Após fala no Alvorada, nome de Bolsonaro volta a protagonizar atos – Poder360

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Os manifestantes estavam orientados a não gritarem pelo presidente e evitar o uso do termo “intervenção militar”
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) realizaram manifestação em frente ao CMSE (Comando Militar Sudeste), em São Paulo, neste sábado (10.dez.2022). Assim como no ato realizado horas antes em Brasília (DF), os manifestantes pediram a permanência do chefe do Executivo no cargo com o auxílio das Forças Armadas.
Poder360 apurou que os organizadores dos protestos pediram que os adeptos evitassem o uso do nome presidente. Outra orientação era sobre a não utilização de faixas pedindo intervenção militar.
O ato em São Paulo descumpriu os 2 pedidos. Em um momento das manifestações, as pessoas gritaram: “Forças Armadas, prestem atenção, queremos Bolsonaro presidente da nação”. Mais isoladamente, manifestantes carregavam cartazes pedindo aos militares que apliquem um golpe. Uma criança segurava um cartaz com a frase “Intervenção militar. Bolsonaro no poder”.
A mudança de comportamento vem depois da conversa de Bolsonaro com apoiadores no Palácio da Alvorada. Na 6ª feira (9.dez), o presidente falou pela 1ª vez aos manifestantes na entrada da residência oficial desde o fim do 2º turno. “Estou há praticamente 40 dias calado. Dói. Dói na Alma”, disse o chefe do Executivo federal.
Acompanhado dos ex-ministros Gilson Machado e Braga Netto, Bolsonaro afirmou ainda que “tudo dará certo” em um “momento oportuno”. O chefe do Executivo disse dever lealdade ao povo brasileiro e que nunca havia visto antes uma população ir às ruas para um presidente permanecer no poder. Declarou ainda que eles vão vencer “dentro das 4 linhas da Constituição”.
Neste sábado (10.dez), apoiadores em São Paulo também pediam que Bolsonaro usasse as forças de segurança para ordenar a prisão de congressistas e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Segundo eleitores do atual presidente, estes teriam contribuído para uma suposta fraude eleitoral que levou a sua derrota para o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que será diplomado pela Corte Eleitoral na 2ª feira (12.dez).
Os bolsonaristas também exibiram mensagens pedindo ajuda ao Exército e criticando a mídia. Uma delas pedia a vinda da emissora norte-americana Fox News ao país. O canal é o mais assistido do segmento nos EUA e tem viés republicano. Segundo os apoiadores do presidente, “os brasileiros não confiam mais na mídia”.
O protesto contra o resultado das eleições realizado neste sábado (10.dez) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contou com menos pessoas que normalmente compareciam a atos com o mesmo objetivo. Em cartazes e discursos no carro de som, Bolsonaro também foi citado. Os manifestantes oraram pelo chefe de Estado e chegaram a anunciar que a manifestação contaria com a presença do presidente. O chefe do Executivo não compareceu.
Coloque anjos agora a proteger aquele homem que o Senhor colocou te representando nessa nação como maior autoridade, Jair Messias Bolsonaro. Oramos pela casa dele, pela família dele e pela vida dele”, dizia a oração puxada por um locutor no alto do carro de som.
Nas faixas penduradas no trio elétrico era possível ler críticas ao presidente eleito Lula com os dizeres: “O ladrão não sobe a rampa”. Em outra, um pedido para que as Forças Armadas “honrem a espada”.
Além disso, também havia recados diretos a Bolsonaro com um cartaz dizendo: “O Brasil está contigo, presidente! 27 estrelas brancas não se curvarão a uma estrela vermelha”.
Presentes no protesto, indígenas fizeram orações e danças no meio do gramado e caciques discursaram em cima do trio elétrico.
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