Lula diz que relatórios da transição mostram "tamanho do estrago" do governo Bolsonaro – Brasil de Fato

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Os grupos de trabalho (GTs) da equipe de transição entregaram, na tarde desta terça-feira (11), os relatórios finais ao presidente eleito,  Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os documentos são referentes a cada área temática e serão ainda consolidados em único relatório geral, que deve ser concluído por volta do dia 20 de dezembro. Além de Lula, participaram do evento de entrega o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, a coordenadora de articulação política, Gleisi Hoffmann (PT), e o coordenador dos grupos técnicos, Aloizio Mercadante (PT).
Também estavam presentes o ex-deputado Floriano Pesaro, coordenador da transição, e os futuros ministros indicados Flávio Dino, (Justiça), Rui Costa (Casa Civil) e o embaixador Mauro Vieira (Relações Exteriores). Na cerimônia, Lula agradeceu aos integrantes da equipe e disse que o trabalho mostrou "o tamanho do estrago que foi feito nesse país". O petista ainda criticou o ex-militar expulso Jair Bolsonaro (PL), atual chefe do Executivo.
 “É um governo que se trancou dentro de uma redoma. Ele governou sem o Congresso, sem a sociedade. Quem governava de verdade era o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Posto Ipiranga”, declarou. O petista aproveitou para ampliar a crítica ao governo Bolsonaro. “Esse cidadão até agora não reconheceu sua derrota, esse cidadão até agora continua incentivando esses grupos fascistas”, comentou.
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O vice Geraldo Alckmin fez um balanço com elogios à equipe de transição. “Lula fez uma campanha muito participativa. Não se faz uma campanha de um governo democrático em cima de motocicleta, fazendo motociata. A gente faz campanha ouvindo, dialogando, conversando. O presidente Lula percorreu o Brasil de Norte a Sul, Leste a Oeste, fazendo reuniões com movimentos culturais, cooperativas, sociedade civil organizada, cultura, educação, saúde, meio ambiente”, disse Alckmin.
Mais de 1.200 pessoas participaram da transição, sendo a maioria voluntários. O número inclui os nomeados oficiais, integrantes dos grupos técnicos, especialistas e representantes de entidades que passaram pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF), durante o último mês. Por lei, a transição poderia nomear até 50 integrantes remunerados nesse período até a posse.
A equipe foi dividida em 31 GTs, com uma composição próxima ao que será a Esplanada dos Ministérios do governo Lula. Entre os temas estão Cultura, Defesa, Desenvolvimento Agrário, Economia, Igualdade Racial, Educação, e Povos Originários. Os grupos apresentaram, ao longo das semanas, relatórios prévios em coletivas realizadas no CCBB. De forma geral, o novo governo aponta falta de recursos para quase todos os setores estratégicos e para a manutenção de programas essenciais, como o Farmácia Popular e obras de contenção das chuvas.
O que é o Gabinete de Transição?
Profissionais de diversas áreas trabalham na elaboração de relatórios com diagnóstico da situação da gestão atual para orientar as iniciativas do governo do presidente eleito. O Gabinete de Transição Governamental, instituído pela Portaria nº 01, publicada no Diário Oficial da União no dia 8 de novembro de 2022, tem como o objetivo de reunir informações sobre o funcionamento e a atuação dos órgãos e entidades que compõe a Administração Pública Federal e preparar os atos de iniciativa de Lula, a partir de janeiro de 2023.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, é o coordenador do Gabinete de Transição. A estrutura da coordenação é formada por outras quatro coordenações subordinadas: Coordenação Executiva, sob o comando de Floriano Pesaro; Coordenação de Articulação Política, comandada por Gleisi Hoffmann; Coordenação dos Grupos Técnicos, a cargo de Aloizio Mercadante; e Coordenação de Organização da Posse, sob o comando de Janja da Silva, que orienta e coordena as atividades referentes à solenidade do dia 1º de janeiro de 2023.
Conselhos Político e Social da Transição
A coordenadora da Articulação Política atua junto aos partidos políticos e organizações da sociedade civil. Nessa função, Gleisi coordena e orienta a atuação dos órgãos do Gabinete de Transição com o Congresso Nacional, assessora o vice-presidente nas demandas que tenham relação com a pauta legislativa e acompanha a tramitação de proposições no Congresso Nacional. Gleisi Hoffmann também coordena os trabalhos do Conselho Político, formado por 14 partidos que apoiam a transição de governo, e do Conselho Social, com representantes de movimentos sociais e organizações da sociedade civil.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
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