Bolsonaro vira piada em talk-show dos EUA – Poder360

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O apresentador Stephen Colbert fez piada com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o programa “Late Show” de 2ª feira (9.jan.2023). Também comparou a invasão de extremistas aos prédios dos Três Poderes com a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
“Tem uma grande história no Brasil, o país cujo principal lema é: ‘Português. Nós falamos português’. Eles acabaram de passar por uma eleição presidencial e o perdedor é um político da direita, uma tartaruga que acabou de perder sua cenourinha”, disse o apresentador.

“Bolsonaro alega que ele perdeu [a eleição presidencial] por fraude. Se isso nos soa familiar, escute essa também. Ontem, apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso [Nacional] e o edifício onde está o gabinete presidencial. Eu não posso assistir a esse filme novamente. Eu sei como termina. Com todos gostando da versão brasileira de Liz Cheney. Não posso gostar dela novamente. Eu sou muito emocional”, disse o apresentador.
Liz Cheney, 56 anos, é uma republicana que ocupa assento na Câmara dos Estados Unidos desde 2017. O mandato da deputada termina em 2023.
Cheney foi uma dos 10 republicanos a votar a favor do impeachment do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
Colbert continuou: “Foi um dia sombrio para a democracia do Brasil. Com líderes especialistas dizendo: ‘8 de Janeiro é o 6 de Janeiro brasileiro’. Assim como o nosso 6 de Janeiro, o [ato] brasileiro teve vândalos invadindo os prédios do governo, atacando policiais com os mastros da bandeira do país e quebrando as janelas”.
Durante a fala do apresentador, imagens feitas pelo jornal norte-americano The New York Times do ato extremista em Brasília foram exibidas.
Brazil’s January 8th is looking a lot like America’s January 6th…🫢 #Colbert pic.twitter.com/RWX41UA23V
— The Late Show (@colbertlateshow) January 10, 2023

Os congressistas norte-americanos se reuniram no Capitólio, sede do Congresso dos EUA, em 6 de janeiro de 2021 para certificar a vitória do presidente dos EUA, Joe Biden, na eleição presidencial de 2020.
Apoiadores de Trump romperam a barreira policial em frente ao local e invadiram as dependências da Câmara e do Senado. Morreram 5 pessoas no dia e mais de 100 policiais ficaram feridos. 
Assista (6min):

Mais de 950 pessoas foram presas desde a invasão. Entre eles, mais de 284 réus foram acusados de agredir, resistir, impedir oficiais ou funcionários. Aproximadamente 351 foram julgados pela Justiça norte-americana e 192 condenados a prisão. O FBI, a polícia federal dos EUA, divulgou os dados em 4 de janeiro. Eis a íntegra (144 KB, em inglês).
Além disso, o relatório final do comitê da Câmara que investiga a invasão culpou Donald Trump pela ação. Segundo o texto, “um homem” foi a causa central do ato “a quem muitos outros seguiram”.
A comissão afirmou por meio do documento que nenhum dos eventos de 6 de Janeiro teria acontecido sem as ações de Trump. O comitê disse que o ex chefe de Estado dos EUA realizou “um plano de múltiplas partes para derrubar a eleição presidencial de 2020” e ele teria inspirado seus apoiadores a cometerem o ato.
Por volta das 15h de domingo (8.jan), extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional. Lá, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Equipamentos de votação no plenário foram vandalizados. Os extremistas também usaram o tapete do Senado de “escorregador”.
Em seguida, os radicais se dirigiram ao Palácio do Planalto e depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo. Por fim, invadiram o STF. Quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário da Corte, onde arrancaram cadeiras do chão e o brasão da república. Os radicais também picharam a estátua “A Justiça” e a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos foram realizados por pessoas em sua maioria vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Diziam-se patriotas e defendiam uma intervenção militar (na prática, um golpe de Estado) para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Leia abaixo o resumo dos acontecimentos:

Desde o resultado das eleições, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam quartéis em diferentes Estados brasileiros. Eles também realizaram protestos em rodovias federais e, depois da diplomação de Lula, promoveram atos violentos no centro de Brasília. Além disso, a polícia achou materiais explosivos em 2 locais de Brasília.
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