Coluna – A Premier League paralímpica é aqui – CGN

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O futebol de cegos (antes chamado futebol de cinco), ao menos para nós, brasileiros, é uma das modalidades paralímpicas mais populares. Considerando a paixão que a……
Publicado em 11/11/2022 às 08:40
Por Agência Brasil
O futebol de cegos (antes chamado futebol de cinco), ao menos para nós, brasileiros, é uma das modalidades paralímpicas mais populares. Considerando a paixão que a versão convencional mobiliza por aqui, não é difícil entender o porquê. Ao contrário do que ocorre nos gramados, porém, em que os principais atletas se concentram nas competições europeias, o que existe de melhor no esporte adaptado para deficientes visuais está aqui, no Brasil. Portanto, não é exagero dizer que o Campeonato Brasileiro de futebol de cegos equivale, por exemplo, à Premier League, como é conhecida a liga inglesa, a mais badalada do planeta.
Brasil e Argentina são as seleções mais vitoriosas da modalidade. Foram as únicas a ganharem o Campeonato Mundial, disputando entre si cinco das sete finais já realizadas. Os brasileiros são pentacampeões, quatro vezes batendo os hermanos, enquanto eles levantaram a taça em duas ocasiões, superando a equipe verde e amarela em uma delas. Na Paralimpíada, o domínio canarinho é total, com medalha de ouro nas cinco edições – em duas, entre elas a última, em Tóquio (Japão), no ano passado, vencendo os argentinos na final.

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No time da Associação Gaúcha de Futebol para Cegos (Agafuc), de Canoas (RS), Padilla tem a companhia de Ángel Deldo, capitão argentino. Considerado um dos melhores jogadores do mundo, Ricardinho é um dos brasileiros com os quais os hermanos dividem o vestiário na equipe gaúcha. Os outros são Nonato (autor do gol do ouro paralímpico em Tóquio) e o goleiro Luan. Todos protagonistas da seleção verde e amarela.
“Antes de os argentinos atuarem mais no Brasil, tínhamos uma relação mais fria, porque apenas nos encontrávamos na hora do clássico. Sempre houve respeito, mas a rivalidade é grande. Com a convivência no clube, vamos vendo o outro lado. Não só o do atleta, mas o da pessoa, o caráter, os valores. O Coki e o Ángel são especiais”, declarou Ricardinho.
“O futebol de cegos é muito família. Desfrutamos do jogo e falamos muito com os jogadores brasileiros. O Brasil tem uma excelente seleção, que nos venceu muitas vezes. E é uma sensação curiosa, pois jogamos contra eles na Copa América, em Córdoba [Argentina, há duas semanas], cada um defendendo sua camisa. Agora estamos juntos de novo e celebrando. O gol não tem fronteiras”, comentou Padilla.
A lembrança da Copa América é amarga para os brasileiros, superados pelos argentinos nos pênaltis. Desde 1997, foi apenas a quarta vez, em 26 decisões, que o Brasil perdeu uma final para os hermanos. Nada, porém, que mexa com o ambiente no time gaúcho.

Além da rivalidade

Não é só de Brasil e Argentina que vive o Brasileirão de futebol de cegos. O torneio ainda tem jogadores de Paraguai, Chile, Uruguai, Colômbia e Peru, distribuídos pelas 15 equipes participantes. Entre os veteranos está o paraguaio Hugo Ramírez, que disputa a competição desde 2011. Na edição deste ano, ele defende o time da União dos Atletas Cegos do Distrito Federal (Uniace), de Brasília.
“A seleção do Brasil é a melhor do mundo, então, jogar aqui é um grande privilégio. Crescemos muito tecnicamente, aprendemos com os melhores. Se você quer fazer bem, tem de vir jogar com eles”, declarou Ramírez.
A Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), de Porto Alegre, por sua vez, reforçou-se com o peruano Bryan Bartolo, eleito o craque da Copa América de Córdoba, além de ter sido o artilheiro da competição ao lado do colombiano Jhon González (que também defende a Acergs), ambos com cinco gols. É a primeira vez de Bartolo no futebol brasileiro.

Olho no mata-mata

As quartas de final do Brasileirão de futebol de cegos começam nesta sexta-feira (11), com jogos às 9h, 10h15, 14h e 15h15, sempre no horário de Brasília. No sábado (12), as duas semifinais estão marcadas para 9h e 10h15. Por fim, no domingo, a decisão será às 9h, enquanto a disputa pelo terceiro lugar é disputado na sequência, às 10h30. O CT Paralímpico fica no quilômetro 11,5 da Rodovia dos Imigrantes, na zona sul de São Paulo.
A competição é organizada pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) desde 2011. Duas equipes venceram o torneio de lá para cá: a Agafuc e o Instituto de Cegos da Bahia (ICB), de Salvador, ambos com cinco títulos. Os gaúchos são os atuais tetracampeões. Entre os participantes de 2022, três conquistaram a taça em edições anteriores à gestão da CBDV. O time da Associação Paraibana de Cegos (Apace), de João Pessoa, levantou o troféu quatro vezes, o da Associação Mato-Grossense de Cegos (AMC), de Cuiabá, o fez em três ocasiões e a Acergs em uma.
Fonte: Agência Brasil
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