NÁUTICO se inspira no futebol português e cria protocolo de recuperação para o elenco em meio a maraton… – JC Online

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Programa demandou um maior investimento financeiro por parte da diretoria e presidência do clube e vem contando com a compreensão dos jogadores
Uma termo que se tornou comum no vocabulário do técnico Dado Cavalcanti nesse início de temporada do Náutico foi “protocolo de recuperação”. Em meio a maratona de jogos, o comandante do Náutico tem feito questão de ressaltar a importância dessa rotina instaurada no clube desde o início da pré-temporada no ano passado, focando no trabalho físico dos atletas para sustentar a sequência pesada de partidas no início da atual temporada.
Para se ter ideia, num espaço de 28 dias nesse mês de janeiro, o Náutico disputou sete partidas. Isso dá uma média de um jogo há cada quatro dias. Para o mês de fevereiro, com menos dias à disposição, a tendência é que a quantidade de jogos se repita.
Para explicar o protocolo de recuperação alvirrubro e mostra a eficácia no cotidiano, a reportagem da Rádio Jornal foi até o CT Wilson Campos e conversou com o fisiologista do clube, Bruno Simões, que detalhou inicialmente que o protocolo foca no sono, na alimentação e na recuperação dos atletas e é divido em três principais pilares de ação, segmentados e estabelecidos de acordo com o local onde o jogo acontece.

 FOTOS: TIAGO CALDAS / CNC
Bruno Simões, fisiologista do Náutico – FOTOS: TIAGO CALDAS / CNC

“Quando os jogos são nos Aflitos nós criamos um refeitório dentro do vestiário. Os atletas se pesam antes do jogo, jogam e quando voltam para o vestiário eles se pesam novamente. Daí nós vemos o déficit de desidratação, o quanto que ele perdeu no jogo e a partir daí o atleta tem que recuperar no vestiário de 50% a 60% desse déficit. Ao passo que ele joga pesa antes e depois, ele faz a ingestão de carboidrato e proteína dentro do próprio vestiário. Nesse refeitório temos também a presença da nutricionista Pâmela Ferreira que analisa os déficits e orienta cada atleta quantidade de nutrientes que tem que ser ingerido e depois disso eles são liberados para casa. Também temos processos de recuperação dentro do vestiário com o departamento de fisioterapia, usando de crioterapia ou da bota pneumática. Então, quando acaba o jogo, os atletas ficam até duas horas dentro do vestiário para atingir o objetivo dentro desse processo”.
“O segundo formato é quando jogamos na RMR e não temos uma estrutura dentro do vestiário. Os atletas ingerem as proteínas e carboidratos de forma líquida e depois a gente retorna para o CT e lá dentro o elenco janta, faz o processo de recuperação e dormem no CT. No outro dia há mais um processo de recuperação, conferência de peso e depois eles são liberados”.
“O terceiro formato é quando o jogo é fora da RMR. Temos o peso pré e pós no vestiário, vemos o déficit, voltamos para o hotel para jantar, no outro dia há o café da manhã e aí retorna para o Recife. Fizemos isso, por exemplo, no jogo contra o Atlético/BA pela Copa do Nordeste”.

O protocolo pode ser uma novidade no futebol pernambucano, mas já é uma realidade nos clubes de fora, principalmente no futebol europeu. Bruno trouxe a inspiração de um mestrado profissional realizado em Portugal e com experiência em um dos maiores times do país. “Vivenciei dentro do Porto os protocolos estratégicos de recuperação. Por aqui, o Palmeiras faz isso e o Flamengo também, só que numa outra dimensão. O Flamengo, por exemplo, tem um restaurante dentro do estádio que vão familiares e amigos pós-jogo. A gente não tem essa estrutura ainda, então simulamos algo do tipo e dentro da nossa realidade. Tem sido muito interessante e muito bem gerido esse processo”.
Concentrar é um dos atos que mais divide opiniões no futebol. Muricy Ramalho, por exemplo, já externou diversas vezes ser “contra” a concentração, preferindo liberar os atletas antes e depois dos jogos para ficar com familiares e amigos. O protocolo estabelecido pelo Náutico tem sido bem aceito pelos jogadores, mas sempre na base do diálogo.
“A gente já tem a concentração do pré-jogo, então a gente quer acabar o jogo e ir pra casa, que é o que alivia a gente. Só que pensando pelo lado do descanso, isso nos ajuda muito já que a alimentação é instantânea. Como a gente costuma perder até 3 quilos por jogo, quando você já repõe a massa e toda a proteína que você perdeu durante o jogo ali no momento isso se torna um diferencial. Eles conversaram com a gente, nos alinhamos. Pós-jogo contra o Retrô, voltamos para cá, fizemos a alimentação, a recuperação, dormimos no CT e depois ganhamos a folga. Então pra nós é cômodo assim. Tudo faz parte de uma negociação, não pode ser tão ruim pra nós e nem tão ruim pra eles. Acredito que uma boa conversa, com todo mundo se ajeitando, a gente vai seguir em frente”, afirmou o lateral-direito Diego Ferreira.

 FOTOS: TIAGO CALDAS / CNC
Diego Ferreira, lateral-direito do Náutico – FOTOS: TIAGO CALDAS / CNC

Ver o resultado dentro de campo tem sido o trunfo dos membros da comissão técnica alvirrubra para convencer os jogadores. “É tudo uma questão de orientação. Nós estamos vendo que os atletas estão vendo resultado no processo. Nós tivemos três câimbras no início de temporada, isso é muito pouco. Tivemos lesões antes de começar os campeonatos, o Gabriel Santiago e o Richarles Tagarela. Durante os campeonatos eles estão vendo que estão performando, estão recuperando bem, estão tendo uma minutagem muito alta e números expressivos quanto a volume e intensidade. O melhor feedback são os números e o que está acontecendo no momento”, comentou Bruno Simões.
Para colocar em prática todo esse protocolo, a gestão do Náutico teve que fazer um investimento estrutural considerável. Desde a compra de novas máquinas até a instalação de novas estruturas dentro do CT e no estádio dos Aflitos. “É um custo muito alto. Só de gelo nós consumimos cerca de 300 kg por semana, até mais que isso. Tivemos que comprar uma máquina de gelo. A diretoria e o executivo estão aqui dentro do clube todos os dias, o presidente Diógenes Braga também, todos correndo atrás de recursos e de máquinas. Uma jacuzzi foi instalada aqui no CT. Colocar um refeitório dentro do vestiário dos Aflitos também demanda um investimento alto”, explicou Bruno.

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