Petrobras do governo Lula x Petrobras do governo Bolsonaro – O Antagonista

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Ontem, a Petrobras divulgou seus resultados trimestrais e um novo pagamento de dividendos, no montante de R$ 43 bilhões, o que foi duramente criticado pela presidente do PT. Saiba quais são as expectativas para a petroleira a partir de agora.
Iniciaremos com o que foi a gestão da Petrobras no governo Bolsonaro. Seguindo a cartilha liberal do ministro Paulo Guedes, a petroleira tinha como norte seguir a PPI, Paridade de Preços Internacionais.
Apesar de a empresa ter trabalhado com defasagem do preço internacional durante grande parte do mandato de Bolsonaro, essa diferença era usualmente de até 20% e, mesmo assim, não por muito tempo. Observamos a empresa com essa defasagem por até 30 dias até uma correção.
Com isso, a média dos preços ao longo do governo Bolsonaro foi de atuar com -10% contra a Paridade Internacional. É importante ressaltar que, com um preço do petróleo elevado, como temos observado nos últimos anos, a Petrobras consegue ficar bem abaixo da PPI e, ainda assim, não ter prejuízos.
Como o atual governo permitiu o preço do petróleo na média em 90% da paridade internacional, a Petrobras, nos últimos quatro anos, foi uma forte geradora de caixa, possibilitando a redução do seu endividamento.
Quando Bolsonaro assumiu, a dívida líquida da empresa era de US$ 69,4 bilhões. No balanço divulgado ontem, esse endividamento estava em US$ 47,5 bilhões, portanto, houve uma diminuição em US$ 22 bilhões. E foi justamente essa redução que permitiu que a empresa alterasse a política de dividendos em novembro de 2021.
Dessa forma, a Petrobras parou o processo de redução de endividamento em 2022 e passou a distribuir integralmente o excesso de geração de caixa operacional.
Com isso, foi possível realizar um pagamento de dividendos de R$ 217,3 bilhões ao longo deste ano. Trata-se de uma renda em dividendos de 65% no ano e que fizeram as ações da Petrobras terem uma rentabilidade de 87% em 2022.
Ao longo de todo o mandato de Jair Bolsonaro, a Petrobras pagou R$ 303 bilhões em proventos. Mas isso tudo é passado e, agora, iremos entrar na expectativa do que será a Petrobras no governo Lula.
Como foi comentado ao longo da campanha por Lula, a empresa voltará a ter mais vocação para seus fins sociais e investimentos. Com isso, os dividendos, que hoje são de 100% do lucro, devem cair para o mínimo regulatório de 25%.
A paridade de preços internacionais também deve ser deixada de lado e a forma de precificação da companhia deve passar a ser de custo de produção mais margem.
Quanto mais elevado for o preço do barril internacional, maior pode ser o percentual da defasagem, ou seja, a nova gestão da Petrobras tem boa margem de manobra com os atuais preços do Petróleo Bruto (Brent) girando ao redor de US$ 95 o barril.
Segundo os contratos futuros, o cenário para o petróleo nos próximos quatro anos é de negociar entre US$  70 e US$ 100 o barril. Nesse contexto, estimamos que para ter um lucro zero, como explicamos melhor neste Relatório, a Petrobras pode, na média, trabalhar com uma defasagem de 30% sem que isso leve a um aumento de seu endividamento. No entanto, com um petróleo de US$ 95 o barril, como temos hoje, essa defasagem pode ser de até 40%.
Claro que podemos ter um cenário ainda pior, no qual a empresa pode gerar prejuízos constantes, mas, se seu objetivo é saber quais são as melhores pagadoras de dividendos, clique aqui e conheça a série Dividendos Extremos.
João Abdouni, analista CNPI na Inv Publicações.
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