PGR nega à PF dados de apuração contra Bolsonaro; comitê vira “QG do golpe” e mais – Brasil de Fato

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Há três meses a Polícia Federal (PF) tenta com a Procuradoria-Geral da República acessar as informações de uma investigação contra Jair Bolsonaro (PL) no âmbito da CPI da Covid, que está sob a responsabilidade da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Os investigadores já solicitaram os dados duas vezes, em 19 de agosto e 4 de outubro, mas sem sucesso em ambas, segundo apuração da Folha de S. Paulo.
Segundo a PGR, as informações solicitadas dizem respeito a diligências realizadas no curso da investigação e, por isso, não seria possível compartilhá-las. 
No fim do ano passado, os senadores da CPI propuseram o indiciamento de Bolsonaro por 10 crimes: charlatanismo, crime contra a humanidade, crime de responsabilidade por violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro da função de presidente da República, emprego irregular de verbas públicas, epidemia, falsificação de documento particular, homicídio qualificado, incitação ao crime, infração de medida sanitária preventiva e prevaricação. 

Da esquerda à direita: relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o presidente Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) / Leopoldo Silva/Agência Senado
Em maio deste ano, a PF pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o acesso às informações probatórias colhidas pela CPI e também ao ministro Luís Roberto Barroso, responsável pela relatoria do pedido de arquivamento das denúncias solicitado pela PGR no Supremo Tribunal Federal (STF). Dois meses depois, a corporação foi informada que as informações estão sob posse da Procuradoria, à qual foram feitos os dois pedidos de compartilhamento. 
O ministro chegou a ser alertado pela PF que o compartilhamento dos “10 terabytes de dados produzidos pela CPI do Senado de forma a ser possível se realizar o correlacionamento dos documentos juntados com cada fato típico supostamente praticado pelos envolvidos".  
Comitê de campanha de Bolsonaro em Brasília vira local de encontro de golpistas 
O local que foi alugado para sediar o comitê de campanha à reeleição de Jair Bolsonaro, no Lago Sul em Brasília, ainda não foi desmontado, a despeito da derrota do presidente em 30 de outubro. Três semanas após o pleito, o espaço agora é utilizado por bolsonaristas que questionam o resultado das eleições, liderados pelo ex-ministro e ex-candidato a vice Walter Braga Netto, segundo apuração do Metrópoles. 
Em 17 de novembro, o ex-ministro e deputado federal Osmar Terra foi visto saindo do local. Questionado sobre sua presença na casa, o bolsonarista afirmou que foi buscar informações sobre a auditoria contratada pelo PL, o partido de Bolsonaro, para questionar as urnas eletrônicas. 
Entre outros apoiadores de Bolsonaro que estiveram no local estão o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) e o senador Guaracy Silveira (PP-TO). O coronel da reserva do Exército Marcelo Azevedo, que foi tesoureiro do comitê bolsonarista, também esteve no local. 
Em tom golpista, no último sábado (19), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto afirmou que 250 mil urnas eletrônicas não têm um número de identificação e, por isso, deveriam ser desconsideradas na apuração dos votos para presidente da República.  

Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro / Reprodução/Youtube
Em entrevista ao Poder360, o professor e pesquisador do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da USP, Marcos Simplício, explicou que não é o número de identificação de uma urna “que confere autenticidade ao arquivo de log, mas sim a assinatura digital feita pela urna sobre aquele arquivo de log” – arquivos de log são os locais em que ficam registradas todas as atividades de funcionamento e eventuais falhas de uma urna eletrônica. 
O presidente do PL também foi desmentido quanto ao seu suposto encontro com Sandro Nunes Vieira, ex-juiz auxiliar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e secretário-geral da presidência da Corte entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022. 
“Fui informado pela equipe de comunicação do TSE que meu nome havia sido citado pelo Presidente do Partido Liberal, Sr. Valdemar Costa Neto, no contexto de que teria falado comigo sobre eventuais irregularidades nas urnas eletrônicas. Sobre o tema, venho esclarecer que nunca tive contato pessoal com o Presidente do Partido Liberal. Como Juiz, não emito opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de conotação política”, afirmou Vieira. 
Justiça eleitoral multa Rodrigo Garcia por uso de máquina pública durante campanha eleitoral 
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aplicou uma multa de R$ 21 mil ao governador de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) por uso da máquina pública durante a campanha de reeleição, da qual saiu derrotado. 
A decisão se deu após uma ação contra o tucano ter sido protocolada pela coligação Juntos por São Paulo, formada por PT, PCdoB, PV, PSB, Psol, Rede e Agir. O grupo apresentou provas de que Garcia utilizou prédios estaduais, como hospital, ambulatório, escola e quartel da Polícia Militar, para realizar eventos de campanha eleitoral. 

Rodrigo Garcia (PSDB) / Divulgação/Governo de São Paulo
Em nota, a campanha de Rodrigo Garcia afirmou que “irá recorrer da decisão junto ao TSE, pois entende que a legislação eleitoral permite a captação de imagens dentro de prédios públicos por todos os candidatos e, portanto, o uso destas imagens não configura prejuízo ou favorecimento a nenhum dos candidatos". 
Juiz responsável por anular julgamento do Carandiru é cotado para assumir secretarias de Tarcísio 
O desembargador aposentado Ivan Sartori está entre os nomes cotados para assumir a secretaria de Justiça ou a de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. Sartori foi responsável por anular, em 2016, os julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelas mortes de 111 presidiários no Carandiru, em outubro de 1992. 
Cinco anos depois, o Superior Tribunal de Justiça restabeleceu as condenações. 

Jair Bolsonaro e Ivan Sartori / Reprodução/Instagram @des.ivansartori
Em 2020, Sartori foi candidato pelo PSD a prefeito de Santos, no litoral de São Paulo, com o apoio de Jair Bolsonaro, mas saiu derrotado. Neste ano, ele disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Avante, mas também não foi eleito. 
Tarcísio de Freitas também pode abrigar em seu secretariado Mário Frias e Ricardo Salles, ex-secretário de Cultura e ex-ministro do Meio Ambiente, como mostrou reportagem do Brasil de Fato. 
Edição: Glauco Faria
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