Mau começo, mau humor – UOL

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Engenheiro e jornalista, foi repórter, correspondente, editor e secretário de Redação na Folha, onde trabalha desde 1991. É ombudsman
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“O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), propõe aumento da inflação e dos juros, menos emprego e crescimento econômico, mais ganhos para os rentistas.” O parágrafo abre o editorial “Lula pede mais juros”, publicado pela Folha excepcionalmente no meio da tarde de quinta-feira (17). Mercados derretiam, e à digestão pesada da PEC da Transição, apresentada na noite anterior, somava-se a frase sobre “paciência” do futuro mandatário, proferida no Egito, onde chegou de carona em jatinho de amigo empresário investigado pela Lava Jato.
Dois caminhos aqui para interpretar a ironia da abertura do editorial. O jornal quis chocar logo na primeira frase para alertar sobre o tamanho da aventura que o petista propunha ao país. Ou o jornal quis chocar porque é o que ele sempre faz quando se trata de Lula. Para leitores que procuraram o ombudsman, a segunda trilha parece a mais provável.
Na mesma quinta-feira, pouco depois da frase “em tom de desdém”, de acordo com a Folha, derrubar a Bolsa no início do pregão, newsletter do britânico The Guardian dedicada à crise climática era disparada aos assinantes. “Duas semanas frustrantes” de COP 27 tinham enfim promovido um “ponto alto”, dizia o texto, a festejada presença de Lula, cuja eleição no Brasil era “a maior vitória do clima neste ano”. Enquanto isso, na Folha, a manchete do site era “Lula larga na contramão do que levou ao sucesso de seus dois governos”. O descompasso era notável.
Na semana em que Lula voltou ao cenário internacional, após uma incrível jornada de recuperação pessoal e política, o jornal não economizou nas críticas. Em sete dias de editoriais, quatro reservaram pauladas no presidente eleito. O primeiro texto da série, “Mau começo”, na sexta-feira (11), mereceu muitos reparos de leitores e até de colunista da casa. Mais uma vez, notou-se o vocabulário (“demagogia mais rasteira”, “falatório”, “primarismo atroz”, “tolices”), que seria sempre mais pesado quando o objeto é Lula. A Folha só conseguiu pensar no sucesso da turnê egípcia na noite de sexta-feira (18), com o texto “Chance aproveitada”.
Se a contagem parece capciosa, dado que não faltou polêmica em torno do petista na última semana, um leitor bom de arquivo rememorou alguns títulos da seção de quatro anos atrás, quando o jornal demonstrava “inaudita boa vontade” com o recém-eleito Jair Bolsonaro e Paulo Guedes: “Ensaio de otimismo”, “Reforço aos cofres”, “Ambição liberal”. Após 33 anos, escreveu, deixará de ler a Folha.
As queixas embutem outras preocupações. A principal é ver uma discussão, que passará necessariamente por negociações e ritos legislativos, alimentar um ambiente pós-eleitoral ainda conturbado, o mesmo que os jornais, principalmente a Folha, insistem em reduzir a casos isolados.
Nada disso isenta Lula e os quase 300 da transição, é claro. Um mínimo cuidado com a comunicação teria evitado boa parte das arestas. Não precisa ser jornalista para entender que, com tantos a palpitar, um porta-voz profissional faz falta. E era evidente que a mídia esqueceria rapidamente a luta pela democracia e retomaria os velhos hábitos em relação ao PT. Antes mesmo do primeiro turno, esta coluna já alertava para os reiterados sinais de mau humor dos jornais com a campanha que liderava.
Ainda que a tendência fosse essa, não há motivo tampouco para isentar os jornais. Na avalanche de críticas, quase não houve espaço para o contraditório. Se o absurdo era tamanho que não permitia contraditório, que houvesse espaço para a ponderação, para a proposição de alternativas (até surgiram, mas já neste fim de semana). No meio de tanta histeria, foi significativo ver dois executivos de banco pedindo calma. Em entrevista a O Estado de S.Paulo, Octavio de Lazari, do Bradesco, disse que não via necessidade de uma definição rápida de equipe econômica, um dos mantras da Faria Lima, mas sim de uma escolha pensada (“Não temos espaço para testes ou experimentos”). No Valor, José Berenguer, do Banco XP, foi tão claro que o recado virou o título: “É preciso ter calma. O país não vai quebrar”.
Não vai quebrar, mas calma a mídia não costuma ter.
Logo após a conclusão das eleições, a Folha retomou seu antigo slogan, “Um jornal a serviço do Brasil”, que data de 1961. Em 2020, o jornal havia alterado a chamada, exibida junto a seu nome na capa do impresso e na Home Page, por ocasião de uma campanha em defesa da democracia. “Um jornal a serviço da democracia” refletia o momento agudo pelo qual o país passava nos últimos anos. Alguns leitores, que não viram a breve nota no Painel comunicando a alteração, reclamaram do súbito patriotismo em tempos de ruas inflamadas por gente vestida de Neymar. Outros ainda aguardam o momento agudo acabar.
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