Em apresentação no Fla, Vítor Pereira explica saída do Corinthians: “Não devo nada a ninguém” – Gazeta Esportiva
Alberto Helena
Bruno Massami
Chico Lang
João R. Cozac
Castilho de Andrade
Daniel Carreira Filho
Rodrigo França
Flávio Prado
Fernanda Silva
Bruno Sthefan
Manoel Serapião
Regiani Ritter
Michelle Giannella
A. Silvestre e T. Salazar
São Paulo, SP
03/01/23 | 14:48 – 03/01/23 | 14:53
Não teria como o novo técnico do Flamengo, o português Vítor Pereira, não explicar sua saída do ex-clube, o Corinthians, em novembro do ano passado. Questionado sobre o problema familiar que não o permitiu renovar por mais uma temporada o vínculo com o Timão, ele deu uma longa resposta sobre seu comprometimento com os paulistas e que, após algumas conversas, a família aceitou o novo desafio profissional do treinador.
“Vou aproveitar a oportunidade, porque estive calado durante esse tempo todo. Muito se disse, muitas críticas, coisas ditas por quem não me conhece. Esta é a verdade, pois só eu sei a verdade: o que aconteceu foi que minha vinda para o Brasil há um ano acontece de uma forma, já mencionei isso, disse que não estava na minha perspectiva. Surgiu o convite e eu e minha equipe técnica decidimos vir um ano ao Brasil, experimentar, perceber a realidade do o Campeonato Brasileiro, ver se, de fato, era bom ou não, por isso assinamos um ano de contato, não dois nem três, foi um ano”, iniciou VP.
“Esse ano de contrato foi cumprido na íntegra, com responsabilidade, dedicação, sofrimento, com muitas noites sem dormir, portanto, de uma forma como eu estou em todos os clubes, dando tudo de mim e me dedicando com compromisso e responsabilidade. Foi assim que eu estive no clube anterior, sempre, até o último dia de contrato. Nunca me passou pela cabeça, para esclarecer bem, porque, de fato, sempre fui transmitindo ao clube, que acabaria a temporada e eu voltaria para casa (em Portugal), porque, infelizmente, e é outro assunto que me deixa um pouco chateado, porque as pessoas não sabem. Infelizmente há muitas famílias Brasil afora que lidam com uma situação familiar séria, e a minha família lida com essa situação”, continuou.
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Então, o técnico explicou mais detalhadamente como o problema de saúde de sua sogra foi contornado e, então, aceitou a proposta de “um clube da dimensão do Flamengo”, que tem “pela frente um ano de grandes desafios e um elenco de qualidade”.
“Pelo desgaste que eu sei que toda essa situação provoca na minha família, eu fui dizendo sempre que iria para casa para apoiá-los. Na minha cabeça, isso foi sempre muito claro, sempre fui muito honesto com quem tinha que ser dentro do clube. Eu fui sempre colocando a minha decisão, que seria de voltar a Portugal, prova disso é que dois dias antes é que o clube pediu para eu fazer uma declaração à torcida que o grande motivo para ir embora era familiar. Eu fiz essa declaração, porque era essa a ideia clara e esse compromisso que eu tinha com a minha família. Não houve mentira nenhuma, não cabe na cabeça de ninguém eu estar falando de uma situação familiar se eu tivesse a perspectiva de ir ao Flamengo. Portanto, isso desmonta qualquer teoria, essa é a verdade. Quem disser alguma coisa para além disso está mentindo”.
“Depois disso, de o Campeonato (Brasileiro) ter acabado, surge um clube da dimensão do Flamengo, numa primeira abordagem que nunca tinha me passado pela cabeça, de ficar no Brasil, surge a conversa que tivemos e eu fiquei a pensar. Por quê? Porque, de fato, a proposta profissional é de uma dimensão… O Flamengo tem pela frente um ano de grandes desafios, um elenco de qualidade, que permite lutar por esses títulos todos. Do ponto de vista profissional, não há nenhum treinador no mundo que não fique a pensar depois de uma abordagem dessa”.
“Foi isso que aconteceu, fiquei pensando, sabendo do problema em casa que tinha para resolver. Com quem é que eu tenho compromisso? Com a minha família. Se ela entendeu, depois de uma, duas, três conversas, que podíamos lidar com a situação, tive que tomar uma decisão. É tão verdade isso que o próprio estafe não conseguiu acompanhar. Ninguém decide a minha vida por mim, se fiquei devendo alguma coisa, foi à minha esposa. Não devo mais nada a ninguém, dei tudo de mim”, finalizou.
Ele ainda falou sobre o estafe não ter permanecido no Brasil, agradeceu à torcida do Corinthians pelo apoio e disse que retribuiu à altura.
A assessoria do Flamengo, então, afirmou que ele não falaria mais sobre o assunto, mas a pergunta seguinte foi novamente sobre isso, totalmente ignorada pelos presentes – VP, Rodolfo Landim, Marcos Braz, Bruno Spindel e Reinaldo Belotti.
Depois de a coletiva de VP terminar, Braz, então, falou sobre o processo de negociação e posterior acerto com o técnico e garantiu que o Rubro-Negro não procurou o profissional enquanto ele ainda estava no Corinthians.
“O que eu posso falar é que quando fizemos o convite ao Vítor, a questão que mais o preocupou com certeza foi o problema familiar. Eu acho que dentro desse processo também tem um processo de convencimento, que é meu e do Bruno (Spindel) usando, claro, a grandeza do Flamengo. O que eu posso falar é que de fato a questão que mais o preocupava era a parte do processo familiar que ele teria que passar e conversar com os familiares”, iniciou.
“A gente deu esse tempo a ele, um tempo curto, por razões óbvias, e foi isso que aconteceu. Tanto que tivemos que sair do Rio de Janeiro para fazer a conclusão dessa contratação. O que eu posso falar também é que jamais, em nenhum momento, a gente foi atrás do Vítor Pereira quando ele era técnico de outro clube. O Flamengo fez o que tinha que fazer”, concluiu.
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