Jorge Moraes – Andamos no blindado Guarani, que teve venda à … – UOL

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Jornalista, Jorge Moraes trabalha com o segmento automotivo desde 1994. Presente nos principais salões internacionais, é editor do caderno de Carros no Diário de Pernambuco, diretor e apresentador do programa Auto Motor na Band, e âncora do programa CBN Motor na rádio CBN Recife.
Colunista do UOL
27/01/2023 04h00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destravou, em visita a Buenos Aires, a venda de 156 blindados Guarani, da empresa Iveco, para o governo argentino. O UOL Carros já teve a chance de conhecer e dar algumas voltas no veículo de combate durante visita à fábrica em Sete Lagoas (MG).
O veículo equipado pode custar até R$ 12 milhões dependendo do nível do armamento e equipamentos. O preço de largada da máquina fica na casa dos R$ 5 milhões, sendo que o Exército brasileiro adquiriu 400 unidades.

A produção do Guarani é terreno de gigantes. Os vidros e as chapas de blindagem militar extremamente pesados entram em processo de fusão de montagem para formar a arquitetura do veículo que permite ao blindado navegar como anfíbio.
Dois motores elétricos e auxiliares trabalham para a movimentação das hélices que entram em funcionamento na hora do mergulho. Nós fizemos isso, de carona. Navegamos, vencemos obstáculos com mais de meio metro de altura no teste da tração 6X6. Rampas, subidas e descidas radicais.
O carro é feito para cumprir expedições na terra e na água. Legal ver o momento de preparação para o mergulho com o quebra-ondas sendo separado da carroceria e criando um paredão.
O veículo com sete metros de comprimento e 2,7 m de largura tem capacidade para transportar até onze pessoas e pesa 19 toneladas. O acesso dos ocupantes é feito pela porta traseira. Não pense que vai entrar pela escotilha onde aparece o motorista.
É uma pena não poder mostrar nada por dentro. No ajuste mecânico, o carro pode chegar a 110 km/h. E quer saber? Não falta bem estar a bordo para os militares que entram pela parte traseira.
Além do ar-condicionado, o Guarani tem sistema automático que detecta e elimina incêndio além da baixa assinatura térmica (significa camuflagem para dificultar sua localização).
O motor
É um Cursor 9 Euro III, da FPT Industrial configurado para entregar 383 cavalos. O conjunto mecânico para recebeu reforços para atender as exigências da aplicação militar. As tampas do cabeçote do motor, originalmente de plástico, foram trocadas por tampas de ferro fundido.
O Guarani, apesar do tamanho e do peso, é rápido e ágil. A aceleração e as respostas rápidas para o piloto que precisa de intercomunicador para falar com os colegas a bordo. Para se ter uma ideia, a pressão de injeção de um motor a gasolina convencional em um carro popular chega a três bar, enquanto o motor da FPT Industrial entrega 1.800 bar. A vida útil do motor é de 8.000 horas.
O Guarani está substituindo os modelos Urutu e Cascavel, em operação há mais de 40 anos nas Forças Armadas. As unidades entregues ao Exército Brasileiro são utilizadas em missões de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e também em operações de combate ao crime organizado nas regiões fronteiriças do país.
A plataforma do Guarani poderá ser usada como base para o desenvolvimento de uma família de blindados em diferentes versões, entre as quais viaturas de reconhecimento, socorro, posto de comando, porta-morteiro e ambulância.
A Iveco também foi escolhida para ser a fornecedora da nova Viatura Blindada Multitarefa para o Exército Brasileiro, que você já viu aqui no UOL Carros.
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