Chico: Bolsonaro ignora 'Brasil acima de tudo' ao não ajudar em transição – UOL Confere

Colaboração para o UOL
28/11/2022 09h00Atualizada em 28/11/2022 09h51
O presidente Jair Bolsonaro (PL) ignora seu lema “Brasil acima de tudo” quando resolve não contribuir para a transição ao governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A afirmação é do colunista do UOL Chico Alves, durante participação no UOL News na manhã de hoje.
“O lema de Bolsonaro tem o ‘Brasil acima de tudo’. Então, pelo jeito, não está colocando em prática o lema, porque essa postura não ajuda em nada o Brasil, muito pelo contrário, atrapalha”, opinou o jornalista.

Desde que foi derrotado nas urnas por Lula em outubro, Bolsonaro se afastou das atividades como presidente da República. No sábado (26), o atual mandatário participou do seu primeiro evento público em quase um mês, uma cerimônia militar, mas permaneceu em silêncio.
Para Chico Alves, se Bolsonaro decidisse estar à frente do governo durante a transição, o atual presidente poderia até atrapalhar o processo de mudança de governo.
“Bolsonaro deveria estar à frente do governo ajudando a transição, ajudando a criar condições para manter o Bolsa Família, mas ele não está. E se estivesse seria mais para atrapalhar, tornar ainda mais atrapalhado o cenário, do que para ajudar. […] A gente está com um presidente eleito no foco do noticiário, da sociedade, enquanto o presidente em vigor sumiu”, afirmou o colunista do UOL.
O colunista do UOL Chico Alves disse, durante o UOL News, que a preocupação com a posse de um presidente eleito é inédita no Brasil e é motivada pela ascensão do bolsonarismo.
“É algo que, realmente, a gente não imaginava assistir no Brasil. Uma apreensão com a posse de um presidente eleito democraticamente, nas urnas, e pessoas que não se conformam com essa eleição colocam essa posse, essa festa, em risco. Se alguns tentarem, que sejam presos. Espero que não tentem e que seja a última vez que a gente tenha uma posse presidencial com esse tipo de preocupação”, disse.
Segundo a colunista do UOL Carolina Brígido, a Esplanada dos Ministérios vai usar na posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agendada para 1º de janeiro, o mesmo esquema de segurança usado no 7 de Setembro e no segundo turno das eleições. As equipes de segurança do Congresso Nacional, do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Polícia Militar do Distrito Federal estão preocupadas em conter manifestações que possam ameaçar a realização da cerimônia.

Na avaliação do colunista do UOL Josias de Souza, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está sendo obrigado a governar após o atual mandatário e derrotado nas eleições, Jair Bolsonaro (PL), se afastar do processo de transição.
“Graças a omissão de Bolsonaro, que se ‘autodecretou’ ex-presidente em pleno exercício do cargo, Lula está sendo forçado a governar antes de tomar posse. Está correndo atrás de uma marca mágica, 3/5 dos votos para aprovar no Congresso uma emenda constitucional com todo desgaste político dessa empreitada”, analisou.
Josias também disse que Bolsonaro “sabota” o governo eleito. “Faz ‘corpo mole’, está sonegando dados, ‘esticando a corda’ do TSE [Tribunal Superior Eleitoral], se reunindo com comandante daquilo que ele chama de ‘minhas Forças Armadas’ e atiça seus devotos que viraram verdadeiras ‘vivandeiras de quartel'”.
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