Sakamoto: Orçamento enviado por Bolsonaro para 2023 é uma peça de ficção – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Colaboração para o UOL, em São Paulo
03/11/2022 14h12
O colunista do UOL Leonardo Sakamoto falou hoje sobre a transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e destacou quais são os pontos que se desenham como mais difíceis durante esse processo. Para Sakamoto, o ponto que exigirá mais estudo por parte da equipe de Lula será o orçamento da União, que já foi aprovado pelo Congresso para o ano de 2023. Ele chamou o orçamento enviado pelo atual presidente de “obra de ficção”.
Sakamoto destacou que a transição terá início justamente pela questão orçamentária, e também questionou como Lula irá conseguir cumprir suas promessas de campanha com um orçamento tão apertado.

“O orçamento que foi enviado pelo Bolsonaro ao Congresso Nacional é uma peça de ficção, na verdade. Ele havia prometido R$ 600 [de auxílio] para o ano que vem caso fosse eleito, igual ao Lula, só que ele não colocou isso no orçamento da União e não estava lá, é uma peça de ficção”, disse durante o UOL News.
Ele também destacou que, entre as prioridades do governo Lula, estão a manutenção do auxílio de R$ 600 e também um aumento real do salário mínimo, que deve ficar em torno de 1,5% acima da inflação. “Isso significa dezenas de bilhões de reais no orçamento que não estavam [previstos], aí o pessoal está pensando em como colocar. Talvez decretar e fazer algum aumento, usar uma PEC para aumentar os recursos de forma extraordinária”.
Além da manutenção do auxílio e aumento do salário mínimo, Sakamoto afirmou que outra dificuldade para montar o “quebra-cabeça” é conciliar esses gastos com obras do governo e a manutenção da máquina pública.
“Vai ser um trabalho que vai ter que se rediscutir a fundo esse orçamento. E nem toda promessa de campanha do presidente Lula vai poder ser colocada em prática logo no começo. É um quebra-cabeça muito difícil que o pessoal vai ter que fazer daqui até o final do ano a sua mágica”, finalizou.


“Não tinha escolha melhor do que o Geraldo Alckmin para tocar essa discussão dessa transição. Se as pessoas estão com medo do Lula e medo da esquerda, Alckmin é o que nós temos de mais centro e de mais responsabilidade fiscal, de alguém com conhecimento, inclusive, de gestão pública, que pode de maneira minimamente crível sentar na mesa junto com o Congresso e membros do atual governo para discutir como será decidida essa alocação de recursos do Brasil”, afirmou Joel Pinheiro sobre a escolha de Alckmin para comandar a equipe de transição de Lula.
Ele destacou que os principais desafios neste momento de transição para o próximo governo serão econômicos e orçamentários, principalmente visando viabilizar a continuidade do auxílio de R$ 600.
“Uma PEC extraordinária me parece ser o único jeito de viabilizar esse auxílio de R$ 600 ao longo do ano que vem, Isso a gente não está nem pensando nele se tornando permanente. É para viabilizar ao longo do ano que vem [apenas]”.


Há uma dupla comunicação nesse processo e o presidente da República poderia muito bem obrigar seus subordinados a tomarem ações. Ele não fez isso”, disse Sakamoto sobre a possibilidade de Bolsonaro pedir o fim do bloqueio nas rodovias do país.
Ele ainda afirmou que o governo “faz corpo mole” e não há uma vontade real do bolsonarismo para que as estradas sejam desbloqueadas.
“O presidente da República pede e não pede ao mesmo tempo. Se por um lado ele pede diretamente nos vídeos dele, na verdade mais para tirar o dele da reta do que qualquer outra razão, por baixo nas redes bolsonaristas há bombas. Todo mundo está bombando os protestos nas rodovias”.
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