Copa do Mundo e empreendedorismo: futebol, empresários e negócios – Gazeta do Povo

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Que o futebol é uma paixão passada de geração para geração entre pessoas do mundo inteiro, isso já não é novidade. O fato é que ao longo dos anos esse esporte foi mostrando a sua potência, movimentando bilhões de reais por ano. E para você que quer saber mais sobre a relação entre o futebol e o mundo do business, além de descobrir este segmento realmente dá dinheiro, o podcast Papo Raiz entrevistou os empresários Ricardo Scheidt e Lucas Pedrozo, que têm ampla experiência e atuam há anos no setor.
Após encerrar a carreira como zagueiro atuando em diversos times brasileiros e até da Argentina, Ricardo Scheidt apostou no ramo empresarial e, hoje, através da R13 Fussball, agência nomes importantes do futebol brasileiro, levando atletas para fora do país, assim, ganhando repercussão no setor ao movimentar a economia deste mercado. Lucas Pedrozo, por sua vez, atualmente é Head Administrativo do Coritiba (Coxa), clube paranaense de futebol, já tendo atuado também como membro de vários Tribunais Desportivos ao longo de sua carreira.
No podcast, a dupla trouxe um pouco da experiência que adquiriram ao longo dos anos e deram alguns insights para quem está começando ou ainda sonha em fazer parte de times, ou gestão do mundo da bola e, com as diversas possibilidades que esse setor apresenta, transformar a paixão pelo futebol em uma fonte de renda.
Entrando no tema da economia, de acordo com Lucas Pedrozo, só em 2021 o futebol de campo gerou 7,5 bilhões de reais para a receita do país, sendo que desse valor pelo menos 5,6 bilhões são referentes ao direito e transmissão dos jogos.
“O carro-chefe do futebol brasileiro e que o sustenta é o direito de transmissão, depois disso vem a transferência de atletas entre os times, vendas de ingressos e patrocínio. O desafio dos clubes é transitar nessas receitas”, afirmou o executivo.
Apesar dessa importante receita para a economia brasileira, Pedrozo destaca que a indústria do futebol, assim como outros negócios, também acumula dívidas que, no caso deste setor, o valor refere-se, principalmente, à falta de pagamento de direitos trabalhistas ao longo dos anos por parte dos clubes.
Além de todas essas questões, os empresários explicaram que o êxito dentro e fora dos gramados, especialmente, quando se trata da parte financeira, também depende de todos os envolvidos neste tipo de negócio.
Como em outras empresas ou negócios, a gestão da indústria futebolística conta com diversos atores em seus bastidores, para que tanto os clubes, quanto atletas e empresários cresçam, prosperem e lucrem, mas, para Ricardo Scheidt para trabalhar nesse ramo é preciso estar bem preparado e saber lidar com as mudanças repentinas e situações que venham a surgir.
“No caso do futebol, é o tempo todo a gente sendo avaliado no campo e fora do campo, qualquer ato de gestão nosso é julgado. Quem trabalha com futebol, tanto o time quanto o empresário, tem que ter estômago, porque as coisas mudam muito rápido”, revelou.
Neste cenário, ele afirma que os empresários são figuras importantes para que os atletas se destaquem e as organizações esportivas funcionem.
 “O empresário bom é aquele que traz o jogador para o time, mas que também consegue recolocar esse atleta”, afirmou Scheidt.
Ele lembrou que ao longo dos anos o business do futebol teve muitos avanços, os quais foram importantes para as questões administrativas e jurídicas dos clubes, bem como para a carreira dos atletas. No passado, segundo Scheidt, os empresários faziam as negociações com times através de fitas, cassete, mostrando a atuação dos jogadores agenciados, enquanto hoje existem muitas outras tecnologias para facilitar essas negociações, visando também aumentar a receita de todos os envolvidos.
Gerenciar a carreira de um atleta é uma alternativa a ser considerada por aqueles que já encerraram a carreira no futebol e querem continuar atuando no setor ou que não tem habilidade para jogar, mas não abrem mão de trabalhar com isso. No entanto, para se tornar de fato um empresário, Ricardo Scheidt afirma que o profissional precisa conhecer as legislações e regulamentações que envolvem o futebol, além de construir um bom networking.
Ele ainda destaca que, apesar de o faturamento de um empresário não ser igual ao do jogador, o lucro sobre o rendimento desse atleta ainda é bastante alto e, por isso, é importante buscar meios de negociar diferentes candidatos a entrarem nos clubes para se consolidar no setor.
“Eu recebo um percentual sobre a remuneração do atleta, que é uma forma de proteger o jogador e é um valor que o clube vai me pagar e ganho ao intermediar uma transição de jogador entre times ou por assinar um contrato de entrada de jogador em um clube”, explicou Scheidt.
Como apontado pelos entrevistados, o mundo da bola não é uma terra sem leis e, neste sentido, alguns termos jurídicos ganham bastante destaque nas discussões de clubes, atletas e empresários, são eles: direitos federativos e econômicos.
Lucas Pedrozo explicou que o direito federativo é aquele que gera um vínculo do jogador com um clube por meio de contrato e, nesse caso, o atleta não pode pertencer a outros clubes ao mesmo tempo.
“O direito federativo é somente do clube, o que acontece é que alguns empresários acabam recorrendo aos clubes fazendo parceria de gestão para ter esse direito federativo”, disse.
Já em relação ao direito econômico, o executivo explica que há o pagamento de percentuais dos valores obtidos em negociações ao próprio atleta ou a clubes pelos quais esse jogador já tenha passado. “Hoje não há possibilidade de dar esse percentual para um empresário, somente para o clube ou para o próprio atleta”, constatou Pedrozo.
Segundo Lucas Pedrozo, em termos de business, trabalhar com futebol envolve diversos obstáculos. No caso de clubes pequenos, ele ressalta que, casos esse não tenha uma torcida formada, o melhor inicialmente é não investir alto esportivamente falando, pois isso pode custar caro, agora quando com times já estabelecidos e que têm fortes torcidas, a competição em alto nível é uma ótima opção, pois ganhando títulos e tendo boas colocações na tabela de competições, as equipes conseguem ser bem remuneradas.
“O maior desafio da gestão do futebol é começar a reduzir custos e evitar a possibilidade de o time cair de divisão. O que mantém o futebol vivo é os clubes fazerem operações e transações”, afirmou.
*Artigo produzido pelo Papo Raiz – uma conversa descontraída e divertida sobre empreendedorismo e assuntos em alta na sociedade.
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