Cartão corporativo: Lula gastou mais com transporte; Bolsonaro, com eventos – UOL Confere

0
87

Fabíola Perez
Do UOL, em São Paulo
14/01/2023 04h00Atualizada em 14/01/2023 17h36
Campeão de gastos no cartão corporativo, Lula foi também o chefe de Estado que mais usou recursos públicos com aluguel de meios de transporte desde 2003. O valor gasto na categoria, corrigido com apoio da ONG Transparência Brasil pela inflação até dezembro de 2022, é de R$ 28,6 milhões.

Jair Bolsonaro (PL) foi quem mais gastou com “combustíveis e lubrificantes automotivos” e “locação de bens móveis de outra natureza e intangíveis”, itens relacionados à organização de eventos.
Os valores comparados nesta reportagem incluem somente os atribuídos à Presidência (incluindo todos os CPFs vinculados a ela), e não contempla os gastos de ministérios.
Confira os gastos com locação de meios de transporte:
Segundo a diretora de programas da Transparência Brasil, Marina Atoji, os gastos do primeiro governo Lula se concentram substancialmente em aluguel e manutenção de veículos, hospedagens, aluguel de imóveis e alimentação.
O uso dos recursos, segundo Marina, também está relacionado à estrutura do Estado, aos custos pelos serviços de locação e ao número de deslocamentos realizados pelos presidentes.
O advogado especialista em direito eleitoral e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, Cassio Leite, afirma que o elevado gasto com transporte pode estar relacionado à precariedade dos meios utilizados na época — o avião da Presidência era conhecido como Sucatão. “Foi um período com muito mais missões diplomáticas do que em outros mandatos presidenciais.”
Hospedagem. O segundo mandato de Lula foi o que mais gastou com hospedagem:
Nessa categoria, a diretora de programas da Transparência Brasil destaca que, embora os gastos de Bolsonaro sejam inferiores numericamente aos de Lula e Dilma 1, é preciso considerar que as hospedagens ocorreram em meio a pandemia.
Ele [Bolsonaro] não cumpriu as medidas de isolamento e utilizou recursos públicos para bancar as hospedagens, que incluem passeios ao Guarujá.”
Alimentação. O uso pelo governo Bolsonaro foi superior aos dos governos anteriores. O cartão do ex-presidente utilizou R$ 6,1 milhões com a categoria que reúne gastos com bares, restaurantes e outros serviços de alimentação.
Uso de cartão corporativo com alimentação:
Combustíveis e eventos. Na era das motociatas, Bolsonaro usou R$ 738 mil para pagar combustíveis. O governo Lula, no primeiro mandato, gastou R$ 649 mil na mesma categoria.
Além dos gastos com combustíveis, o uso do cartão corporativo com materiais para eventos, que aparecem nas planilhas como “locação de bens móveis e outras naturezas intangíveis”, indicam o emprego de recursos públicos com eventos. Esse dinheiro é utilizado, afirma o advogado Leite, para pagar por serviços de montagem de palcos, tendas e locações de cenários para apresentações fora de Brasília.
Há um aumento significativo com esses gastos. Bolsonaro foi o presidente que mais gostou com itens relacionados a eventos em mandatos”
Marina Atoji
Locação de itens para eventos:
Uso do cartão. Usaram o cartão corporativo da Presidência:
Transparência. Criados em 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os cartões de Pagamento do Governo Federal (CPGF), que ficaram conhecidos como cartões corporativos, tinham como objetivo facilitar a transparência de gastos antes feitos com cheques ou por meio da apresentação de notas fiscais.
Alterações por meio de decretos tentaram limitar e dar mais transparência ao uso desses recursos. Depois da CPI dos cartões corporativos, em fevereiro de 2008, o uso do cartão para saques passou a ser proibido. A exceção ficou para “peculiaridades” de alguns órgãos e casos com um limite de 30% do total da despesa anual do órgão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}

Por favor, tente novamente mais tarde.

Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Ainda não é assinante? .
Se você já é assinante do UOL, .
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso

source

Leave a reply