Papa Francisco: Se você quer fazer política, deixe o sacerdócio – Paraiba Online

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Da Redação
Publicado em 25/12/2022 às 17:31
Foto: Ascom
Estão muitas vivas na história recente do mundo, e em particular da comunidade católica, duas imagens emblemáticas, originárias de concepções e contemplações muito subjetivas do exercício do sacerdócio.
O marcante e carismático polonês que escolheu o nome, como papa, de João Paulo II, e optou por esvair a sua vida no comando – simbólico – do trono de Pedro. Desfigurado e sem conseguir mais exercer o comando da Igreja, teve a sua Páscoa no exercício formal da cátedra.
O seu sucessor (e amigo) Bento XVI adotou, por razões que não cabe aqui esmiuçar, assumir uma postura diferente.
E ao avaliar que não possuía mais as condições mínimas para conduzir de forma plena o comando da Igreja Católica, Bento resolveu consumar um gesto pouco esperado para um papa: renunciou ao cargo, marcado na história pela vitaliciedade.
Há quase 10 anos, sucedeu a Bento XVI o desconhecido cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio, o papa “que veio do outro lado do mundo”, como disse ao ser festivamente anunciado como sumo pontífice.
O breve relato acima é necessário por conta da revelação que veio à tona no final de semana, em entrevista dada pelo papa Francisco a um jornal espanhol: ao tomar posse no cargo ele entregou ao então secretário de Estado a sua renúncia, a ser concretizada na hipótese de vir a sofre grave impedimento decorrente de problemas de saúde.
A seguir, confira trechos da entrevista de Francisco, afinal de contas não são coisas corriqueiras as entrevistas papais.
“Eu já assinei a minha renúncia. Foi quando Tarcisio Bertone era secretário de Estado. Assinei a renúncia e lhe disse: “em caso de impedimento médico ou o que quer que seja, aqui está a minha renúncia.
“Uma guerra mundial. Não nos esqueçamos disso. Já há várias mãos envolvidas na guerra. É global. Penso que uma guerra é travada quando um império começa a se enfraquecer, e quando há armas para usar, vender e testar.
“Alguns pegam minhas palavras fora do contexto para me levar para onde querem eles.
“Quando um sacerdote se intromete na política, não é bom…. O padre é um pastor. Ele deve ajudar as pessoas a fazerem boas escolhas. Acompanhá-las. Mas não ser um político. Se você quer fazer política, deixe o sacerdócio e se torne um político.
“O problema das notícias falsas sobre líderes políticos e sociais é muito sério. Elas podem destruir uma pessoa.
Problema no joelho
“Já estou caminhando, a decisão de não me operar acabou sendo a decisão certa.
Uso de cadeira de rodas
Governa-se com a cabeça, não com o joelho.
Ser papa
“Não sei se aprendi ou não… A história pega você onde você está.
O que faz falta
“Não poder andar nas ruas, não poder sair. Em Buenos Aires eu era muito livre. Eu usava transporte público, eu gostava de ver como as pessoas se moviam.
“O contato com as pessoas me recarrega, por isso não cancelei nem mesmo uma audiência de quarta-feira. Mas sinto falta de sair pelas ruas porque agora o contato é funcional. Eles vão ´para ver o Papa´, essa função. Quando saia pela rua, eles nem sequer sabiam quem era o cardeal”.
*Com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatea Souza
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