Delegado de Polícia é afastado de cidade do Vale do Sinos por decisão judicial – Jornal NH

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Denunciado por supostos atos de corrupção após investigação do Ministério Público, o delegado Fernando Pires Branco foi transferido nesta terça-feira (20), por decisão judicial, entre cidades do Vale do Sinos. A determinação é que não trabalhe por 90 dias em delegacias na área da comarca de Sapiranga, que abrange Nova Hartz, onde ele atuava desde o mês passado. Branco, que se diz vítima de injustiça e perseguição, foi agora designado para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de São Leopoldo.

Delegado de Polícia é afastado de cidade do Vale do Sinos por decisão judicial
Delegado de Polícia é afastado de cidade do Vale do Sinos por decisão judicial Foto: Polícia Civil

Além de Sapiranga e Nova Hartz, Branco não pode trabalhar em Araricá, a terceira cidade da comarca. A decisão é de ação civil pública decorrente de apuração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, que não quer se manifestar sob argumento de que o processo tramita sob sigilo. O delegado também prefere o silêncio.
Crimes teriam ocorrido em Sapiranga
Branco assumiu a delegacia de Nova Hartz na segunda semana de novembro, quando retornou ao trabalho após campanha eleitoral para deputado federal. Candidato pelo Podemos, não se elegeu. Os crimes de corrupção denunciados pelo Gaeco teriam ocorrido em Sapiranga, onde Branco chefiou a delegacia por sete anos até se licenciar, em junho, para concorrer ao Congresso Nacional.
“Recebi a ordem judicial hoje (terça-feira) e dei o cumprimento”, resume o diretor da 3ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), delegado Eduardo Hartz, que abrange o Vale do Sinos. Ele prefere não falar sobre o mérito da ação penal, por se tratar de investigação de outra instituição. 
Chefe de Investigação também foi denunciado
A apuração do Gaeco foi batizada de Operação Quinta Bolgia, em alusão a uma passagem da literatura clássica sobre corrupção. A denúncia de 85 páginas, menciona exigência de propina para não prender, investigar e também para soltar. Até prática de tortura. O principal acusado é o inspetor Carlos Medeiros, que era chefe de Investigação em Sapiranga e hoje atua no litoral. Ele não quer se manifestar.
Na fundamentação da denúncia, a promotora Márcia Villanova, do Gaeco, sugere cumplicidade do delegado: “Tinha ciência da conduta do denunciado e o autorizava a agir ilicitamente dentro da Delegacia de Polícia, quando tinha o dever e obrigação legal de agir, por ser superior hierárquico e o responsável pela Delegacia de Polícia de Sapiranga”.

“É uma investigação tendenciosa”
Em abril, quando a denúncia veio à tona, Branco se pronunciou: “O Ministério Público me investigou por dois anos, com quebra de sigilo bancário e fiscal, sem que sequer tenha me chamado para depor ou apresentar documentos. Aliás, o laudo diz que vivo de acordo com o que ganho. É uma investigação tendenciosa baseada em interesses escusos”, se defende o delegado.

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