Na Folha: Bolsonaro se cala porque a política voltou e ele nada tem a dizer – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Reinaldo Azevedo, que publicou aqui o primeiro post no dia 24 de junho de 2006, é colunista da Folha e âncora do programa “O É da Coisa”, na BandNews FM. No UOL, Reinaldo trata principalmente de política; envereda, quando necessário – e frequentemente é necessário -, pela economia e por temas que dizem respeito à cultura e aos costumes. É uma das páginas pessoais mais longevas do país: vai completar 13 anos no dia 24 de junho.
Colunista do UOL
02/12/2022 11h46
Leiam trechos da minha coluna na Folha:
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Lula reinaugura a política em Brasília. Até agora tem sabido, para ficar na metafísica influente destes dias, como tocar e lançar a bola, a despeito da rabugice “Duzmercáduz” e de setores consideráveis da imprensa, que odeiam justamente a… política. “Rabugem”, a propósito, é sinônimo de sarna. O rabugento está sempre se coçando, numa inquietude viciosa. Jair Bolsonaro se queda em silêncio porque moralmente derrotado, incapaz de se apresentar a suas milícias com a conhecida altivez burra e truculenta. Faz soar, na sua quietude, o apito de cachorro para manter mobilizados os zumbis do golpismo, enquanto Eduardo, o filhote, vai à farra no Qatar levando consigo supostos “pen drives” sobre “a atual situação do Brasil”… Mas há mais do que o peso da derrota.

Aquele que, para todos os efeitos, ainda preside o país nada diz porque se vê cercado, de súbito, por um ambiente que lhe é absolutamente estranho e ao qual sempre se mostrou hostil: a negociação. (…) O líder petista indicou vários nomes para se acercar da herança do “imbrochável” amuado, mas é evidente que é ele, não um preposto enfatuado e arrogante, a negociar, por exemplo, a PEC da Transição. (…) Não sei se Lula consegue a aprovação da PEC pelo pico, com um valor de R$ 198 bilhões, excepcionalizando-se por quatro anos os R$ 175 bilhões do Bolsa Família. Seria o melhor, mas é provável que não leve tudo. (…) A negociação virou instrumento para a formação da futura base de apoio e para a eleição das respectivas Mesas da Câmara e do Senado. (…) “Ah, mas e a permanência do orçamento secreto”? Como existe, é uma excrescência e não vai se tornar virtuoso porque Lula será o presidente. Parece-me, no entanto, que, por ora, já é grandeza demais dotar o país de uma peça orçamentária realista; reconstruir a governança destroçada em qualquer área que se analise; reinserir o Brasil na economia verde; enfrentar — e isto ainda reserva sortilégios futuros, podem apostar– um processo de normalização do golpismo, que contamina até setores da imprensa, e reinstaurar o espaço da divergência que não pressuponha a eliminação do outro. O “bolsofascismo” veio para ficar. O desafio consiste em circunscrevê-lo, aprisionando-o nos nichos da delinquência política.
(…)
Íntegra aqui

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
Reinaldo Azevedo
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