Lula precisa ser alertado de que pode destruir o país – UOL Economia

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Colunista do UOL
27/12/2022 04h00
O erro que começou há mil anos é tão errado como o que começa hoje, e o certo que surge hoje é tão certo como se tivesse a sanção de séculos.
Thomas Paine
Lula já fala em “herança maldita”. Se ele insistir em administrar só olhando para o retrovisor, como fez com Fernando Henrique Cardoso, este seria o momento de puxar suas orelhas e trazer à tona alguns números que provam que de maldita essa herança não tem nada. Afinal, quer pacificação ou não? Vejamos alguns dados.

Depois de tanto pessimismo dos opositores o PIB rompe a casa dos 3%. Essa conquista é ainda mais admirável por ter ocorrido depois de enfrentarmos uma das mais severas pandemias da história mundial. É crescimento para ninguém botar defeito.
A queda do desemprego foi tão vertiginosa que os adversários não conseguem nem mencionar as estatísticas. Não há o que criticar. Com cerca de 100 milhões de pessoas ocupadas, o país atinge o menor nível de desemprego desde 2014.
A inflação despencou. Com deflações sucessivas, estamos provocando inveja nos países desenvolvidos. Mesmo com as dificuldades enfrentadas por praticamente todas as nações, deixamos para trás o patamar dos dois dígitos. São números excepcionais, que estabelecem uma base sólida para os rumos da nossa economia.
E a relação dívida/PIB? Quando a maioria supunha que iríamos estourar, a surpresa foi bem agradável, pois chegamos aos inimagináveis 74%. Com a índole irrefreável de Lula para gastar o que não temos, entretanto, segundo previsão do BTG, chegaremos em 2030 com nível de endividamento de 97%!
A arrecadação de impostos teve aumento superior a 8%. É o melhor resultado em 22 anos. E o que é mais importante, com a redução sistemática de impostos. Pagando menos tributos as empresas se sentiram mais estimuladas para investir e faturar.
Infelizmente, mesmo antes de assumir, o governo Lula já demonstra equívocos que surpreendem até aqueles que o apoiaram. A ânsia de virar as costas para a responsabilidade fiscal é uma obsessão.
E não se ouve uma palavra sobre corte de gastos. Só articulam para aumentar o número de ministérios e acomodar assim os políticos interesseiros. Veem a solução para essas despesas todas no aumento dos tributos. Parece que não aprenderam nada com os erros do passado.
O compromisso fiscal responsável possibilitaria a continuidade na queda da inflação, a diminuição das taxas de juros, estimularia o crescimento econômico e, consequentemente, a redução da pobreza. Com a justificativa de ajudar os mais necessitados, o governo quer gastar, e, na verdade, esse descontrole irá piorar a vida dos brasileiros.
Sem contar a sua vontade incontrolável para inchar a máquina pública, tornando-a mais onerosa e inoperante. Basta dizer que os planos bem arquitetados de privatização serão abortados. É só olhar um pouco para trás e constatar o que aconteceu com as empresas públicas na administração petista. Um caos.
São planos de gestão embolorados, que se sustentam na retórica carcomida de 40 anos atrás. Não que não se possa lançar mão de velhas práticas bem-sucedidas. Às vezes, com pequenas adaptações elas chegam a funcionar com perfeição nos dias atuais. Priorizar o gasto e a estatização, entretanto, é apostar no fracasso.
Desde que venceu as eleições, Lula não tem outro discurso que não seja o de promover a gastança. Os progressistas que não se embriagaram com a ideologia lulista estão assustados. Não acreditavam que as promessas de campanha do presidente eleito pudessem ser levadas a sério.
Para esses incautos jamais alguém poderia ser irresponsável e dizer: agora faça o L. Não. Quem deseja o bem do país, não quer o quanto pior, melhor. A torcida deve ser para que apareça um anjo da guarda que consiga pôr um pouco de juízo na cabeça desses populistas.
O próprio Lula insistiu há poucos dias para que critiquem seus atos. Afirmou que não quer ninguém “puxando o saco”. Como deu abertura, que tal fazer o teste e mostrar que já está errando feio antes mesmo de começar? O duro é descobrir quem se habilita a pôr o guizo no gato.
Superdicas da semana
Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: “Oratória para líderes religiosos”, publicado pela Editora Planeta. “Como Falar Corretamente e sem Inibições”, “Comunicação a distância”, “Os segredos da boa comunicação no mundo corporativo” e “Oratória para advogados”, publicados pela Editora Saraiva. “29 Minutos para Falar Bem em Público”, publicado pela Editora Sextante.
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