‘Debolsonarização’ do GSI, órgão da Presidência, deve terminar até junho – CartaCapital
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Prazo surgiu em negociações que levaram um delegado da PF a ficar com a chefia provisória da segurança de Lula
A desbolsonarização total do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão repleto de militares que até o fim do ano passado era o responsável exclusivo pela segurança presidencial, deve levar ainda mais cinco meses. Enquanto a depuração estiver em curso, a segurança de Luiz Inácio Lula da Silva será comandada por um delegado da Polícia Federal (PF), Alexsander Castro de Oliveira.
Oliveira era o encarregado da segurança do petista na eleição. Foi nomeado chefe da segurança presidencial em 26 de janeiro. Seu cargo chama-se Secretário Extraordinário de Segurança Imediata do Presidente. Havia sido criado por um decreto, o 11.325, assinado por Lula no dia da posse, 1o de janeiro. Por esse decreto, a Secretaria Extraordinária será extinta até 30 de junho de 2023.
O prazo de vida de seis meses da Secretaria é aquele que o ministro do GSI, general Marco Edson Gonçalves Dias, havia estimado, durante o governo de transição, ser preciso para desbolsonarizar o órgão. A estimativa tinha surgido em conversas com aquele que viria a ser diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e com um antigo colaborador de Lula, Swedenberger Barbosa.
Barbosa é o atual número dois do Ministério da Saúde. No governo de transição, coube a ele buscar uma solução para o desejo de Lula de não ter por perto militares que o petista achava que não eram confiáveis. Apesar disso, a Secretaria Extraordinária tem a presença de ao menos um militar na parte administrativa. É o primeiro-tenente da Aeronáutica Antonio Felipe de Almeida Gonçalves, nomeado assessor dia 27 de janeiro.
Apesar de ser da FAB, Gonçalves tem experiência como gestor público e na área de comunicação. Foi do time da assessoria de imprensa da FAB e coordenador da assessoria de comunicação relativa à área de segurança da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. O comandante da equipe encarregada da segurança dos dois eventos era Andrei Rodrigues, o diretor-geral da PF de Lula.
No mesmo dia 27, foi nomeada para compor a Secretaria Extraordinária outra pessoa que colaborou com governos petistas passados. É Lorena Fonseca de Medeiros Ferreira, funcionária pública de carreira que foi do Ministério do Desenvolvimento Social com Lula e Dilma Rousseff. Na segurança presidencial agora, Lorena é Diretora de Articulação. Caberá a ela, por exemplo, dialogar com o Congresso e o Judiciário.
André Barrocal
Repórter especial de CartaCapital em Brasília
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