Com Lula no poder, os novos discursos e palavras de ordem na Esplanada – Metrópoles

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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por Ricardo Noblat e equipe
04/01/2023 10:00, atualizado 03/01/2023 19:37
Os dois primeiros dias de governo de Lula trouxeram novidades diversas na gestão do país. Novos ministros foram empossados, com mais ministérios, perfis bem distintos do que governo que saiu e atos do antigo presidente revogados.
As mudanças não foram só nesse campo. Nas posses ocorridas até agora, surgiram novas expressões, palavras de ordem e discursos, que se repetem nessas cerimônias.
Por exemplo: pegou, durante as solenidades de posse, o grito dos petistas contra qualquer concessão a Jair Bolsonaro. É a palavra de ordem “sem anistia”. Repetida toda vez que há críticas a Bolsonaro e seu comportamento como governante. Essa manifestação surgiu ainda na posse do presidente, no domingo, na praça dos Três Poderes, quando Lula se referiu criticamente à gestão do antecesssor.
Outra “mania” entre os petistas é repetir nessas solenidades as saudações feitas pelos apoiadores de Lula que permaneceram em frente à Polícia Federal, em Curitiba (PR), quando o petista esteve preso. São os “bom dia, presidente” e o “boa tarde, presidente”. Os petistas saudavam assim o petista, do lado de fora.
O governo Lula também incorporou nas solenidades, inclusive no Palácio do Planalto, a expressão “todes” ao se referir a plateia presente. O locutor oficial sempre dá bom dia, ou boa tarde, a “todos, todas e todes”. A expressão, de linguagem neutra, se refere a todas as pessoas, independentemente do gênero.
Esse “todes” gerou a oposição, no Congresso Nacional, da bancada religiosa. A própria ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que é deputada do União, pelo Rio, é autora do projeto que veda o uso dessa linguagem neutra nas escolas, como revelou o Metrópoles, semana passada. 
Na posse de Silvio Almeida, ontem, como novo ministro dos Direitos Humanos, se ouviram, por exemplo, as três expressões: o bom dia a todos, todas e todes, saudou a locutora aos presentes; o próprio Almeida, no discurso, desejou bom dia ao presidente; e, após críticas do ministro – que afirmou ter herdado uma gestão de “desastre” – o público gritou “sem anistia” a Bolsonaro.
“Encerra-se a era de um presidente que, se outrora disse orgulhoso ‘defender a tortura’, usou seu cargo, amparado por sua ministra de Direitos Humanos, para investir contra o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura”. (Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos)
Vital Farias é autor de uma canção – “Saga da Amazônia” -, uma das preferidas pela ministra do Meio Ambiente
Apesar de ter constituído um governo de uma frente democrática bem além do PT, não terá vida fácil no parlamento
É esperançoso ouvir o novo presidente dizer que foi eleito para reduzir a desigualdade social
“Sem anistia”, uma referência a Bolsonaro, “boa tarde, presidente”, saudação a Lula, e “todos, todas e todes” nos discursos são as novidades
Nada aprendeu e nada esqueceu
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