Deputada envia notícia-crime à PGR contra Bolsonaro e Damares – Poder360
Camila Jara também acusa ex-presidente da Funai e ex-ministro do GSI de crimes contra administração pública e genocídio
A deputada federal Camila Jara (PT-MS) protocolou na PGR (Procuradoria-Geral da República) notícia-crime para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a senadora eleita e ex-ministra das Mulheres, Damares Alves (Republicanos), o ex-presidente da Funai Marcelo Xavier e o ex-ministro-chefe do GSI general Heleno. Em documento entregue na 6ª feira (27.jan), a congressista pede apuração e responsabilização pelos crimes contra administração pública e genocídio Yanomami. Eis a íntegra (181 KB).
Camila Jara se baseia em um relatório produzido pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) de 2019, o qual indica “possível corrupção envolvendo o parentesco de garimpeiros, militares do Sétimo Batalhão de Infantaria da Selva (BIS) e a prática de vazamento de informações sobre operações de combate à atividade ilegal de garimpo, bem como de pagamentos de propina para permitir a circulação de ouro ou drogas.”
A deputada anexou reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo sobre o caso “para que não restem dúvidas”.
“Parece, em verdade, haver uma crise efetivamente artificial e planejada: de um lado, o Governo Bolsonaro permitiu que os garimpeiros procedecem ao exaurimento dos recursos naturais nos seios das TIs [terras indígenas] Yanomami, o que naturalmente tornou quase impossível a subsistência dos povos indígenas, com danos mais gravosos ao desenvolvimento das crianças […] após instaladas as doenças esperadas diante desse cenário de exaustão ambiental propiciada pelos garimpeiros, não forneceu a assistência básica à saúde aos povos indígenas”, afirmou Camila Jara.
Para a congressista, o relatório demonstra “ineficiência” na proteção institucional dos indígenas Yanomami: “Acaba-se com os alimentos e não se fornecem quaisquer medicamentos ou outros mecanismos de subsistência sanitária. É um pernicioso jogo de perde-perde para as populações indígenas que habitam a TI Yanomami”.
A congressista afirma no documento que o ex-presidente Bolsonaro, a ex-ministra Damares Alves, o ex-presidente da Funai Marcelo Xavier e o ex-ministro-chefe do GSI general Heleno tinham conhecimento das situações enfrentadas pelo povo Yanomami.
“Desde 2019 essas condições eram sabidas pelas autoridades aqui denunciadas e nada foi feito para mudar o quadro, de modo que, o conluio formado por Bolsonaro, garimpeiros, integrantes do exército, o ex-presidente da FUNAI, a ex-ministra Damares e o ex-chefe do GSI, se transformou numa verdadeira organização anti-indígena”, afirmou.
O Poder360 procurou os 4 citados na notícia-crime da deputada.
A ex-ministra Damares Alves informou que não irá comentar o caso.
O ex-presidente Bolsonaro, o ex-presidente da Funai e o ex-ministro-chefe do GSI não foram encontrados para comentarem o caso até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto e será atualizao caso alguma manifestação seja enviada.
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