Extremista preso no RJ tirou camisa com rosto de Bolsonaro e impediu filmagem em quebra-quebra no DF – Metrópoles

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29/12/2022 18:34, atualizado 30/12/2022 7:49
Um dos extremistas presos nesta quinta-feira (29/12) na Operação Nero vestia, no começo dos atos do dia 12, camisa com o rosto de Jair Bolsonaro (PL) estampado. Em determinado momento, quando os ataques se tornaram mais violentos, o homem tirou a blusa. A noite acabou com a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, veículos incendiados e prédios destruídos.
Átila Reginaldo Franco de Melo, 41 anos, aparece em vídeo gravado pelo Metrópoles no começo da manifestação de 12 de dezembro, em Brasília. Ainda trajando a camisa com o rosto do presidente Bolsonaro, ele se aproxima da equipe de reportagem, tenta intimidar e diz que não aceita ser filmado.
Mesmo após uma conversa, explicando ao bolsonarista que a gravação pode ser feita naquele local, por ser público, Átila continua irritado e chega a tomar o celular do repórter, que já tinha parado de filmar. O aparelho só foi devolvido porque a Polícia Militar interveio.
O episódio aconteceu antes do conflito entre forças de segurança e manifestantes bolsonaristas, quando policiais passaram a utilizar gás lacrimogêneo contra os arruaceiros. No momento em que começaram as cenas de violência e vandalismo, Átila voltou a ser registrado pelo Metrópoles, dessa vez pelo repórter fotográfico.
Veja o vídeo:
 
 
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Nas fotos, ele aparece com uma camisa que não estampa mais o rosto do presidente da República. A mudança de roupa ajuda a entender um movimento dos extremistas no dia em que Brasília se tornou um palco de guerra. Com a repercussão negativa, bolsonaristas passaram a argumentar que toda violência vista no dia era ação de “infiltrados” entre os conservadores, e não apoiadores de Jair Bolsonaro.
O extremista Átila Melo é suspeito de participar da tentativa de invasão ao edifício-sede da Polícia Federal e de praticar outros atos criminosos pela capital federal, como a depredação do 5ª Delegacia de Polícia (área central).
O bolsonarista preso costumava publicar nas redes sociais mensagens de ódio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Apesar de morar no Rio de Janeiro, Átila viajava com frequência a Brasília para participar de atos em apoio ao presidente Bolsonaro.
Além de Átila, investigadores prenderam a bolsonarista Klio Hirano. Nas mídias sociais, a mulher exibe uma série de publicações, vídeos e fotos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília e em encontro com outros autodenominados “patriotas”.
O terceiro detido mora em Rondônia. Trata-se de Joel Pires Santana, 40 anos, nascido em Cacoal (RO), pastor evangélico e participante frequente dos atos antidemocráticos em Brasília.
Já Ricardo Yukio Aoyama, 33 anos, não chegou a ser preso, mas sua casa, em Rondônia, foi alvo de busca e apreensão. No imóvel, os agentes encontraram uma pistola. Conforme investigação da PCDF e da PF, Ricardo teria sido o responsável por comprar combustíveis durante os atos de vandalismo em Brasília. No dia dos ataques, dezenas de veículos foram incendiados na região central da cidade. Nas redes sociais, Ricardo se apresenta como apoiador do presidente Bolsonaro.
As equipes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da Polícia Federal (PF) cumprem 32 mandados de busca e apreensão e de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além do DF, a Operação Nero é deflagrada simultaneamente nos seguintes estados: Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
As apurações contaram com métodos de inteligência policial, oitivas e análises de fotos e vídeos registrados no dia do ataque. Apesar das cenas de terror capturadas no centro da capital federal, nenhum suspeito foi levado para a delegacia após os atos de vandalismo.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
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