Fernanda Magnotta – Em meio à instabilidade política, governo … – UOL Confere

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Fernanda Magnotta é doutora e mestre pelo PPGRI San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP). Especialista em política dos Estados Unidos, atualmente é senior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) no núcleo ?Américas – EUA?, professora e coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP e atua como consultora da Comissão de Relações Internacionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP). É autora do livro “As ideias importam: o excepcionalismo norte-americano no alvorecer da superpotência” (2016) e diversos outros capítulos de livros e artigos científicos. É co-criadora do ?Em Dupla, Com Consulta?, um dos maiores canais dedicados ao ensino descomplicado de Relações Internacionais no Youtube Brasil. Já foi chefe de delegação do Brasil na Cúpula de Juventude do G-20, na China, acompanhou as eleições presidenciais dos Estados Unidos, em Ohio, a convite da Embaixada norte-americana em Brasília, e foi selecionada pelo Programa W30 da UCLA/Banco Santander como uma das 30 mulheres mais destacadas em gestão acadêmica no mundo. Contribui frequentemente com veículos da imprensa nacional e internacional analisando os Estados Unidos.
Colunista do UOL
21/01/2023 07h58
Terminou, ontem, em Davos, na Suíça, o encontro anual promovido pelo Fórum Econômico Mundial. Conhecido por reunir autoridades e elites financeiras de todo o planeta, o evento buscava endereçar os principais desafios internacionais do momento, sobretudo no campo econômico, e promover oportunidades de interação e negociação entre diferentes atores do setor público e privado.
Tendo como título “cooperação em um mundo fragmentado”, Davos dedicou diversos de seus painéis a problemas como inflação, endividamento e reorganização das cadeias globais de produção, ainda muito afetadas pelos efeitos da pandemia e pela Guerra da Ucrânia.

Representando o governo brasileiro, estiveram presentes o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do meio-ambiente, Marina Silva. Em uníssono, o recado que pretendiam disseminar, sobretudo entre os investidores internacionais, foi claro: é possível confiar no Brasil.
A comitiva brasileira dedicou tempo e energia em reforçar 3 principais mensagens: 1) que o país está trabalhando para voltar a crescer de forma consistente; 2) que nossa democracia é sólida e não está maculada, especialmente após as imagens chocantes do 08 de janeiro que correram o mundo; 3) que a agenda ambiental é tratada como prioridade pelo novo governo e que será respeitada. Além disso, temas sensíveis como a adesão à OCDE e o reengajamento junto ao Mercosul também apareceram durante as reuniões.
No que tange à apresentação de credenciais, é possível dizer que o balanço de Davos é positivo. A mensagem do governo brasileiro foi alinhada ao que se esperava, e cumpre o que era mais urgente: resgatar, perante o mundo, o senso de “normalidade” no país.
Ainda assim, não seria exagero dizer que muitas preocupações seguem no ar. Depois das promessas, é preciso esperar por atos que corroborem o discurso. Investimentos dependem do mínimo de previsibilidade e de alguma segurança jurídica, ativos que, nesse momento, faltam ao Brasil.
O mundo do século XXI caminha a passos largos para a substituição de economias baseadas em manufaturas e exploração de recursos naturais para economias orientadas pelo conhecimento, pela informação e pela inovação. Tudo isso, em meio ao surgimento de uma nova ordem internacional, que inclui reequilíbrio geopolítico e mudanças no papel do Estado.
Não é tarefa simples, na era da incerteza, prometer – e, principalmente, cumprir – de acordo com as expectativas. No caso brasileiro, é urgente termos um plano de desenvolvimento claro, empenho constante em implementá-lo, e um pacto interinstitucional para fazer dele algo perene. A polarização e os desafios políticos constituirão, inevitavelmente, parte da jornada, mas não podemos mais viver reféns disso. É preciso pensar o Brasil.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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Fernanda Magnotta
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