Julio Cesar: ‘Se o Botafogo termina 2013 com o elenco que começou, era campeão brasileiro’ – FogãoNET

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25/12/22 às 14:13
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Por FogãoNET
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Lateral-esquerdo do Botafogo em 2013 e 2014, Julio Cesar recordou a passagem pelo clube em entrevista ao canal “Storicast”, no YouTube. O jogador contou como foi sua chegada e como teve que conquistar a confiança do técnico Oswaldo de Oliveira, após início complicado.
– O Márcio Azevedo estava muito bem, eu o achava um excelente lateral, mas a torcida não gostava tanto, porque é complicada, exigente, ele estava desgastado. Aí o Sidnei Loureiro era o diretor, o Oswaldo não queria minha contratação. Porque tinha Márcio Azevedo e Lima, que hoje está bem na França. Cheguei com nome, era um problema para o Oswaldo, meio que não me queria. Eles não conseguiram vender nem emprestar o Márcio, eu ligava para o meu empresário todo dia, o Oswaldo me botava no terceiro time nos treinos, eu tinha um monte de propostas. Eu vim porque o Botafogo tinha um timaço. Aí deu esse problema todo, falei “não dá”, o Botafogo não estava bem, meu empresário falava “o Oswaldo vai cair”, eu dizia “quero jogar”, já tinha ficado parado o ano anterior. Veio o jogo com o Flamengo, semi da Taça Guanabara, o Botafogo cambaleando, se perde o Oswaldo caía. Ele estava me usando de volante, o Márcio foi vendido, ele ficou na dúvida entre mim e o Lima. Ele não confiava em mim. Mas os mais experientes pediram “põe o Julio, Oswaldo”. Com um minuto de jogo, faço jogada pela esquerda e o gol. Ganhamos de 2 a 0, teve gol do Vitinho. Dali o time voou, não perdeu mais nenhum jogo no Carioca e foi campeão – lembrou Julio Cesar.
O treinador, contudo, mudou de opinião em relação o lateral e fez questão de externar para o grupo.
– Tem um lance engraçado que o Oswaldo reconheceu isso. Teve um jogo com o Criciúma, nós liderando o Campeonato Brasileiro e eu voando. Ganhamos o jogo, teve um churrasco, Oswaldo pediu a palavra, bateu palma para mim e disse “tenho que tirar o chapéu para você, você é fudido”. Ele é gente da melhor qualidade. Eu não conseguia ficar puto com ele, queria era jogar, vi que não era trairagem – adicionou.
Para Julio Cesar, aquele elenco teria conquistado um título expressivo se não fossem os problemas financeiros e a saída de jogadores.
– Começou o bicho a pegar. O Oswaldo não ficou em 2014, o contrato acabou, pegaram o auxiliar Eduardo Húngaro, gente da melhor qualidade. Mas o Botafogo estava em uma Libertadores após anos. O Eduardo sabia dar treino, gente da melhor qualidade, o grupo gostava dele, mas não tinha experiência de pegar uma Libertadores. Começamos bem, o Seedorf aposentou, virou treinador no Milan, não tinha como repor. O Rafael Marques, que estava voando, saiu, Andrezinho, Fellype Gabriel, Vitinho já tinham saído. Em 2013, se o Botafogo termina com o elenco que começou era campeão brasileiro. Tenho certeza absoluta. Tinha banco, às vezes o Andrezinho, o Renato, que jogava de terno, Vitinho era banco. Tínhamos reposição. Fomos perdendo, perdendo, o Cruzeiro tinha elenco, bateu campeão em 2013 e 2014 – recordou, citando ainda a polêmica interdição do Estádio Nilton Santos.
– Ali eu acho que foi uma jogada porque o Maracanã tinha ficado pronto. Diziam que era o teto, mas teve vento absurdo e nunca voou. Foi história. Foi uma jogada política e o Mauricio Assumpção aceitou de forma muito tranquila, não bateu de frente, ficou em uma de “está bom,vamos para Volta Redonda”. Foi sinistro. Ficamos revoltados na época – revelou.
No ano seguinte, porém, a situação saiu do controle. Julio Cesar acabou demitido junto com Bolívar, Edílson e Emerson Sheik.
Em 2014 começou a falta dinheiro, atrasar salário, eu era um dos líderes com Bolívar, Jefferson, Edílson, Marcelo Mattos. Sobrava para a gente cobrar salários, era um negócio desgastante, teve greve no meio da Libertadores. Acho que foi um erro nosso, não era o momento de fazer. Mas só quem está ali no momento vivendo sabe o que está acontecendo. Aí veio o Brasileiro, time mal, falta de salários, não tinha gelo no vestiário, o presidente surtou do nada, ninguém sabe o que aconteceu, já perguntei a amigos dele e já vi entrevistas, nunca falou o porquê. Não teve ato de indisciplina nem nada. Iríamos treinar às 11h, o Gottardo me ligou às 23h e falou para não apresentar, que eu estava fora. Não era só eu. Até o Marcelo Mattos estava na barca, mas estava se recuperando de lesão em São Paulo, acabou ficando. Queriam mandar o Jefferson embora também, mas alguém segurou. O próprio Gottardo não sabe os motivos do que foi feito. O presidente nos últimos meses já não andava mais no clube, por vergonha, por medo de ser cobrado. Não pagaram nada, até hoje para receber – completou.

Fonte: Redação FogãoNET e Storicast
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