Extremista que participou de 8/1 teve encontros com Bolsonaro e Mourão – UOL Confere

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Do UOL, no Rio
12/01/2023 04h00
Um extremista que participou do ataque às sedes dos três Poderes mantém uma relação próxima de décadas com o ex-vice-presidente Hamilton Mourão a quem visitou em ao menos duas agendas oficiais nos últimos anos.
O militar da reserva Marcelo Soares Corrêa, conhecido como Cabo Corrêa, também foi recebido por Bolsonaro para um café da manhã no Palácio da Alvorada, em julho de 2021.

Corrêa —cujo nome não costa na lista de detidos— participou de inúmeros atos de teor golpista no Rio e em Brasília ao longo da gestão Bolsonaro. Em um deles. organizou uma caravana que saiu de ônibus do Rio para o Distrito Federal. Antes do embarque, gravou um vídeo atacando o STF e pregando um golpe militar.
Hoje vivemos uma ditadura comunista pelo STF. O Brasil vai clamar pelas Forças Armadas, para que fechem o STF de uma vez por todas. O STF somente formado por marginais.
Marcelo Soares Corrêa, extremista que participou dos ataques em 8/1
Além de uma relação pessoal próxima, Mourão e o Cabo Corrêa mantêm um apoio político mútuo.




Apesar da militância pró-golpe do aliado, Mourão fez campanha para ele em duas eleições. Corrêa tentou se eleger deputado federal pelo Rio em 2018 e 2022 —no último pleito, ele teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral.
Diante do silêncio de Bolsonaro nos últimos meses e de sua viagem para os Estados Unidos, Mourão tem tentado assumir o papel de líder da extrema direita brasileira. O senador eleito pelo RS não condenou os atos de extremismo, limitando-se a dizer que “vandalismo e depredação não se coadunam com os valores da direita”.
Nos últimos dias, ele tem atacado o governo Lula pela repressão aos extremistas.
A detenção indiscriminada de mais de 1.200 pessoas, que hoje estão confinadas em condições precárias nas instalações da Polícia Federal em Brasília, mostra que o novo Governo, coerente com suas raízes marxistas-leninistas, age de forma amadora, desumana e ilegal.
Os danos ocorridos podem caracterizar crime contra o patrimônio público, perpetrado por aqueles que puderem ter sua conduta individualizada.
Mas jamais terrorismo!
Se for por aí, deveríamos punir os crimes do MST de 2014, que não prescreveram ainda.
O UOL tentou contato com auxiliares de Mourão para saber o tema das agendas oficiais que teve com Corrêa, bem como se ele apoia a militância golpista do aliado. Não houve retorno.
Figura frequente em manifestações bolsonaristas no Rio e em Brasília, Corrêa foi recebido por Bolsonaro após ir da capital fluminense até Brasília de bicicleta.
Ele documentou a viagem em seu perfil no Instagram. O último vídeo foi feito já na área externa do Palácio da Alvorada, onde ele afirma que seria recebido pelo presidente para um café da manhã. Em seguida, postou uma foto com Bolsonaro.
Depois que Bolsonaro foi esfaqueado durante um ato de campanha em Juiz de Fora, em setembro de 2018, Corrêa foi com um grupo de militantes bolsonaristas para a cidade e participou de um cordão de isolamento em frente à Santa Casa da cidade, onde o então candidato ficou internado.
Ele também ostenta nas redes sociais fotos e vídeos com outras figuras de proa do bolsonarismo.
Marcelo Corrêa foi cabo do Exército, onde atuou na Brigada Paraquedista.
Na unidade, foi chefiado por Hamilton Mourão, então capitão, em 1987.
O UOL ligou para um telefone utilizado por Corrêa para vender camisas de seu movimento extremista. Uma mulher que não se identificou atendeu e ficou de passar o telefone da reportagem para o militar. Após o contato, Corrêa fechou seu perfil no Instagram, mas não retornou.
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