Bolsonaro faz exigência paranoica a trabalhador de restaurante – Revista Fórum

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De ataques com drones a envenenamento de comida, passando por perseguição do Judiciário e a possibilidade de um novo ataque a facadas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou conhecido, entre outras coisas, pelo seu comportamento paranoico. No último episódio de tal natureza, ocorrido na semana passada mas que só veio a público nesta segunda-feira (5), Bolsonaro teria quebrado um protocolo e exigido, através de homens do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que funcionário de restaurante provasse seu prato antes de que fosse servido ao mandatário.
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O caso ocorreu na última terça-feira (29). Na ocasião Bolsonaro foi a um restaurante em Brasília, para confraternização do PL, seu partido. Antes de confirmar sua presença ao evento, agentes do GSI fizeram uma varredura no local, o que é procedimento padrão. O incomum foi justamente terem exigido que um dos funcionários provasse, diante do agentes, um prato de salada que seria servido ao presidente.
A Revista Veja confirmou que o funcionário do restaurante colaborou com o procedimento e só então Bolsonaro pôde alimentar-se. Além disso, relembrou que desde 2019 o atual presidente adota semelhante medida, para assegurar que sua comida não está envenenada, no próprio Palácio do Alvorada e que o “provador” do presidente deve ser um funcionário da própria presidência. Afinal de contas, no caso da suspeita não ser infundada ou paranoide, exigir que um cidadão comum faça o teste o coloca em situação de risco.
Ao longo do seu mandato, que acaba em menos de um mês, Bolsonaro colecionou declarações em que fez transparecer suas paranoias ao público, como quando após o primeiro turno das eleições deste ano reuniu a imprensa no Palácio da Alvorada para atacar o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PL) e aproveitou para dizer que passava apuros em nome do Brasil. Segundo o mandatário, antes que o GSI proporcionasse um esquema de segurança adequado, ele temia frequentar as áreas externas do Alvorada por conta de supostos ataques com drones.
Desde o atentado sofrido em Juiz de Fora durante a campanha eleitoral de 2018, em que foi alvo de uma facada que o deixou por vários dias em estado grave, Bolsonaro teme todo tipo de ataque. Desde envenenamentos e drones, como vimos, até uma nova facada ou supostas perseguições judiciais que desemboquem, invariavelmente, na sua inelegibilidade ou na investigação de supostos crimes cometidos durante o mandato. Por isso, por exemplo, tanta bronca com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através da sua principal figura, o ministro Alexandre de Moraes.
“O paranoide mimetiza vários traços da paranoia”, explicou Christian Dunker, psicanalista e professor da USP, para a Rede Brasil Atual em junho passado. “Bolsonaro tem um discurso paranoide, uma produção contínua de inimigos. Então, faz uma projeção da culpa nos outros. Tudo o que é bom está em torno do ‘nós’, e o que não é bom – e ameaça o ‘nós’, ‘nossa família’ e ‘nossos valores’ – é identificado como o ‘outro ou eles’”.
Com informações da Rede Brasil Atual e Revista Veja.

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