62% dos policiais veem segurança afetada por política, diz estudo – Poder360

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Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública diz ainda que 39% consideram “legitimas” as pautas do 8 de Janeiro
Ao menos 62% dos policiais dizem acreditar que as forças de segurança estão “contaminadas” pelo discurso político e ideológico e tiveram o trabalho comprometido. O dado é de uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre os atos extremistas do 8 de Janeiro.
O levantamento contou com 636 questionários de 24 a 27 de janeiro. Os entrevistados foram policiais militares, civis, federais, rodoviários federais, penais e guardas
municipais. Eis a íntegra da pesquisa (398 KB).
Cerca de 39% dos entrevistados dizem que a invasão aos Três Poderes deve ser repudiada, mas avaliam que as pautas defendidas pelos manifestantes são legítimas e que “não atentam contra a democracia”. A maioria (cerca de 51%) discordam da afirmação.
Além disso, o levantamento mostra que a maioria acredita que os agentes estavam corretos e o problema que desencadeou nos atos extremistas foi “exclusivamente de comando político”. Ao avaliar casos de policiais que foram coniventes com os manifestantes, 66% defendem que os agentes sejam punidos.
Os profissionais também foram questionados sobre os acampamentos montados em frente ao QG do Exército como forma de protestar contra o resultado das eleições. A maioria (62%) dizem que o comando do Exército demorou para colaborar com a Polícia Militar do Distrito Federal para retirar os manifestantes.
É consenso entre a maioria dos profissionais também que houve erros no comando, no planejamento e no policiamento durante operações para a data. Sobre a intervenção na segurança pública do Distrito Federal decretada ainda no 8 de Janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a maior parte dos entrevistados também viram o decreto como uma solução “menos traumática” para a crise. Outros 32% discordam.
Por volta das 15h de domingo (8.jan.2023), extremistas de direita invadiram o Congresso Nacional depois de romper barreiras de proteção colocadas pelas forças de segurança do Distrito Federal e da Força Nacional. Lá, invadiram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa. Equipamentos de votação no plenário foram vandalizados. Os extremistas também usaram o tapete do Senado de “escorregador”.
Em seguida, os radicais se dirigiram ao Palácio do Planalto e depredaram diversas salas na sede do Poder Executivo. Por fim, invadiram o STF (Supremo Tribunal Federal). Quebraram vidros da fachada e chegaram até o plenário da Corte, onde arrancaram cadeiras do chão e o Brasão da República –que era fixado à parede do plenário da Corte. Os radicais também picharam a estátua “A Justiça”, feita por Alfredo Ceschiatti em 1961, e a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.
Os atos foram realizados por pessoas em sua maioria vestidas com camisetas da seleção brasileira de futebol, roupas nas cores da bandeira do Brasil e, às vezes, com a própria bandeira nas costas. Diziam-se patriotas e defendiam uma intervenção militar (na prática, um golpe de Estado) para derrubar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A organização do movimento havia sido monitorada previamente pelo governo federal, que determinara o uso da Força Nacional na região. Pela manhã de domingo (8.jan), 3 ônibus de agentes de segurança estavam mobilizados na Esplanada. Mas não foram suficientes para conter a invasão dos radicais na sede do Legislativo.
Durante o final de semana, dezenas de ônibus e centenas de carros e pessoas chegaram à capital federal para a manifestação. Inicialmente, o grupo se concentrou na sede do Quartel-General do Exército, a 7,9 km da Praça dos Três Poderes.
Depois, os radicais desceram o Eixo Monumental até a Esplanada dos Ministérios a pé, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal.
O acesso das avenidas foi bloqueado para veículos. Mas não houve impedimento para quem passasse caminhando.
Durante o domingo (8.jan), policiais realizaram revistas em pedestres que queriam ir para a Esplanada. Cada ponto de acesso tinha uma dupla de policiais militares para fazer as revistas de bolsas e mochilas. O foco era identificar objetos cortantes, como vidros e facas.
Desde o resultado das eleições, extremistas de direita acamparam em frente a quartéis em diferentes Estados brasileiros. Eles também realizaram protestos em rodovias federais e, depois da diplomação de Lula, promoveram atos violentos no centro de Brasília. Além disso, a polícia achou materiais explosivos em 2 locais da capital federal.
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