Relação Fortaleza-Vojvoda é educativa ao futebol brasileiro – UOL Esporte

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Rodrigo Coutinho é jornalista e analista de desempenho. Acredita que é possível abordar o futebol de forma aprofundada e com linguagem acessível a todos.
Colunista do UOL
18/11/2022 16h00
Mesmo em meio a propostas de times mais abastados financeiramente, Juan Pablo Vojvoda optou pela permanência no Fortaleza. O anúncio oficial foi feito na manhã desta sexta-feira, e é um marco histórico no futebol nacional. Jamais se viu uma relação de tanta cumplicidade entre um clube e um treinador na Série A do Brasileiro. Um tapa de luva em quem se apega a conceitos retrógrados de gestão no esporte.
Não há como dissociar a permanência do argentino a uma atitude louvável da diretoria tricolor. Em meados do ano, quando o time ocupava as últimas colocações do Brasileirão e estava eliminado das demais competições, a pressão para que Vojvoda fosse demitido cresceu bastante. Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, se manteve firme. E o agradecimento do comandante vem agora.

É muito raro acompanharmos esse tipo de tomada de decisão de um dirigente brasileiro. Seria muito mais fácil mandar o argentino embora, contratar dois ou três jogadores de maior impacto, e trazer um técnico que funcionasse como escudo para as críticas oriundas da torcida e da imprensa. Este é o modus operandi de nove entre dez clubes. Mas não foi o do Fortaleza. E isso quer dizer algo.
O profissionalismo na condução da crise evidencia que o crescimento da instituição nos últimos anos não é obra do acaso. Ainda com Rogério Ceni, na Série B, o Leão do Pici começou a restruturação. Um ambiente profissional atrai e mantém personagens de alto nível. Faz com que eles queiram crescer junto com o clube. Se sentem parte importante daquele processo. Vojvoda e seus atletas sabem disso.
É lógico que o treinador pode receber uma proposta irrecusável financeira e profissionalmente daqui a dois meses e sair. Faz parte do jogo. Não há crime algum em um profissional buscar projeções maiores na carreira. Também pode acontecer uma demissão ao longo da temporada. Depende dos fatos que vão ocorrer e do ambiente interno ao longo de 2023, mas isso não apagará a relevância desta renovação.
Vojvoda e Fortaleza se preparam para construir uma relação sólida e duradoura. Uma raridade no futebol brasileiro, principalmente em se tratando de um time com padrão médio de investimento a nível nacional.
Não existe demérito algum do argentino em não buscar se provar em outro estado ou clube com maior torcida. É uma opção pela continuidade. Pelo projeto. Por entender que pode mostrar o seu potencial de forma mais plena assim.
Que sirva de exemplo! Tanto o profissionalismo do Fortaleza em todo o processo desde que Vojvoda. Quanto a leitura precisa do treinador em busca de condições propícias ao seu crescimento.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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