Presidente do Parlamento Europeu promete medidas para combater corrupção e 'interferência estrangeira' – UOL Confere

0
40

16/01/2023 13h24
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, prometeu, nesta segunda-feira (16), adotar medidas para enfrentar a corrupção e a interferência estrangeira na instituição, abalada por um escândalo que, segundo relatos, envolve Catar e Marrocos.
“Vamos promover medidas que fortalecerão a luta contra a corrupção e como podemos rejeitar a interferência estrangeira”, disse Metsola em relação ao escândalo.

Na opinião de Metsola, “os acontecimentos (…) levaram à necessidade de reconstruir a confiança dos cidadãos europeus que representamos”.
Em dezembro, uma investigação da justiça belga levou à prisão da eurodeputada grega Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento, e de uma influente ex-deputada italiana, além de outros dois italianos.
Todos foram acusados de “pertencimento a uma organização criminosa”, “lavagem de dinheiro” e “corrupção”, após receberem pagamentos em dinheiro para defender os interesses do Catar no Parlamento. Grécia e Itália lançaram suas próprias investigações.
O emirado nega enfaticamente qualquer envolvimento em atos de corrupção. O mesmo vem sendo feito pelo Marrocos, outro país citado nas denúncias.
Kaili, que permanece detida, foi removida do cargo de vice-presidente e seu substituto será escolhido na quarta-feira. Os candidatos serão anunciados na véspera. 
Em um discurso feito na segunda-feira na primeira sessão plenária do ano do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Metsola insistiu que a reação ao escândalo está apenas começando.
“Este é o início, não o fim”, afirmou, ao acrescentar que iniciou discussões com todos os grupos políticos representados na instituição para definir “medidas que possam ser implementadas rapidamente”.
Em sua visão, é fundamental melhorar a integridade e a independência do poder legislativo europeu. Os eurodeputados pedem, por sua parte, firmeza na reação da instituição. 
A Defensora de Povo Europeu, Emily O’Reilly, afirmou em entrevista à AFP que o escândalo de corrupção deve ser a ocasião para mudar “a cultura” dentro da instituição europeia.
“Se existe uma cultura que permite garantir que os deputados só trabalhem para o interesse geral e não para interesses particular, que seja para eles próprios, de outros indivíduos, empresas ou Estados, então [esse tipo de escândalo] não vai acontecer”, insistiu.
O’Reilly apontou também a necessidade de realizar “reformas verdadeiras”, como propôs Metsola.
“A maioria dos eurodeputados tem uma ética de trabalho verdadeira, mas o fato de as regras serem tão flexíveis e às vezes não aplicadas [permite] que aqueles que querem se comportar de forma desonesta o façam”, declarou.
O Defensor do Povo Europeu é um órgão independente cuja função é responsabilizar as instituições europeias por suas ações.

jca/ahg/mb/ap/ic
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}

Por favor, tente novamente mais tarde.

Não é possivel enviar novos comentários.
Apenas assinantes podem ler e comentar
Ainda não é assinante? .
Se você já é assinante do UOL, .
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia os termos de uso

source

Leave a reply