democracia é um dos pontos principais do governo Biden. É um governo que passou por um processo de transição muito traumático [com a invasão do Capitólio].

E quais são os desafios? Na área do comércio, durante o governo Bolsonaro, houve discussões de alto nível em relação aos esforços do Brasil para se tornar um membro da OCDE. O governo americano considera iniciativas como essa boas para as relações comerciais e incentivou isso. E agora acredito que haverá menos ênfase em negociações não tarifárias para facilitar o comércio.
Haverá também desafios na política externa. Há turbulência em assuntos como a Ucrânia, sobre o qual ele fez comentários preocupantes, que ultrapassam o limite da falsa equivalência, ao culpar tanto [Volodimir] Zelenski quanto [Vladimir] Putin pela guerra. E quando falamos de um dos maiores países do mundo, são comentários complicados.
Mas isso é normal, é a diplomacia, nem sempre os interesses de duas grandes democracias vão estar alinhados, e é importante que os EUA entendam isso. O potencial para o relacionamento é alto, mas dependerá muito da equipe que Lula formar, se estará disposta a se envolver mais com os EUA. Isso ainda não está 100% claro.

O Brasil também não ocupa hoje um lugar tão importante na política externa americana. Não sei se concordo. Ouço que os EUA não se importam com o Brasil desde sempre. Reconheço que a política externa do governo Biden está focada em outros assuntos, estamos em uma época tumultuosa também no ambiente doméstico, tem a Ucrânia, a inflação, o aumento da insegurança alimentar.
Mas se existe uma queda na importância do Brasil para Washington, a culpa principal disso é de Bolsonaro. Das mentiras dele em seu esforço direto e consciente para politizar a relação e questionar nosso processo democrático ao fazer campanha para a reeleição de [Donald] Trump e demorar semanas para reconhecer a eleição. Também houve crises múltiplas na área ambiental.
Se seu parceiro comercial deixa muito claro que não quer trabalhar com você em assuntos substanciais, e você é o presidente dos EUA, você não tem tempo a perder; pula para o próximo. Isso não é reflexo de perda de importância do Brasil, é o resultado do que foi possível fazer. Bolsonaro foi muito danoso para as relações bilaterais.

Como o governo Obama, do qual Biden era vice, via Lula? Os EUA reconheciam que o Brasil era um jogador influente, com prestígio crescente e que fazia progresso relevante globalmente nas políticas socioeconômicas, de redução da pobreza e na contenção do desmatamento na Amazônia. Mas também havia frustração com essa abordagem ideológica da política externa —que na retórica defendia o fortalecimento de um mundo multipolar, mas muitas vezes na prática era antiamericana.
Biden se manifestou menos de uma hora após o resultado ser anunciado pelo TSE. Há alívio na Casa Branca? O governo Biden está interessado na democracia. Os EUA sempre foram consistentes a esse respeito. E, francamente, também há admiração pela logística do pleito presidencial. Eleições nos EUA, do ponto de vista de procedimentos, são uma bagunça. Os EUA repetidamente expressaram confiança no processo eleitoral brasileiro. Foi um mero reconhecimento para parabenizar uma nação irmã.
Foi ex-diretor para Brasil e Cone Sul no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca durante o governo Barack Obama e atualmente é assessor global do think tank Wilson Center.
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Assinantes podem liberar 5 acessos por dia para conteúdos da Folha
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Leia tudo sobre o tema e siga:
Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha? Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui). Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia. A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!
Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Semanalmente, os principais fatos do globo, explicados de forma leve e interessante
Carregando…
Semanalmente, os principais fatos do globo, explicados de forma leve e interessante
Carregando…
Tecnologia da Mastercard garante a segurança de operações com criptoativos
Empresas devem saber acolher colaboradores com depressão
Havaianas celebra 60 anos como exemplo de inovação
Nova lavadora e secadora da LG alia tecnologia e sustentabilidade
Mackenzie é uma das universidades privadas mais reconhecidas pelas empresas
Lalamove oferece soluções seguras e econômicas para entrega rápida e descomplicada
DNA ajuda a identificar tratamento mais eficaz contra o câncer de mama
Brasil pode ser protagonista da alimentação do futuro
Cidadania global: formação para além do bilinguismo
Brilho eterno: Tiffany cresce e planeja dobrar vendas no Brasil
Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
Rastreamento pode reduzir mortes por câncer de pulmão
Clara facilita vida das empresas na gestão de gastos corporativos
Chegada do 5G traz revolução para o dia a dia dos negócios
Tecnologia com inclusão e diversidade gera inovação
Inteligência artificial e automação moldam o futuro das empresas
Tecnologia permite que pessoas recebam pela comercialização de seus dados
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Na campanha, petista defendeu fim do mecanismo, que será julgado pelo Supremo
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Presidente afirma que direito de ir e vir está na Constituição, mas que outros protestos são 'bem-vindos'
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
Medidas foram articuladas depois do 1º turno por Arthur Lira, um dos principais aliados de Bolsonaro

O jornal Folha de S.Paulo é publicado pela Empresa Folha da Manhã S.A.
Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.
Cadastro realizado com sucesso!
Por favor, tente mais tarde!

source

Leave a reply