Deputada vai à CGU e pede acesso a reuniões entre Bolsonaro, Milton Ribeiro e pastores lobistas – CartaCapital
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Investigados pela PF, Gilmar Santos e Arilton Moura são suspeitos de pedir propina para liberar recursos do MEC a prefeituras
A deputada federal eleita Luciene Cavalcante (PSOL-SP) acionou a Controladoria-Geral da União, nesta terça-feira 17, para pedir o fim do sigilo sobre as visitas de pastores lobistas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Em abril do ano passado, o Palácio do Planalto decretou sigilo sobre as agendas. Investigados pela Polícia Federal, Gilmar Santos e Arilton Moura são suspeitos de pedir propina para liberar recursos da pasta a prefeituras.
Cerca de dois meses depois, dados de registro de entrada nos órgãos da Esplanada mostraram que os pastores tinham amplo acesso à cúpula do governo. Moura esteve 35 vezes no Palácio do Planalto desde o início da gestão Bolsonaro. Santos, por sua vez, foi ao palácio dez vezes no mesmo período.
À época, o Gabinete de Segurança Institucional declarou que as informações foram liberadas devido a uma “recente manifestação da Controladoria-Geral da União quanto à necessidade de atender o interesse público”.
A agenda oficial de Bolsonaro registra três encontros com os pastores no Palácio do Planalto: em 25 de abril de 2019, em 18 de outubro de 2019 e em 14 de outubro de 2020. A lista do GSI, no entanto, só registra entrada de Arilton e Gilmar em dois desses dias.
Luciene Cavalcante solicita, via Lei de Acesso à Informação, que a CGU forneça “as datas e os assuntos das reuniões no MEC e no Palácio do Planalto com os pastores em questão”. Segundo ela, “não há motivação idônea para o sigilo do encontro com os pastores que justifique a imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado, restante nítido que o sigilo foi imposto para acobertar os fortes indícios de corrupção no antigo governo”.
Gilmar Santos é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil e Arilton Moura é assessor de Assuntos Políticos da organização. Os dois intermediaram encontros de prefeitos com Milton Ribeiro. Gestores municipais relataram que Arilton pediu propina para auxiliar na liberação de recursos para as suas cidades.
Ribeiro chegou a ser preso em 22 de junho, mas um dia depois a prisão foi revogada por Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Luciene Cavalcante era a primeira suplente da bancada da federação PSOL/Rede em São Paulo nas eleições de 2022. Com a ida das eleitas Marina Silva (Rede) e Sônia Guajajara (PSOL) para os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, respectivamente, ela assumirá a vaga de deputada federal em 1º de fevereiro.
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