Bolsonaro na posse no STJ é visto como 'despedida correta' do Judiciário – UOL Confere

0
55

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Escreve sobre o Poder Judiciário, com ênfase no Supremo Tribunal Federal, desde 2001. Participou da cobertura do mensalão, da Lava-Jato e dos principais julgamentos dos últimos anos. Foi repórter e analista do jornal O Globo (2001-2021) e analista de política da CNN (2022). Teve duas passagens pela revista Época: como repórter (2000-2001) e colunista (2019-2021).
Colunista do UOL
06/12/2022 04h00Atualizada em 06/12/2022 09h55
Mesmo cabisbaixo e sumido dos compromissos institucionais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou presença na cerimônia de posse de dois ministros que nomeou para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Se no início ele relutou para comparecer ao evento, marcado para esta terça-feira, depois acabou convencido por aliados de que sua presença seria importante para se despedir do Judiciário de forma amistosa.
Nos quatro anos que esteve no Palácio do Planalto, Bolsonaro manteve uma relação ora ruim, ora péssima com o Judiciário. Os maiores alvos dos ataques do presidente foram os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O STJ ficou fora dos holofotes durante os conflitos — e, por isso mesmo, pode ser considerado um território neutro para a pacificação dos ânimos.

Outras situações foram palco da tentativa de paz entre Bolsonaro e o Judiciário. A última delas foi na posse de Alexandre de Moraes na presidência do TSE, em agosto. Bolsonaro foi convencido a comparecer, ouviu um discurso duro de Moraes contra a propagação do ódio nas campanhas e não teve a chance de responder, porque o cerimonial não previa a manifestação do presidente da República.
Contrariado, recusou o convite para a posse de Rosa Weber na presidência do STF. Tinha sido informado que o discurso da ministra seguiria a mesma linha — e que, novamente, não teria a chance de responder. Mandou o ministro da Economia, Paulo Guedes, para representá-lo no evento.
O evento no STJ será mais ameno. Serão empossados como ministros da corte os desembargadores Paulo Sérgio Domingues e Messod Azulay. Não há discursos previstos. Ministros do STF e do TSE já confirmaram presença. Entretanto, a expectativa é que Bolsonaro chegue, assista à posse e vá embora na sequência. Portanto, não vai precisar cumprimentar e conversar com os integrantes dos tribunais.
Sem cargo público a partir de 2023, Bolsonaro vai precisar mais do que nunca da boa vontade do Judiciário. As quatro investigações abertas contra o presidente do STF serão transferidas para a primeira instância já no início do ano. O mais provável é que os casos passem a tramitar de forma mais célere. A perspectiva não é animadora. Em 2019, Michel Temer foi preso três meses depois de deixar o cargo e perder o foro privilegiado no STF.
Na estrutura do Judiciário, recursos a decisões tomadas pela primeira instância são examinados por tribunais da segunda instância. Na etapa seguinte, eles desaguam no STJ.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}

Por favor, tente novamente mais tarde.

Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Ainda não é assinante? .
Se você já é assinante do UOL, .
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso

Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido
Carolina Brígido

source

Leave a reply