Na Apex, Alckmin e Viana indicam volta da política sul-sul – Poder360
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e o novo presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, indicaram que, nos próximos anos, o foco da Apex deve ser a política sul-sul. Isso quer dizer que países em desenvolvimento, também chamados de “sul global“, devem ser priorizados.
As indicações vieram de conversa que eles tiveram com funcionários na manhã desta 3ª feira (10.jan.2023). Viana foi o mais explícito em sua fala. Segundo ele, que já governou o Acre, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve representação nula no quesito “diplomacia presidencial”.
“O nosso ex-presidente não foi uma única vez a um país na África que, de certa forma, nos deu origem. Também não houve ação com nossos vizinhos e quem não trata bem seus vizinhos tem nome e sobrenome. Esse é um passado que nos queremos deixar para trás”, disse.
Na manhã desta 3ª feira, Viana deu posse à nova diretoria em reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da ApexBrasil. E se apresentou aos funcionários.
Para Viana, o país viveu “momentos muito tristes” da sua história nos últimos anos, em referência velada (porque não citou o nome) a Jair Bolsonaro.
Já o vice-presidente, que acumula também o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, disse que a agenda do que chamou de “retomada na imagem” do Brasil começará no dia 23, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fará as suas primeiras viagens ao exterior, para Argentina e Uruguai.
“Vamos ter a pessoa mais vocacionada [para vender a imagem do Brasil] que é o presidente Lula, e já começa agora dia 23 indo a Argentina restabelecendo, fortalecendo a relação bilateral e depois também com os países da América Latina“, disse.
No atual governo, a Apex saiu do guarda-chuva do Itamaraty, onde estava desde 2016, e foi para o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio).
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que pretende manter a cooperação entre o Itamaraty e a Apex. “A integração do ministério e da agência gerou benefícios concretos para ambas as instituições e sobretudo para o setor produtivo nacional. Durante a minha gestão essa integração será cada vez maior”, disse.
O ex-presidente Jair Bolsonaro desenvolveu uma política externa com foco nos Estados Unidos e restrições ideológicas a determinados parceiros.
Um exemplo foi a China que, apesar das críticas públicas de Bolsonaro e seus filhos, se manteve como maior parceira comercial do Brasil.
Outro exemplo é a Argentina. Governado por um presidente de esquerda, Alberto Fernandez, o país é o 3º principal parceiro do Brasil.
Segundo Alckmin, houve uma queda de 40% nas exportações ao país vizinho. “É um mercado importante. Para Argentina nós não exportamos só produtos primários, é automóvel, autopeça“, disse.
Segundo Alckmin, o mercado tem sido perdido para a China, que tem juros menores e mais prazo. “A gente tem que ir identificando quais são os problemas para ir aperfeiçoando a agenda de competitividade e conquistando mais mercados“, disse.
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