Joel: Positiva ao país, negociação entre partidos volta a nossa política – UOL Confere

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Colaboração para o UOL, em São Paulo
08/11/2022 15h18
Após a deputada federal Gleisi Hoffmann, dirigente nacional do PT, convidar o MDB para compor a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o comentarista do UOL News Joel Pinheiro afirmou que a negociação entre partidos está de volta a política brasileira após o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) “ficar batendo cabeça”. Joel classificou a situação como positiva para o país, mas também fez alertas para dificuldades que uma coalizão muito grande pode encontrar.
“A ideia de se fazer política com os partidos voltou, e voltou de maneira natural. Fazer política e negociar alianças com partidos para compor uma equipe de transição e compor talvez até um ministério, tendo em vista formar uma base que permita ao governo efetivamente governar”, começou analisando Joel.

“Acho que é um esforço necessário compor com partidos do Congresso. Se o governo Lula conseguir compor com o MDB para negociar com Baleia Rossi e Simone Tebet, não tenho a menor dúvida que o país sai ganhando”, concluiu.
Ainda durante o UOL News, Joel Pinheiro afirmou que Bolsonaro acabou aumentando o poder do Congresso durante seu mandato e que Lula irá enfrentar a partir de janeiro de 2023 um cenário inédito onde o Congresso nunca teve tantos recursos econômicos e poder de decisão. “Bolsonaro ficou batendo cabeça por uns dois anos no início do governo”, disse.
Por fim, ele também fez uma ressalva sobre eventuais dificuldades e conflitos de interesses que possam surgir durante o governo Lula, uma vez que aparentemente sua base de governo será formada por diversos partidos diferentes.
“Uma coalizão muito grande e que cria uma base para que o governo Lula consiga passar suas prioridades e projetos com facilidade no Congresso, necessariamente também vai ser uma aliança instável que vai ter que escolher priorizar um lado e desagradar outro lado”.

“Agora que acabou e ele perdeu a eleição, não tendo mais campanha para fazer, ele está sem o que fazer e não pode ficar saindo de jet ski porque fica muito feio. Também não tem mais motociata, então, acabou e ele não tem mais o que fazer. Ele não fazia antes e não tem o que fazer agora. O Bolsonaro está fazendo o que sempre fez durante todo o seu governo, ou seja, nada”, afirmou o colunista do UOL Tales Faria.
Desde 31/10, dia seguinte ao segundo turno das eleições, Bolsonaro teve compromissos oficiais em apenas quatro dias e Tales também afirmou que o governo foi entregue pelo atual presidente a ministros e também ao Congresso.
“Esse tempo todo, Bolsonaro entregou a economia ao Guedes, depois entregou a política e o dinheiro todo ao centrão e deixou a política ser gerida pelo Ciro Nogueira. Ele ficou o tempo inteiro em campanha e as reuniões que Bolsonaro tinha eram para cuidar de campanha e pronto. O resto eram os ministros que cuidavam e ele não sabia de nada. Nunca soube e nunca fez”.

Simone Tebet (MDB) irá integrar a equipe de transição do governo Lula. A confirmação foi feita por Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito e chefe da equipe de transição de Lula.
“A Simone com a sua experiência e sensibilidade da força da mulher vai trabalhar conosco na área do desenvolvimento social”, disse Alckmin após falar sobre alguns dos principais desafios do próximo governo.
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