Governo Bolsonaro foi maior pesadelo que vivi, diz Bernardo Carvalho na Flip – UOL

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Antes que a mediadora da mesa “Memória Flip 20 Anos”, Noemi Jaffe, fizesse a primeira pergunta aos convidados, a escritora Pauline Melville, nascida na Guiana e radicada na Inglaterra, falou rapidamente. “I want to say just two words in Portuguese, Lula presidente!”, ou quero dizer apenas duas palavras em português, “Lula presidente!”.
Nesta 20ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, as menções ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, são invariavelmente recebidas com aplausos do público de literatos. Não foi diferente na segunda mesa deste sábado no auditório da Matriz, o palco principal do evento.
O governo de Jair Bolsonaro, do PL, foi o “maior pesadelo que vivi, acho estranho que alguém não tenha vivido o inferno que foram esses quatro anos, houve uma alucinação coletiva”, afirmou Bernardo Carvalho, o outro convidado da mesa.
Carvalho é colunista da Folha e autor de romances como “Nove Noites”, de 2002, “Mongólia”, de 2003, vencedor do prêmio Jabuti, e “Reprodução”, de 2013, também ganhador do prêmio. Seu livro mais recente é “O Último Gozo do Mundo”, lançado no ano passado.
Melville é autora de livros como “The Ventriloquist’s Tale”, de 1997, que conquistou o Whitbread First Novel Award, e “The Master of Chaos and Other Fables”, de 2021, sua obra mais recente. Já teve publicações lançadas no Brasil, mas neste momento não há livros dela nos catálogos das editoras do país.

Embora se sinta aliviado com a derrota de Bolsonaro, Carvalho prefere se manter longe de qualquer tentação otimista. “A necessidade de otimismo é suicida, é um pensamento mágico que pode levar à autodestruição. Por outro lado, o pessimismo tem uma função interessante, está ligado à tragédia”, disse. O romancista refuta a ideia de que o pessimismo seja “paralisante”, como muitos acreditam.
O avanço de grupos de extrema direita nos deixa “numa posição muita perigosa”, disse Melville. “Gosto da ideia de um herói pessimista.”
Carvalho também comentou o “realismo cínico”, expressão utilizada por ele em “O Último Gozo do Mundo”, que retrata um mundo infantilizado em meio a uma pandemia. “O negacionismo não é o lugar da burrice. É o lugar da cegueira interessada, do realismo cínico”, disse.
“Os negacionistas veem a realidade. Não é possível que essas pessoas sejam burras a ponto de acreditar em coisas como o terraplanismo. Mas elas não têm estrutura emocional ou psíquica para lidar com essa realidade”, afirmou o romancista. “No mais, somos todos um pouco negacionistas. Ninguém parou de andar de carro ou de avião [diante das mudanças climáticas].”
A discussão ganhou tons menos sombrios quando passaram a falar sobre a escrita propriamente. “A literatura não está no lugar em que estamos hoje. Quando dizemos o que é a literatura agora, alguém está em silêncio escrevendo e vai contradizer o que falamos. Ela escapa desse lugar-comum do reconhecimento, não há regras. Não haveria interesse se não fosse assim”, afirmou Carvalho.
Os autores lembraram o atentado sofrido pelo escritor anglo-indiano Salman Rushdie em agosto deste ano nos Estados Unidos. Ele foi atacado pelo jovem Hadi Matar, que invadiu o palco de uma instituição de Chautauqua, cidade do estado americano de Nova York.

Apesar de oficialmente a fatwa —um decreto religioso, que ordenou a morte de Rushdie por blasfêmia a Maomé— já ter sido dada como encerrada em 1998 pelo ex-presidente iraniano Mohammad Khatami, na prática, a perseguição ao escritor nunca parou.
“Rushdie sempre promoveu a liberdade de discurso. E isso se tornou perigoso nos dias de hoje”, disse Melville.
Carvalho comparou a palavra expressa na fatwa e a palavra contida nos textos literários. “A fatwa dá autoridade a quem falou e é inquestionável. Já a palavra da literatura é a da ambiguidade. A literatura é o elogio da desautorização, põe quem fala na dúvida. Ela não é assertiva e está justamente aí sua força política.”
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