De Ferran pede que F1 “abra cabeça”, mas diz que superlicença “faz sentido” – Grande Prêmio

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Como não poderia deixar de ser, a FIA se envolveu em algumas polêmicas ao longo do ano de 2022 na Fórmula 1. Entre a quebra do teto de gastos de 2021 da Red Bull, as mudanças nas regras da categoria devido ao porpoising, as polêmicas do presidente Mohammed Ben Sulayem, o veto aos protestos dos pilotos e tantas outras, a negativa da superlicença a Colton Herta chamou atenção no fim de setembro.
Cotado para se juntar à F1 na vaga que ficou com Nyck de Vries na AlphaTauri, o americano não conseguiu somar os pontos necessários da maneira tradicional e iniciou a discussão sobre se a pontuação distribuída para a superlicença na Indy realmente faz sentido, já que apenas o campeão consegue os 40 tentos necessários para integrar o grid da principal categoria do automobilismo — para se ter uma ideia, a F2 distribui os 40 para todos os três primeiros colocados.
Em conversa com o GRANDE PRÊMIO em Interlagos, o bicampeão da Indy Gil de Ferran comentou sobre o intercâmbio entre a categoria americana e a F1, que tem cada vez mais levantado discussões sobre o caminho traçado pelos pilotos que querem correr fora dos Estados Unidos.
De Ferran acredita na necessidade de uma certa “abertura de cabeça” das categorias, que mais uma vez se envolveram em polêmica durante o processo de obtenção da superlicença por parte de Herta.
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“Para mim, carros de corrida são iguais: você freia, acelera, vai de traseira, de frente, e piloto bom vai ser bom sempre — tanto de um lado do Atlântico quanto do outro”, avaliou. “De certa maneira, vejo isso com naturalidade, nunca se sabe de onde vão vir os talentos. Eles aparecem, muitas vezes, de lugares inesperados”, ressaltou.
“Eu aplaudo essa abertura de cabeça das categorias, você pensa: ‘tem um cara lá que realmente cresceu em outra árvore, mas é um talento que promete, então vamos dar uma chance a ele’”, explicou. “Acho isso uma atitude muito saudável. Aliás, saudável é uma boa palavra”, afirmou.
Apesar do pensamento de que o talento precisa ser priorizado, Gil concordou com a FIA no caso da superlicença de Herta. O brasileiro admitiu que a regra possui algumas inconsistências, como a distribuição dos pontos em cada categoria, mas pediu para que o foco seja na alteração do regulamento e afirmou que desrespeitar as regras atualmente estabelecidas poderia gerar uma confusão ainda maior no futuro.
“Tem um sistema de pontuação que a FIA colocou, já faz alguns anos, e para mim faz sentido. Porque você precisa atingir um certo nível de competência para participar de uma corrida de F1 ou Indy. A questão que fica é quantos pontos você pode dar para cada categoria, mas sou um pouco rígido nesse sentido. Se existe uma regra, é para ser cumprida. Se ela está errada, ok, vamos pensar em como melhorar as coisas. Se não, fica uma confusão muito grande. O problema não é existir a pontuação, mas como aplicar esses pontos para cada categoria”, finalizou.

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