Fortes explosões atingem capital da Ucrânia; invasão deixa ao menos 137 mortos – BBC News Brasil

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Forças militares russas iniciaram nesta quinta-feira (24/2) uma ampla invasão da Ucrânia.
Há relatos de tropas cruzando diversos pontos da fronteira e explosões perto das principais cidades ao redor do país — e não apenas na região de Donbas, onde grupos separatistas foram reconhecidos e apoiados recentemente pela Rússia. Há ao menos 137 mortos e mais de 300 feridos nos dois primeiros dias de conflito, segundo autoridades ucranianas.
Em um pronunciamento televisionado, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Rússia não planeja ocupar a Ucrânia, mas alertou que a resposta será "imediata" contra qualquer um que tente parar a operação. Ele instou os soldados ucranianos a se renderem e voltarem para casa — do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue, disse o presidente russo.
Logo depois, unidades militares ucranianas foram atacadas. "Putin lançou uma invasão em larga escala da Ucrânia", afirmou o governo ucraniano.
Em pronunciamento em vídeo no primeiro dia de guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decretou lei marcial em todo o país, instaurando um regime de guerra e substituindo a legislação vigente até em então. Grande parte dos reservistas foi convocada. "Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para qualquer coisa. Nós vamos derrotar qualquer um porque nós somos a Ucrânia."
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Os principais acontecimentos nos dois primeiros dias de conflito são:
Há diversas imagens de cidadãos procurando abrigo ou fugindo da capital de carro e transporte público. Há filas em caixas eletrônicos, prateleiras vazias em mercados e os voos civis foram completamente suspensos.
João Fellet tenta entender como brasileiros chegaram ao grau atual de divisão.
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A embaixada brasileira na Ucrânia orientou os brasileiros que vivem no país a seguir as instruções das autoridades locais e acompanhar as notícias. Em Kiev, a recomendação para o momento é de se ficar em casa, exceto se houver ativação de sirenes de emergência para procurar abrigos. Em outras regiões, "a embaixada recomenda que brasileiros que possa deslocar-se por meios próprios para outros países ao oeste da Ucrânia que o façam tão logo possível, após informarem-se sobre a situação de segurança local". No caso dos brasileiros na região leste, à marquem esquerda do rio Dnipro, quem não conseguir se deslocar para a fronteira oeste deve entrar em contato com o corpo diplomático no país (+380 50 384 5484).
"Aos brasileiros que não puderem deixar o país de modo seguro, a embaixada orienta a procurar um local seguro para o momento, longe de bases militares, instalações responsáveis pelo fornecimento de energia e internet e áreas responsáveis pela produção de energia elétrica."
Estima-se que a Rússia tenha mobilizado 200 mil combatentes e milhares de veículos de combate ao redor da Ucrânia. Não está claro quantos entraram no país, por onde e com que destino.
Aliados da Ucrânia no Ocidente, como Estados Unidos e Reino Unido, fizeram diversos alertas de que a Rússia estava prestes a invadir a Ucrânia. Mas Putin e outras autoridades russas negaram diversas vezes que isso ocorreria.
O anúncio de Putin aconteceu no mesmo momento em que ocorria uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) em Nova York, Estados Unidos, sobre a crise.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou pedindo "do fundo do coração": "Presidente Putin, detenha suas tropas de atacar a Ucrânia".
Em resposta à operação militar russa, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que os EUA e seus aliados iriam de forma unida e decisiva responder ao "ataque injustificado e não provocado das forças militares da Rússia" na Ucrânia.
"O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que acarretará em catastróficas perdas de vida e em sofrimento humano", afirmou Biden. "O mundo fará a Rússia responder por isso."
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse estar "chocado pelos eventos assustadores na Ucrânia" e que o presidente Putin "escolheu um caminho de sangue e destruição ao lançar um ataque não provocado". Ele acrescentou ter falado com o colega ucraniano, Zelensky, sobre como responder, prometendo ações decisivas do Reino Unido e de outros aliados.
Ursula von der Leyen, chefe da Comissão Europeia, afirmou que os países europeus estão preparando uma série de sanções contra a Rússia. "Com este pacote, visaremos setores estratégicos da economia russa bloqueando seu acesso a tecnologias e mercados-chave. Vamos enfraquecer a base econômica da Rússia e sua capacidade de modernização. (…) Além disso, congelaremos os ativos russos na União Europeia e impediremos o acesso de bancos russos ao mercado financeiro europeu. Assim como no primeiro pacote de sanções, estamos alinhados com parceiros e aliados. prejudicam os interesses do Kremlin e sua capacidade de financiar a guerra."
Rússia vem reforçando sua defesa, reduzindo a dependência do dólar e tentando tornar sua economia à prova de sanções. Entenda aqui o plano do país para tentar resistir às medidas internacionais.
Crédito, EPA
Presidente russo afirmou no início desta quinta-feira (24/2) que o conflito entre as forças russas e ucranianas é 'apenas uma questão de tempo'
A operação militar da Rússia teve início poucos dias depois que o país reconheceu as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia.
Após esse anúncio, os separatistas, que controlam vastas áreas na região de Donbas, pediram apoio militar de Moscou.
Em seu anúncio sobre a operação militar iniciada na Ucrânia nesta quinta (24/2), Putin afirmou que o objetivo da medida é defender um povo submetido a oito anos de "genocídio pelo regime de Kiev".
A declaração parece fazer referência ao período iniciado com os protestos em massa na Ucrânia que derrubaram o presidente pró-Rússia, Viktor Yanukovych, em 2014.
Crédito, Getty Images
Moradores de Kiev procuram abrigo em estações de metrô
Segundo Putin, a operação na Ucrânia visa "a desmilitarização e a desnazificação" da Ucrânia.
Por repetidas vezes, Kiev e seus aliados no Ocidente refutaram como "absurdas" as declarações de Putin de que a Ucrânia estava sendo comandada por neonazistas. E que a Ucrânia, diferentemente do avanço autoritário na Rússia, era uma nação com avanços em instituições democráticas.
Os temores de ataque começaram há meses.
Putin acusou diversas vezes os EUA e seus aliados de ignorarem as demandas da Rússia de evitar que a Ucrânia se juntasse à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e de oferecer garantias de segurança a Moscou.
A seguir, veja as 3 principais rotas que Rússia tem para invasão da Ucrânia
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