Rosa Weber abre o ano do STF com recados aos terroristas bolsonaristas; leia o discurso – CartaCapital

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Repúdio à ‘turba insana movida pelo ódio e pela irracionalidade’ em 8 de janeiro marca o primeiro pronunciamento do ano
O Supremo Tribunal Federal abriu nesta quarta-feira 1º o ano do Poder Judiciário. A cerimônia ocorreu pouco menos de um mês depois de bolsonaristas invadirem e depredarem áreas da sede da Corte.
Participaram da sessão, entre outros, o presidente Lula (PT); o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o procurador-geral da República, Augusto Aras; e o presidente da Ordem dos Advogados od Brasil, Beto Simonetti.
Antes da cerimônia, o STF exibiu um vídeo da campanha Democracia Inabalada, lançada após as ações de terrorismo em 8 de janeiro. O objetivo, diz a corte, é “chamar a atenção para o lamentável episódio, para que ele nunca seja esquecido e nem se repita, e destacar que a democracia e o Supremo saem fortalecidos desses acontecimentos”.
Em seu pronunciamento, a presidente do STF, Rosa Weber, afirmou que “sem um Poder Judiciário independente e forte, sem juízes independentes e sem imprensa livre, não há democracia”.
“Neste mesmo plenário, totalmente reconstituído após a invasão criminosa do dia 8 de janeiro por uma turba insana movida pelo ódio e pela irracionalidade, reafirmo minha profissão de pé e a ela acresço o que erigi como norte da atual administração desta Casa: a proteção da jurisdição constitucional e da integridade do regime democrático”, prosseguiu.
Ela reforçou que há três semanas as sedes dos Três Poderes “foram alvo de ataque golpista e ignóbil, dirigido com maior virulência contra esta Suprema Corte, seguramente porque ela, ao fazer prevalecer em sua atuação jurisdicional, a autoridade da Constituição, se contrapõe a toda sorte de pretensões autocráticas”.
“Possuídos de ódio irracional, quase patológico, os vândalos, com total desapreço pela res publica e imbuídos da ousadia e da ignorância, destroçaram bens públicos sujeitos a proteção especial”, acrescentou Rosa.
Mencionou, ainda, a destruição de bancadas, vidraças, equipamentos digitais e painéis.
“Mas advirto: não destruíram o espírito da democracia. Não foram e jamais serão capazes de subvertê-lo, porque o sentimento de respeito pela ordem democrática continua e continuará a iluminar as mentes e os corações dos juízes desta Corte Suprema, que não hesitarão em fazer prevalecer sempre os fundamentos éticos e políticos que dão sustentação ao Estado Democrático de Direito.”
Leia a íntegra do discurso de Rosa Weber:
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