Retrospectiva 2022: Inesperada, silly season agitada forma grid da F1 2023 com muito caos – Grande Prêmio

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Somente 4 das 10 equipes da Fórmula 1 irão manter a dupla de pilotos de 2022 para a próxima temporada. Red Bull, Ferrari e Mercedes estão consolidadas no topo do pelotão, sem necessidade de mudança — enquanto a Alfa Romeo já tinha dado um contrato maior ao desacostumado Valtteri Bottas, ao passo em que Guanyu Zhou foi presenteado com mais um ano na categoria depois de surpreender
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Mas nos outros 6 times, meu amigo e minha amiga… teve de tudo. Drama, treta, surpresa — a lista é longa. Para entender como o grid da F1 2023 foi formado, pois, é preciso elaborar uma verdadeira linha do tempo de acontecimentos.
Pouco antes do GP da Hungria, a silly season — que prometia ser calma, tranquila — oficialmente começou. Em uma conta recém-criada no Instagram, Sebastian Vettel anunciou sua aposentadoria da Fórmula 1
O lendário tetracampeão mundial decidiu dar adeus à principal categoria de automobilismo do mundo, contra a vontade da Aston Martin — que, no entanto, aceitou plenamente a decisão de ‘Seb’. Isso significaria, no entanto, que a vaga ao lado de Lance Stroll agora não tinha dono. 
Em meio a negociações para renovar seu contrato com a Alpine, Fernando Alonso pegou o universo do esporte a motor de surpresa e fechou acordo com a Aston Martin — substituindo, portanto, Vettel.
A decisão deixou até mesmo Otmar Szafnauer surpreendido. Afinal, o chefe da equipe francesa ficou sabendo da saída do bicampeão somente pela imprensa. Visivelmente incomodado com a Alpine — já que o time levou a idade do espanhol em extrema consideração nas negociações, indisposta a oferecer o tão desejado contrato a longo prazo —, e afirmando que “outras equipes pensam de maneira diferente”, Alonso admitiu que tudo foi resolvido com extrema rapidez. Deu para ver.
Pronto, a situação da Aston Martin para a F1 2023 estava resolvida. Mas a Alpine ainda precisava definir quem iria ocupar a vaga deixada por Alonso. O escolhido? Oscar Piastri, promovido à titularidade um dia depois da saída do Príncipe das Astúrias. Então piloto de desenvolvimento e reserva da marca francesa, o australiano parecia ser a opção óbvia.
O problema é que o próprio Piastri recorreu às redes sociais, horas depois, para publicamente desmentir a equipe francesa. “Entendo que, sem meu consentimento, a Alpine divulgou uma nota afirmando que eu vou pilotar por eles ano que vem. Isto está errado e eu não assinei nenhum contrato com a Alpine para 2023. Não serei piloto deles”, disparou o australiano. O motivo seria revelado depois: já estava acertado com a McLaren.
Enquanto o caos começava a crescer na situação Alpine-Piastri-McLaren, a Williams deu o primeiro passo para garantir estabilidade em 2023. Brincando inclusive com a polêmica envolvendo o australiano e as duas equipes, o time de Grove anunciou a renovação de contrato de Alexander Albon
Segundo a própria Williams, o acordo firmado desta vez não tem duração de apenas uma temporada e é plurianual. Assim sendo, o tailandês tem vínculo não só para 2023, como 2024 também, ao mínimo.
As performances ruins, péssimas, já davam um indício de que isso poderia acontecer. Depois do interesse da McLaren em Piastri vir à tona, e com um Lando Norris avassalador, a demissão de Daniel Ricciardo virou praticamente certeza. E foi concretizada no fim de agosto.
Depois de negar que seria mandado embora, pregar foco total em seu trabalho na equipe de Woking e etc., Ricciardo chegou a um acordo para rescindir seu contrato — até então, válido até o fim de 2023 — com o time de Zak Brown e Andreas Seidl. Fim de uma passagem melancólica. 
O imbróglio envolvendo Piastri, Alpine e McLaren foi para o tribunal da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). A equipe francesa se apegava ao acordo firmado com o piloto para sua academia, enquanto o time de Woking batia o pé de que não havia nada assinado entre as duas partes para 2023 e diante. 
O CRB (Conselho de Reconhecimento de Contratos, em português) — órgão da entidade que regula contratos —, validou o vínculo entre o australiano e a equipe de Woking. Assim sendo, Piastri foi anunciado pela McLaren no mesmo dia, deixando a Alpine a ver navios.
Assim que ‘perdeu’ Piastri, a Alpine voltou suas atenções para Pierre Gasly, nome preferido para ocupar a vaga na equipe francesa ao lado de Esteban Ocon. Restava saber se a AlphaTauri iria encontrar alguém “empolgante” o suficiente para liberar o piloto francês.
Tal alguém foi encontrado: tratava-se de Colton Herta. O problema? A superlicença. O americano não tinha os pontos necessários para pilotar na F1, muito por conta do sistema da FIA — que não valoriza a Fórmula Indy adequadamente. A burocracia e a relutância do órgão regulador em conceder uma exceção a Colton fizeram com que a Red Bull desistisse de contar com o piloto
Enquanto seguia na busca de alguém para ocupar a vaga deixada por Gasly e facilitar a vida do francês, que desejava ir para a Alpine, a AlphaTauri resolveu metade da equação. No fim do mês, o time de Faenza anunciou a renovação de contrato com Yuki Tsunoda.
“Quero agradecer à Red Bull, Honda e AlphaTauri por continuarem me dando a oportunidade de pilotar na F1. Depois de me mudar para a Itália no ano passado para ficar mais perto da fábrica, certamente eu me sinto parte da equipe e estou feliz por ainda poder correr com eles em 2023”, afirmou Tsunoda, em comunicado oficial.
Somente um dia depois da renovação de Tsunoda, a Williams partiu o coração do universo da F1 ao confirmar que Nicholas Latifi não iria seguir na equipe para a próxima temporada da categoria.
Brincadeiras à parte, a equipe de Grove já começou a preparar o terreno para a definição 100% de sua dupla para 2023. Albon já estava confirmado, e um nome já poderia ser descartado para a segunda vaga: o próprio canadense. 
Foram duas semanas calmas de silly season — mas que, quando voltou, voltou com tudo. Na noite de sexta-feira, pouco antes das primeiras ações da F1 para o GP do Japão, a Alpine confirmou a chegada de Pierre Gasly à equipe.
Pouco depois, a AlphaTauri mostrou ter superado Colton Herta rapidinho, rapidinho. O que já vinha sendo especulado virou notícia oficial: depois da apresentação ótima no GP da Itália, em Monza, com a Williams, Nyck de Vries empolgou a esquadra de Faenza o suficiente para garantir seu lugar no grid de 2023.
No meio da entrevista coletiva antes do treino classificatório para o GP dos Estados Unidos, o então chefe de equipe da Williams soltou uma bomba sem qualquer tipo de cerimônia. Respondendo a uma pergunta despretensiosa, Jost Capito afirmou que o time de Grove já tinha o substituto de Latifi definido: tratava-se de Logan Sargeant, piloto da academia e F2.
O problema? Até aquele momento, o americano não tinha a superlicença necessária para pilotar na F1. Faltavam pontos, que provavelmente chegariam ao fim da temporada na Fórmula 2, mas isso não era uma certeza. “Sentimos que ele está pronto para correr. Sob a condição que tenha pontos suficiente para a superlicença após Abu Dhabi, será ele o nosso segundo piloto no ano que vem”, disse Capito. Vai uma pitada de pressão aí?
Você deve estar se perguntando: e a Haas, hein? Pois é. A equipe americana deixou a decisão para os acréscimos do segundo tempo de maneira intencional, mesmo. Afinal, por meses, todos se perguntaram: e Mick Schumacher, fica ou não fica?
As cobranças públicas e as batidas frequentes pesaram contra o alemão. Naquela quinta-feira, a Haas oficializou que o filho do heptacampeão Michael não permaneceria para 2023 — sem vagas restantes, sobrou o posto de reserva na Mercedes. Em seu lugar, Nico Hülkenberg retornou e foi convocado.
A peça final do quebra-cabeça do grid da F1 2023 foi encaixada em 20 de novembro. Após a conclusão da etapa de Abu Dhabi da Fórmula 2, Sargeant terminou o campeonato da categoria de base na quarta colocação.
Foi o suficiente para o americano obter a superlicença e carimbar o passaporte rumo à principal categoria de automobilismo do mundo. Mera formalidade, o anúncio oficial da Williams não tardou a vir.

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